Rui Sá e a reabilitação
Rui Sá tem assumido sozinho as despesas da oposição. É claro que neste triste one-man-show às vezes uma ou outra nota sai desafinada como é o caso da abordagem feita à reabilitação da Baixa. Rui Sá parece pouco informado e mais interessado em conseguir um bom título de jornal do que em pensar a sério no problema. O CRUARB teve o seu tempo e o seu mérito e só pecou por não ter feito mais ainda. O problema está em saber até onde poderia ir o modelo assistencialista (para não dizer paternalista) e centralizado do CRUARB. Uma coisa é certa: sem dinheiro do Estado ou da Europa não iria a lado algum e é precisamente neste ponto em que nos encontramos (em Lisboa, por exemplo, prevalece o modelo assistencialista já que o Governo se dispôs a pagar ele próprio parte substancial das obras). Em certa medida, a SRU é uma solução possível e transitória e não a ideal e definitiva, que ao ir buscar financiamento aos pequenos e grandes investidores e ao procurar concertar os interesses dos privados, incluindo o dos proprietários, com o interesse público promove uma gestão participada na reabilitação da Baixa. Se há um processo transparente e aberto é este que agora está a ser levado a cabo. Nunca antes se discutiu tanto a reabilitação, nunca antes se fizeram tantas reuniões com proprietários e inquilinos. O modelo da SRU, no entanto, tem os seus limites (não é particularmente vocacionada para operar sobre as questões sociais, por exemplo) e haverá um momento em que terá de mudar de natureza ou extinguir-se, dando lugar, ou não, a outro organismo. Até lá, há que aproveitar todo o potencial da sociedade civil, toda a iniciativa privada canalizando-a para o interesse comum da cidade. Eu não vejo outra solução. Alguém vê outra? Etiquetas: Arquitectura, Porto, Urbanismo |
Publicado por David Afonso às 17:39
Comments on "Rui Sá e a reabilitação"
Até lá, há que aproveitar...