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sexta-feira, julho 03, 2009

O Chifrudo

E a diversão continua. Manuel Pinho não deveria ter saído por causa do detalhe tauromáquico de ontem no Parlamento. Como já disse por aqui, ele deveria ter saído desde que protagonizou o incidente da mão de obra barata na China, até porque já na altura, que agora parece distante, havia um acumular de situações infelizes e de uma incapacidade total de lidar com os jornalistas e a oposição. No fundo deveria ter saído por incompetência e não por qualquer gesto menos ponderado no debate do estado da nação.
Confesso que não estive atento ao debate, mas no regresso a casa liguei a TSF no carro e já estava instalada a confusão. Estive pelo menos uma boa meia hora sem perceber o que realmente se tinha passado. A minha primeira ideia foi que tinham finalmente chegado a vias de facto e que o Parlamento português iria passar a acompanhar o coreano naquelas bonitas imagens de virilidade politica. Mas não, os jornalistas apenas falavam num gesto que a todos chocou e que forçava as desculpas do primeiro-ministro. Nessa altura ainda tinha a réstia de esperança que Manuel Pinho tivesse exibido um certo dedo à bancada do PCP, mas chegado a casa e vendo as imagens fiquei muito desiludido. Afinal era um episódio tauromáquico ao qual Bernardino Soares se esqueceu de corresponder com a pose forcado, mãos nos quadris e a gritar Eh touro lindo… Foi pena, teria sido muito mais interessante.
Bom, mais a sério não havia condições para manter Manuel Pinho no governo. O Parlamento é a sede do poder representativo do povo e por isso mesmo deve ser respeitado, assim como todos aqueles que o povo elegeu independentemente da sua cor partidária. E este debate, além deste episódio, deixou muito a desejar em matéria de respeito uns pelos outros. Foi na realidade um espectáculo muito triste.
Ainda assim, e mesmo que o dito acto tenha sido protagonizado por um ministro, é importante recordar que o respeito que o Parlamento merece não compete exclusivamente ao governo mas também a todos os deputados.
Todos nos recordamos que o novo grande justiceiro retórico do país, considerou lamentável o episódio protagonizado pelo deputado José Eduardo Martins em relação a Afonso Candal, em que o primeiro não recorreu a gestos, antes proferiu vários insultos no plenário chegando a ameaçar o deputado do PS na melhor tradição marialva de que o nosso Parlamento continua cheio, e Paulo Rangel não tirou quaisquer ilações politicas desse acontecimento.

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