Lisboa ainda
A possível candidatura independente de Helena Roseta foi anunciada no melhor momento. Não sei se a deveremos levar a sério, mas o simples facto de uma facção socialista ter dado o primeiro passo sem consultar a direcção do partido, sugere duas coisas: a) o PS continua a ser o mais completo e inclusivo dos partidos porque é o único que engloba uma oposição activa e militante (nada que se compare com o PSD que tem apenas um ridículo Menezes) de tal modo que para encontrarmos os opositores mais obstinados a Sócrates e à sua política nem precisamos de sair do PS. Está lá tudo, é o kit completo; b) o PS, por causa destas movimentações internas, vê-se agora obrigado a apresentar um mega-candidato, alguém capaz de contrariar a centrifugação do voto pelas várias esquerdas que se apresentarão a votos. Só existe um candidato à altura: Mega Ferreira. E o PSD? Só tem uma alternativa viável. Uma alternativa lógica, coerente e inteligente. Uma alternativa capaz de serenar a direita, a Câmara e a cidade e que ainda pode ir roubar muitos votos à esquerda. Estou a falar de Ribeiro Telles. Seria justo e bonito que o sr. Lisboa tivesse a oportunidade de governar a cidade com a qual a sua própria vida se confunde. Em tempos de cólera e de mediocridade devemos dar lugar aos sábios. Depois de escrever isto vou ter muita dificuldade em convencer alguém que sou de esquerda... Etiquetas: Lisboa, Política Local |
Publicado por David Afonso às 10:52
Comments on "Lisboa ainda"
Caro David Afonso,
"o PS continua a ser o mais completo e inclusivo dos partidos porque é o único que engloba uma oposição activa e militante (nada que se compare com o PSD que tem apenas um ridículo Menezes)"
Nada mais falacioso. Só o facto de chamar LF Menezes ao assunto diz muito da bondade da afirmação.
Se reparar bem, e basta ver os vários espaços de comentário político na TV, Rádio e imprensa escrita, são os comentadores do PSD que apresentam um maior desprendimento à ortodoxia partidária, nunca se sentindo agrilhoados ao sentido e orientações não ideológicas do partido de que fazem parte. E isso foi claro na época quente do santanismo.
Pelo contrário, pelas bandas do PS, é muito pouca a crítica aos comportamentos do Governo, maxime ao sagrado Sócrates, por parte de comentadores como António Vitorino, Jorge Coelho ou Francisco Assis, só para citar comentadores da TV. E, por vezes, nem conseguem esconder o embaraço por “ter de” defender algumas medidas que certamente nem concordam em termos de fundo...
Eu até já tenho pouca paciência de ver esses programas. É que agora, para além do reaccionarismo e intolerância costumeira de alguns comentadores da extrema-esquerda, há a juntar os mandatários e porta-vozes do Governo...
Com os melhores cumprimetos
Nas últimas autárquicas, Ribeiro Telles foi apoiante da candidatura de Sá Fernandes. Também eu sou um admirador confesso de Ribeiro Telles em muitas questões.
Quanto a Helena Roseta, espero que apresente um bom programa e incentive a discussão. Mas sair do partido porque não é a escolhida para encabeçar a lista do partido como pediu e concorrer com um discurso de independente e contra os partidos parece-me muito forçado.
Nelson, infelizmente está a tornar-se habitual. Se o partido me quiser tudo bem, eu avanço. Se o partido não me quiser, então o partido é mau e eu nunca gostei muito dessa historia da partidocracia.
Onde é que já vimos isso acontecer?
Pois, pois Ega, mas não o desprendimento suficiente para afrontarem o seu próprio partido como o Manuel Alegre e a Helena Roseta. Comentar lá comentam, mas a caravana passa.