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terça-feira, agosto 07, 2007

Polícias para todos os gostos

Mas afinal quanto mais polícias é que este país necessita? É uma questão importante tendo em conta o constante, talvez não verdadeiro, mas constante sentimento de insegurança das populações.
Ontem Rui Pereira anunciou mais 2200 agentes. 1000 para a PSP e mais 1200 para a GNR. Não contente, anunciou a mais frequente iniciativa da administração interna dos últimos 20 anos. Vão ser disponibilizados ao serviço policial, agentes que estão envolvidos em tarefas administrativas e burocráticas.
Não é preciso fazer um esforço mental particularmente grande, para nos lembrarmos das superesquadras. Esta invenção do então cavaquismo governamental para melhorar a performance policial do país. Ora, passaram quase 20 anos e sucessivos governos pretenderam resolver o problema reduzindo o número de tarefas administrativas e burocráticas que enchem as esquadras e postos um pouco por todo o país.
Ainda assim alguém que passar os olhos por estas letras, notou uma redução da carga administrativa / burocrática, sempre que teve de entrar em contacto com as autoridades policiais? Alguém conhece pessoalmente, ou através de um primo, um cunhado, ou um vizinho, um único civil que preste serviço administrativo / burocrático em qualquer esquadra deste país?
Talvez não. Isto porque o verdadeiro problema é mais sério e passa pela simplificação administrativa do estado que exige quase sempre que a documentação seja emitida em três vias, com selo branco e assinaturas autenticadas. Mas passa fundamentalmente pela falta de vontade em dar aos actuais polícias as condições para efectuarem o seu trabalho.
Segundo parece, Portugal é já um dos países europeus com um maior número de polícias por habitante. Não obstante, é quase impossível ver um polícia na rua a pé, sem que este seja de trânsito. E a algumas horas do dia e nalguns locais é impossível ver um polícia de todo.
Algo se passa, e sem investimento e formação forte nesta área, é impossível motivar a corporação a trabalhar mais e melhor, de acordo com as expectativas fundadas das populações.
Esta é mais uma medida muito habitual em Portugal. Não se sabe bem porque não funciona uma coisa. Simplesmente não funciona, o que em Portugal quer dizer que precisa de mais gente para trabalhar melhor. Assim, mais 2200 agentes, mais aqueles que vierem para a rua (sim, sim...) e o custo associado, só vão evitar a constituição de um verdadeiro seguro de risco, só vão impedir que se invista em infra-estruturas e meios capazes para a polícia cumprir as suas missões.
Entretanto vamos enganando os tolos com uma errada sensação de segurança.

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