Apostar é pecado
O veto presidencial à revisão da lei das uniões de facto não só representa uma visão conservadora e desfasada da realidade social do país, para além de ser um favor à direita dos costumes e aos bispos, mas também representa uma expressão dos desejos presidenciais da alteração das maiorias parlamentares a partir de 27 de Setembro. Para o Presidente não se justifica aprovar nos últimos meses de mandato do governo, uma lei que uma maioria de esquerda aprovou mas que uma maioria de direita rejeitaria. Belém tem a expectativa, a meu ver errada, que o sentido da maioria vai mudar em Setembro e que esta matéria cairá no esquecimento. Ora muito provavelmente o Presidente erra porque a maioria parlamentar continuará a ser de esquerda, independentemente de quem vier a ganhar as eleições. Dessa forma Belém prefere afastar-se do tradicional papel de árbitro, acima das quezílias da política menor, para apostar forte nos jockeys que representam os partidos da direita. Apostar desta forma não só é contrário aos costumes, como não é prudente a um candidato à reeleição. Etiquetas: Política Nacional |
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