Ausência de protagonistas ou comodismo?
De longe a pior solução para candidato socialista à câmara de Lisboa é António Costa. Não porque seja uma má solução para Lisboa (a ver vamos), mas porque é uma má solução para o governo. A câmara da capital é importante, mas é apenas uma câmara e o António Costa não é apenas um ministro. É o ministro de Estado que geralmente substitui o primeiro-ministro e não nos podemos esquecer que a presidência europeia se aproxima. Como se tal não bastasse, é o super ministro da administração interna numa altura em que o tempo começa a aquecer e está em jogo a estratégia de combate aos incêndios, da qual António Costa é o principal responsável. Além disso está em curso uma reestruturação profunda das forças de segurança através da sua distribuição no território, mas também a nível de recursos humanos e de novas tarefas a atribuir a estas forças, e quem iniciou esta reestruturação foi António Costa e por isso deve executá-la até ao fim e por ela responder no caso de falhar. De uma vez por todas tem de acabar esta dança de ministros e de governos, em que ninguém acaba o que começa. Em que tudo acaba sempre por degenerar numa alteração das politicas e no final acaba por ficar tudo na mesma e ninguém é responsável. Não é crível, que não haja no PS ninguém com vontade ou capacidade de disputar uma luta autárquica em Lisboa com sucesso. Não é crível que tenha de se fazer uma remodelação governamental para que surja um candidato à altura do desafio e à altura dos interesses do secretário-geral do PS. Se assim for estamos perante um partido cada vez mais interessado nas águas tranquilas que a maioria absoluta garante, por oposição à incómoda turbulência autárquica. Etiquetas: Lisboa, Política Nacional |
Publicado por José Raposo às 17:27
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