Patus Bravus Robustus
Como já tinha dito neste post, os patos-bravos têm uma certa inclinação pela água. Não resistem a uma falésia, a um bom pedaço de costa, a uma albufeira… enfim, o importante é montar ninho junto da água. Nos casos mais graves, o pato-bravo vai ainda mais longe e constrói dentro da água. Entre nós esta espécie exótica e infestante ainda não vingou, mas já existem alguns sinais claros de que, não tarda nada, estarão entre nós. Para já, na costa portuguesa nidificam apenas exemplares do Patus Bravus Vulgaris que se saciam com um simples bloco de apartamentos ou quanto muito com um hotel ou um campo de golfe. Esta espécie, na verdade, teme a água apesar de por ela se sentir atraída. O caso muda de figura com o Patus Bravus Robustus cujo canto parece ter, tal como o do Patus Bravus Vulgaris, um enorme poder de sedução sobre os autarcas, só que, neste caso, tem igual poder sobre os governantes de Lisboa. O canto deste predador consegue induzir as suas vítimas a um estado de inconsciência em que estas deixam de ter vontade própria, transformando-se em zombies veneradores do betão. Os autarcas são as suas principais presas, mas mesmos as espécies mais insuspeitas não estão livres deste temível predador: já foram registados casos de ecologistas-zombies. Trata-se, portanto, de um predador temível pela sua manha e capacidade de camuflagem. Toda a cautela é pouca. Deixamos de seguida algumas imagens que ilustram o que esta perigosa espécie de pato-bravo podia fazer caso invadisse o nosso ecossistema. Marina da Barra em Ílhavo. É o caso mais problemático. Neste momento assiste-se a uma ofensiva junto poder político para que este dê o dito por não dito aprovando (após 2 chumbos) este projecto em plena Ria de Aveiro. Aqui vemos o Secretário de Estado do Turismo, o presidente da C.M.Ílhavo e administradores do Porto de Aveiro debruçados sobre o bolo, perdão, sobre a maquete do projecto. Nautilus Island ao largo do Vale do Lobo, no Algarve. Chumbado sem contemplações. Nem que fosse pelo mau gosto na escolha do nome do projecto (que nem sequer é original). Mouchões do Tejo. Para lá estiverem previstas 3000 palafitas, 210 habitações, campo de golfe e, claro, SPA. Chumbado por enquanto e ainda bem. Etiquetas: Algarve, Ambiente, Aveiro, Marina da Barra, Portugal, Tejo |
Publicado por David Afonso às 03:01
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