O Dolo Eventual convida todos os seus leitores ao envio de fotografias de rotundas de todos os pontos do país, com referência, se possível, à sua localização (freguesia, concelho, distrito), autoria da foto e quaisquer dados adicionais para rotundas@gmail.com
Não sei se ainda se lembram disto. Nessa ocasião fiz uma exposição por escrito aos serviços do museu (em português, claro) na qual comuniquei o meu desagrado por duas coisas, a saber: 1) Pedi que fosse corrigida a informação disponibilizada ao visitante nos audio-guias sobre a obra de Karl Briulov porque, em definitivo, Camões não foi um poeta romântico português; 2) Apesar existir ainda muita informação, impressa ou audio, sobre as exposições em várias línguas (incluíndo o euskara e o galego), em português nada!
Pois bem, o sr. Xabier Pérez-Gaubeka, Director de Desarrollo do museu, respondeu às minhas reclamações. Quanto ao primeiro ponto desculpou-se, dizendo que «el Museo Guggenheim Bilbao es una entidad joven». Pois bem, eu acho que a juventude não desculpa tudo. Quem se propõe a oferecer um produto cultural e cobrar 12 euros à cabeça, tem de garantir o rigor científico dos dados que fornece ao consumidor. Hoje, graças à contra-informação do Guggenheim Bilbao milhares de cidadãos de todo o mundo tomam Camões por um poeta do romantismo. Enfim, são apenas quase três séculos...
Quanto ao segundo ponto da minha reclamação, a resposta é lacónica mas suficientemente clara para bom entendedor: «No obstante tomamos en cuenta su petición». Está bem está.
Faço aqui uma sugestão a todos aqueles que vierem a visitar esta instituição nos próximos tempos: reclamem, protestem, exijam que seja disponibilizada informação em português. Não podemos deixar que nos releguem para a invisibilidade cultural. Mas façam a reclamação sempre em português!
[OBS: a carta que me foi enviada é bilingue, isto é, em euskara e castelhano...]
Não quero tornar-me repetitiva mas é caso para dizer que também em Bilbao julgam que Portugal é uma província espanhola!! Companheiros de peninsula de costas fronteiriças voltadas por vezes.
David Afonso said ... (setembro 15, 2006 12:26 da manhã) :
Não.Ainda é pior. Se fossemos uma provincia espanhola, o portugues lá estaria representado a par do galego, do euskara (que ninguém fala, essa é que é essa) e do catalão. O que se passa é pior: querem nos abafar na sombra do castelhano
Anónimo said ... (setembro 15, 2006 1:01 da tarde) :
Há um movimento galego /portugues que tambem procede em grupo a esse tipo de exigencias.
No entanto , penso que mais grave é o uso de uma lingua incompreensivel para a maioria dos portugueses, em instituições nacionais como é o caso da DGCI; já por varias vezes reclamei do teor abstrato das comunicações e contextualização da lingua utilizada, ate hoje nunca recebi uma resposta por escrito.
José Raposo said ... (setembro 15, 2006 4:55 da tarde) :
Oh meus amigos, se o Português tem um papel menor só existe um responsável - Somos nós. Não podemos estar à espera que outros resolvam o problema por nós, só porque somos a 6ª língua do planeta. Duvido que lá em Bilbao o David tenha encontrado audio-guias em Chinês ou Indiano. Fazendo um trocadilho, o tamanho de uma lingua não interessa para nada, é o que se faz com ela é que é importante :) Em Barcelona tive exactamente o mesmo problema no Museu Nacional de Arte da Catalunha mas nem sequer reclamei. Achei de um nacionalismo tão parolo que tudo estivesse apenas e só em Catalão que nem sequer me dei ao trabalho de lhes dizer nada, pois não iriam compreender.
David Afonso said ... (setembro 15, 2006 9:54 da tarde) :
Cristina: Os serviços da repúplica burocrática portuguesa são, de facto, muito criativos. Recordo-me de numa ocasião, já lá vai algum tempo, recebemos uma circular do ministério da educação que parecia codificada. Investimos umas 3 horas na exegese do documento sem chegarmos a um acordo sobre o sentido do que ali estava escrito. Pedimos esclarecimentos. A resposta (4 meses depois) exigiu mais uma tarde de trabalho inconclusivo. Tenho pena de não ter guardado esse documento (no futuro, os historiadores do sec. XX vão ter ali um osso duro de roer...).
Raposo: Curiosamente, em Barcelona já tive boas surpresas. Não só encontrei pessoal lusófono (brasileiro) a trabalhar em museus, como também em duas ocasiões tive direito a info impressa em português e num dos edifícios do Gaudí existe um serviço de audio-guia em português.
Tiago: Eu reclamo. Muito. O Pedro pode confirmar. É uma filosofia de vida. Mas mais a sério: coisas há que não podemos deixar passar e quando for a Bilbao espero que leve a reclamação já pronta :)
A todos: Como não fiquei satisfeito com a resposta à minha reclamação vou apresentar uma reclamação à resposta da minha reclamação :)
Anónimo said ... (setembro 16, 2006 10:03 da tarde) :
«Recordo-me de numa ocasião, já lá vai algum tempo, recebemos uma circular do ministério da educação que parecia codificada.»
Aconteceu o mesmo ao Major não vai muito tempo
José Raposo said ... (setembro 17, 2006 12:11 da manhã) :
Isso já é reclamite aguda :) Eu tb reclamo muito, mas achei que naquele local em concreto era indiferente. Eles tentava demosntar uma posição. Ali era a Catalunha e não a Espanha e tudo o que eu viesse a dizer era disparatado. Nalguns edificios do Gaúdi tb encontrei informação em Português, assim como no posto de turismo.
José Raposo said ... (setembro 17, 2006 12:12 da manhã) :
Comments on "Uma carta de Bilbao"
Não quero tornar-me repetitiva mas é caso para dizer que também em Bilbao julgam que Portugal é uma província espanhola!! Companheiros de peninsula de costas fronteiriças voltadas por vezes.
Não.Ainda é pior. Se fossemos uma provincia espanhola, o portugues lá estaria representado a par do galego, do euskara (que ninguém fala, essa é que é essa) e do catalão. O que se passa é pior: querem nos abafar na sombra do castelhano
Há um movimento galego /portugues que tambem procede em grupo a esse tipo de exigencias.
No entanto , penso que mais grave é o uso de uma lingua incompreensivel para a maioria dos portugueses, em instituições nacionais como é o caso da DGCI; já por varias vezes reclamei do teor abstrato das comunicações e contextualização da lingua utilizada, ate hoje nunca recebi uma resposta por escrito.
Oh meus amigos, se o Português tem um papel menor só existe um responsável - Somos nós. Não podemos estar à espera que outros resolvam o problema por nós, só porque somos a 6ª língua do planeta. Duvido que lá em Bilbao o David tenha encontrado audio-guias em Chinês ou Indiano.
Fazendo um trocadilho, o tamanho de uma lingua não interessa para nada, é o que se faz com ela é que é importante :)
Em Barcelona tive exactamente o mesmo problema no Museu Nacional de Arte da Catalunha mas nem sequer reclamei. Achei de um nacionalismo tão parolo que tudo estivesse apenas e só em Catalão que nem sequer me dei ao trabalho de lhes dizer nada, pois não iriam compreender.
Cristina:
Os serviços da repúplica burocrática portuguesa são, de facto, muito criativos. Recordo-me de numa ocasião, já lá vai algum tempo, recebemos uma circular do ministério da educação que parecia codificada. Investimos umas 3 horas na exegese do documento sem chegarmos a um acordo sobre o sentido do que ali estava escrito. Pedimos esclarecimentos. A resposta (4 meses depois) exigiu mais uma tarde de trabalho inconclusivo. Tenho pena de não ter guardado esse documento (no futuro, os historiadores do sec. XX vão ter ali um osso duro de roer...).
Raposo:
Curiosamente, em Barcelona já tive boas surpresas. Não só encontrei pessoal lusófono (brasileiro) a trabalhar em museus, como também em duas ocasiões tive direito a info impressa em português e num dos edifícios do Gaudí existe um serviço de audio-guia em português.
Tiago:
Eu reclamo. Muito. O Pedro pode confirmar. É uma filosofia de vida. Mas mais a sério: coisas há que não podemos deixar passar e quando for a Bilbao espero que leve a reclamação já pronta :)
A todos:
Como não fiquei satisfeito com a resposta à minha reclamação vou apresentar uma reclamação à resposta da minha reclamação :)
«Recordo-me de numa ocasião, já lá vai algum tempo, recebemos uma circular do ministério da educação que parecia codificada.»
Aconteceu o mesmo ao Major não vai muito tempo
Isso já é reclamite aguda :)
Eu tb reclamo muito, mas achei que naquele local em concreto era indiferente. Eles tentava demosntar uma posição. Ali era a Catalunha e não a Espanha e tudo o que eu viesse a dizer era disparatado.
Nalguns edificios do Gaúdi tb encontrei informação em Português, assim como no posto de turismo.
Tentavam demonstrar... é do cansaço :)