Coabitação
Muito se tem falado sobre a coabitação, pacifica que seja ou não, entre Sócrates e Cavaco. Mas muito pouco se acerta. A coisa parece funcionar, ainda que pelo meio vá havendo uns vetos e umas inócuas mensagens à Assembleia. Alguns comentadores declaram morta a coabitação, a famosa cooperação estratégica entre Belém e são bento, apenas porque o timing desse fim permitiria a uma nova liderança do PSD, afirmar-se melhor do que o tem feito Marques Mendes. Mas isso está errado. Sócrates e Cavaco querem um segundo mandato e fundamentalmente Cavaco sabe que não pode dar ao governo, oportunidade para o exercício da vitimização. Seguindo uma tradição antiga, os primeiros mandatos presidenciais são sempre calmos e sem sobressaltos. E Cavaco não será excepção ao contrário do que todos os seus apoiantes poderiam esperar. A coabitação vai continuar, porque não há uma oposição válida e Cavaco tem de resistir à tentação de ser ele a oposição. A coabitação continuará na medida em que o governo souber gerir os dossiers complicados sem contestação popular generalizada, evitando assim a Cavaco o papel de grande disciplinador . Etiquetas: Política |
Publicado por José Raposo às 15:14
Comments on "Coabitação"
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J. P. said ... (agosto 18, 2007 10:56 da tarde) :
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Anónimo said ... (agosto 19, 2007 2:23 da tarde) :
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J. P. said ... (agosto 19, 2007 6:52 da tarde) :
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José Raposo said ... (agosto 23, 2007 10:32 da manhã) :
post a commentNão é spam, é o que escrevi sobre este assunto:
http://aberratio.blogspot.com/2007/08/outra-excelente-notcia-vinda-da-parte.html
Abraço
Em resumo, amigo raposo:
esta silenciosa coabitação interessa a todos: do governo à presidência, da oposição dentro do PSD à oposição dentro do PS.
Bom post!!
p.S. de salientar que não sou Cavaquista, apoiei M. Alegre; estive nas manifs contra as propinas em 93; não gostei do seu consolado.
No entanto, perante o "despotismo" deste Governo, é ele que tem sido uma válvula de escape no nosso Regime Democrático. O veto ao estatuto dos jornalistas, é para mim, paradigmático, assim como a lei da t.v., bem como certos recados quanto ao famoso "clima de medo".
Veremos mais situações destas de tensão a nível Constitucional no que se refere a dtos. fundamentais neste 1º mandato, e no 2º, de natureza económica. No fim, sai ele bem.
Ó Golfinho, vai desculpar-me mas essa do despostimo já parece aquela história de se repetir muitas vezes uma mentira até ela se tornar uma verdade sem ninguém perceber bem como. Não é o Cavaco que é uma válvula de escape. A Presidência da República é que é uma válvula de escape e a divisão de poderes não foi inventada pelo Cavaco. Nada do que o Golfinho possa considerar despotismo mereceu qualquer intervenção desse senhor. No que toca à vida normal das pessoas, esse senhor é totalmente irrelevante. Veja-se o caso do aborto na Madeira.