Dolo Eventual

David Afonso
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José Raposo
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Graça Bandola Cardoso
[Aveiro]


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conformar-nos-emos com aquela realização.


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quinta-feira, outubro 15, 2009

A ERC é disparatada

Como ontem muito bem exploraram os grandes esmiuçadores da nação, a ERC condena o fim de um jornal quando ainda há muito pouco tempo lhe criticava os critérios editoriais, sem que haja nesta decisão um vislumbre de uma decisão informada sobre o processo de cancelamento do jornal.
A ERC diz que é ilegal mas não se percebe como pode ser ilegal o cancelamento de um programa semanal, de uma redacção que continua a trabalhar todos os dias em vários noticiários e num canal dedicado a notícias, se apenas um número residual de jornalistas é afectado e não a linha editorial. Tudo bem, até pode ser contrário à lei porque essa decisão apenas poderia ter sido tomada pela direcção de informação, mas a ERC limita-se a analisar os resultados produzidos e não as causas.
É como se a ERC dissesse ao mesmo tempo que todos os meios de comunicação social estão vedados da possibilidade de ajustes ou reestruturações internas, mas que quando elas acontecem não há mesmo nada que se possa fazer.
O que gostávamos de saber era se a ERC tinha encontrado influência política na decisão e que ela se revestia de um forte condicionamento à liberdade editorial do órgão de comunicação social e não a substituição de uma jornalista individual, e isso a ERC não fez, mas tb não justifica porque não fez até porque nos informou que vai fazer…
E assim, o que novamente gostaríamos de saber era se tentou saber, que meios afectou a esta investigação e que obstáculos encontrou já que nada destas conclusões parece ser muito claro.

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terça-feira, outubro 13, 2009

Complexo de inferioridade

Quem anda por aí a criticar e a assinar petições por causa do vídeo da Maitê Proença só pode estar a brincar, não é? É que só pode. Não é imaginável que alguém possa ficar mesmo ofendido ou incomodado por haver portas em Portugal com o número ao contrário ou supostos técnicos de informática que não sabem o que fazem
Eu conheço vários nessas condições, para além que destacar números colocados ao contrário numa porta é o que de mais leve se pode dizer das aberrações existentes neste país.
Deixem lá de ser pequeninos e mesquinhos e não tenham um cérebro do tamanho de uma ervilha. Abram um pouco as vossas vistas e lembrem-se que muitas vezes disseram que as francesas são porcas e não tomam banho, mesmo que provavelmente nunca tenham estado ao pé de uma francesa. Isso sim talvez ofenda alguém.
Deixem de pensar em termos de império colonial, até porque se não se lembram eu recordo, o império acabou... get over it...

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segunda-feira, outubro 12, 2009

Balanço

O balanço não é fácil de fazer, dependendo do jeito que dá a cada lado da barricada é possível interpretar os resultados como uma vitória.
De qualquer forma aquilo que inicialmente se previa, e que era uma derrota clara do PS nas autárquicas não se verifica, tendo o PS aguentado bem o embate e tendo mesmo crescido em todos os parâmetros que possam ser analisados.
O PSD consegue, por razões conjunturais, o maior número de câmaras e de juntas como se previa. Mas fica longe do resultado que Manuela Ferreira Leite pretendia para se poder manter na liderança do PSD até Maio.
O CDS desaparece em termos autárquicos nas coligações com o PSD, mas deverá ter menos eleitos em virtude de o PSD em coligação com o CDS ter obtido menos câmaras do que no passado.
A CDU consegue manter a influência na zona onde é costume eleger autarcas, mas perde mandatos e câmaras para o PS. Algumas relativamente surpreendentes como Beja. Mesmo assim consegue aumentar o número de votos em alguns locais embora a nível nacional os tenha reduzido. Neste caso especifico das autárquicas a CDU consegue manter o lugar de terceira força nacional.
Já a terceira força nas legislativas foi a grande derrotada da noite. O Bloco não consegue mais do que reeleger a autarca que em determinada altura lhe veio cair às mãos e não consegue eleger vereadores em Lisboa e no Porto como tinha por objectivo. Em termos totais de votos no país o Bloco foi inclusivamente ultrapassado pelos votos dos movimentos de cidadãos, tendo ficado em sétimo lugar, conseguindo um aumento muito pouco significativo no total de votos e mandatos em relação a 2005.
Amanhã haverá interpretações para todos os gostos, mas a única duvida é saber quando será a noite das facas longas no PSD.

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Vitória sofrida ou talvez não

Outra vitória sofrida, a de António Costa que ainda assim parece conseguir a maioria absoluta. Se calhar não foi assim tão sofrida, mas o precedente de 2001 e o efeito Santana a juntar à inexplicável demora em conseguir-se os resultados de algumas freguesias, adensaram o suspense e arrastaram estas declarações para o final da noite.
Costa ganha porque mereceu ganhar, tendo em conta os dois últimos anos em que muito se esforçou por pôr ordem numa casa que encontrou de rastos.
Além disso, reuniu-se das pessoas certas para Lisboa ter ideias novas e não ter mais do mesmo dos últimos anos de desgoverno Santana / Carmona.

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Vitória sofrida

A vitória anunciada agora por Manuela Ferreira Leite só pode contrastar com o ambiente daquela sala...
O PS ganha em número total de votos, em número de mandatos e sozinho consegue ter mais câmaras que o PSD a concorrer sozinho. É dificil alimentar as bases com resultados como este.

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O direito à ponderação

Afinal vai andar por aí a ponderar, o tacho de vereador se calhar não é atractivo e como agora está garantido sempre se pode fazer uma perninha no Partido e se correr mal lá se volta para a câmara.
Este comportamento é uma falta de respeito para todas as pessoas que acabaram de votar nele.
Pode ser que Pedro Granger também lá esteja na próxima candidatura, seja ela qualquer for. Afinal são quase sempre os mesmos...

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Agora é claro

António Costa vence Lisboa, mas a eleição esteve em risco até agora.
Santana consegue uma votação expressiva. Não é aceitável que este sujeito sem um plano, sem uma estratégia, capitalizando uma agenda oportunista que fala em TGV, em pontes, aeroportos e contentores, temas já batidos em eleições legislativas e em que muito pouco a câmara pode condicionar, consiga esta votação absurdamente grande para um politico que se contenta com qualquer cargo em qualquer buraco, fazendo habitualmente o que está a fazer neste momento. O menino guerreiro tenta explicar como foi vitima mais uma vez de um conluio de interesses para dar pontapés na incubadora.
Santana marca sempre pontos por atirar para ar a ideia de mais uns túneis, umas obras emblemáticas, umas festarolas e uns casinos e como o povo se engana com papas e bolos vai conseguindo sempre boas votações.
No discurso de Santana há sempre uma manipulação. Dentro e fora do seu partido, mas em que ele consegue sempre acabar prejudicado, mas com um tachinho que vai dando para pagar as contas.
É muito triste...

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domingo, outubro 11, 2009

Momento dejá vu

Em Lisboa isto começa a parecer demasiado com 2001...

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Não é apenas uma questão de interpretação

Os canais têm vindo a apresentar 15 vitórias conseguidas em coligação distintas entre PSD, CDS-PP, MPT, PPM e mais alguém que não me consigo recordar agora, como sendo vitórias do PSD. O que naturalmente não está correcto.

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O outro Portas

Aquele que afinal não tem lições para dar a ninguém, que é humilde e reconhece que o CDS-PP tem dificuldades em termos autárquicos.

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O outro Louçã

Aquele que afinal não tem lições para dar a ninguém, que é humilde e reconhece que o Bloco está ainda a aprender em termos autárquicos.

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E ainda no PSD

A vitória que todos os jornalistas diziam ainda em Setembro ser obviamente para o PSD, parece que pode não ser bem como se esperava.
O PS consegue roubar muitas câmaras ao PSD e em termos de votos totais vai à frente. Além disso torna-se insustentável a permanência de Manuela Ferreira Leite até ao fim do seu mandato se Moita Flores que se lhe opôs ganhar com a maioria expressiva que se prevê e se as suas apostas pessoais em Leiria e em Lisboa perderem como também se está a prever.

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A hora das perdedoras

Ana Gomes e Elisa Ferreira a fazerem o seu acto de contrição. Resta saber se vão voltar para Bruxelas ou se ficam por cá, nos mandatos de vereador que acabam de conquistar.

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1ª leitura nacional

A CDU foi prejudicada pela proximidade com as legislativas. A culpa em Lisboa é dos jornalistas terem favorecido uma bipolarização inexistente e o PS faz acordos secretos com o PSD para combater a imparável força comunista em Beja...

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PSD

Manuela ainda não falou mas começam a perfilar-se os candidatos à sua substituição.
Passos Coelho ganhou a Assembleia Municipal de Vila Real e lançou os dados para o futuro. Menezes terá ganho com larga maioria absoluta e faz um discurso contra o primeiro-ministro...

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Amadora

Apesar de ser aqui perto não conheço bem a realidade da Amadora, que certamente não se resumirá às proximidades da estação.
Ainda assim, Joaquim Raposo (que não é meu familiar) parece que vai confirmar uma nova vitória com maioria absolutíssima…A CDU nunca mais voltou a ser o que era neste concelho.

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Eu é que sou...


Muito bem lembrado por Daniel Oliveira no Arrastão, junto com um comentário sobre a estratégia autárquica do Bloco...

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Na RTP



Na RTP contínua o delírio fetichista pelas inovações tecnológicas mesmo que elas já tenham quase 8 anos.
Para quando um cameraman pendurado do tecto com aqueles cabos do Cirque du Soleil, com um cinto de gadgets que o José Alberto Carvalho utilizará em várias fases da noite eleitoral, baixando o cameraman com um toque no visor digital.

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Um dia chegamos lá

Um dia vamos conseguir correr com esta gente. Os Felgueirenses estão de parabéns pela opção democrática que demonstraram ter hoje, correndo com alguém que lhes deu sempre uma projecção mediática pelas razões erradas.
Correndo com alguém que teve sempre a suprema arrogância de achar que os felgueirenses estariam sempre ao seu lado, independentemente das circunstancias.
Correndo com alguém que sempre demonstrou uma total falta de cultura democrática e respeito pelos demais.
Pena que o eleitorado de Oeiras e Gondomar não tenham feito o mesmo.

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Sintra

"Sintra continuará a ser um município de afectos" palavras de Fernando Seara que certamente renovará a vitória de 2005 e que se aproxima da maioria absoluta. Expressão de Seara que honestamente eu não faço ideia do que significa e julgo que grande parte dos munícipes deste concelho também desconhece o significado, muito embora lhe tenham dado os seus votos.
Sintra continuará mais quatro anos com uma politica de aparências, de canteiros de relva ajardinados, de obras vergonhosamente apropriadas pelo Presidente de Câmara quando para elas nada contribuiu, de obras pagas por outros mas fechadas durante mais de um ano por responsabilidade da câmara para que o Presidente as pudesse inaugurar há duas semanas, de obras canceladas por incapacidade da câmara para agora o Presidente se poder arrogar ao direito de dizer que a câmara as pagará quando as recusou no passado.
Mas Sintra terá também de sobreviver com toda uma nova geração de Presidentes de Junta desta coligação de Seara, conhecidos que já são, em apenas 4 anos, casos de abuso de bens públicos para uso e benefício pessoal.
Os afectos é que contam...

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Manuela

Marques Guedes acaba de confimar a permanência de Manuela Ferreira Leite, pelo menos até Maio.

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Elisa

Apesar de tudo o que se disse e se viu e a confirmarem-se estes resultados, Elisa Ferreira consegue um excelente resultado no Porto, segurando muito do eleitorado socialista e evitando a hecatombe e humilhação que muitos adivinhavam.
Mais uma lição para o PS tirar das autárquicas. Talvez um outro candidato conseguisse ter melhores resultados...

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Já há vencedores

... e em todos os partidos e movimentos. A CDU cresce, o CDS-PP também, o Bloco refere um reforço do número de mandatos, Isaltino está eufórico e o PS terá um resultado positivo.
Temos de ficar todos felizes...

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Sem surpresas

Para já não há surpresas. A tendência para reeleger os incumbentes mantém-se. Parece que os portugueses não gostam mesmo nada de mudanças.

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Mais uma

Por impossibilidade de tempo acabei por não deixar aqui as minhas notas sobre Lisboa e Sintra, muito embora não seja difícil adivinhar qual a minha opinião.
De qualquer forma cá estamos para mais uma noite eleitoral, para sabermos se há alguém a atrever-se a fazer leituras nacionais do número de câmaras, duas semanas depois das legislativas e para ver se mais uma vez toda a gente acaba por vencer.
Os jornalistas também parecem estar atentos à possibilidade da Manuela atirar a toalha ao chão, mas não me parece que tenham essa sorte hoje à noite.

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sábado, outubro 10, 2009

O meu lado

Um dia destes, a música que animava a sede de campanha de Rui Rio era o hit telenovelesco «Você não vale nada mas eu gosto de você». Não vou sequer tentar compreender os sinuosos caminhos do marketing político que levaram a isto, mas acredito que esta declaração de amor seja partilhada pelo eleitorado laranja, isto é, acredito que todos os que votam no Rui Rio fazem-no apesar de conhecerem bem as limitações do candidato. As eleições são também uma questão de afecto, já se sabe, mas seria bom que parássemos para pensar um pouco. Acredito que Rui Rio, Elisa Ferreira e Rui Sá estão perfeitamente aptos a exercer a presidência da Câmara e que Teixeira Lopes daria um formidável vereador (com ou sem pelouro). Não serão candidatos de sonho, mas é o que se arranja e é com eles que temos de nos entender.

Ao contrário do TAF, não votarei Rui Sá apesar de apreciar muito positivamente o seu trabalho na oposição (se ignorarmos uma ou outra atoarda, mas de resto, quem não as comete?) porque ainda não lhe perdoei o facto de se ter coligado no passado com o CDS-PP e PSD e de agora concorrer de novo e de uma forma calculista ao pouco invejável posto de muleta (seja lá de quem for).

Não votarei de igual modo no Teixeira Lopes apesar de toda a simpatia que me merece. O BE precisa de criar lastro e de crescer nas autarquias e este candidato seria certamente uma mais-valia em qualquer equipa de vereação. Simplesmente, será vítima do meu calculismo eleitoral. É que os tempos não estão para brincadeiras, como quase todos os candidatos reconhecem. Em todo o caso – e pensando mais no país do que apenas no Porto, não deixarei de votar BE para a Assembleia Municipal (o trabalho de José Machado de Castro é digno de nota) e Junta de Freguesia porque o partido parece ter chegado ao limiar da esfera da governação e, mais cedo ou mais tarde, não deixará de ser chamado a assumir as suas responsabilidades, pelo que precisa, a bem do país, de começar a formar quadros políticos capazes e essa formação faz-se, em grande parte, pelo exercício do poder autárquico.

Chegados aqui, não será difícil adivinhar em quem votarei, mas deixem-me explicar porque razão não posso votar Rui Rio. Começo por reconhecer que não virá mal de maior ao mundo se Rui Rio vier a ser reeleito. Mais quatro anos, menos quatro anos não é nada para uma cidade que sobreviveu ao cerco, às invasões francesas, a séculos de centralismo sulista e, convém não esquecer, a oito anos de governo PSD/CDS-PP nos quais devo reconhecer democraticamente também algumas virtudes e não apenas defeitos. O problema é outro: 1) A boa governança das cidades reside na promoção e manutenção da coesão das redes sociais, culturais e económicas que a constituem. Governar é suturar. É um trabalho para o qual se exige um certo talento democrático não compatível com uma atitude de conflito como modo de vida; 2) De ruptura em ruptura estava à espera que Rui Rio tivesse a coragem de avançar para a ruptura final, rompendo com a sua própria propensão para o conflito e com uma parte substancial das suas políticas. Todavia, em vez disso, declara-se satisfeito consigo próprio e reencaminha praticamente a mesma equipa. A imagem transmitida não é, infelizmente, a de um líder resoluto mas de um político resignado. No horizonte do Porto não se adivinha nada de novo e «daqui a cem anos ainda existirão problemas por resolver» esclarece-nos o candidato. Diria que Rui Rio foi tomado por uma estranha forma de nihilismo administrativo: a cidade é para se ir governando, não se espere que se faça alguma coisa dela. 3) Para além disso, Rui Rio tem dado sinais preocupantes de ventriloquismo político dado que tem verbalizado posições que são mais próprias do seu parceiro de coligação do que da tradição social-democrata. Foi um momento particularmente arrepiante ver a cantiga do RSI cantada a duas vozes entre Rio e Portas. Aliás, a canibalização do PSD pelo CDS-PP poderá se estender bem para lá do mero discurso político: Se Rui Rio abandonar a Câmara para desempenhar outras funções, será o seu número dois e representante do CDS-PP a assumir a presidência da Câmara? O que pensará disto a cidade? E os sociais-democratas?

Sobra-nos Elisa Ferreira. Não será a candidata ideal pelas razões sobejamente conhecidas e, de resto, exploradas até à náusea pela concorrência, mas trata-se da única candidatura que procura desenhar um horizonte de esperança para a cidade. O currículo de Elisa Ferreira fala por si e apresenta-se rodeada de uma equipa muito capaz (muitos, muitos, muitos pontos acima da equipa de Rui Rio) que não envergonharia nenhum governo nacional. O facto de não ter o apoio do PS-Porto não fragiliza em nada a candidata, bem antes pelo contrário: a avaliar pelos rumores que saem do interior do aparelho socialista portuense, Elisa Ferreira não poderia arranjar melhor carta de recomendação do que esta. Por mim, já chega deste Porto ensimesmado. Fico, como sempre, do lado dos optimistas.

sexta-feira, outubro 09, 2009

A minha pequena aldeia suburbana

Seguir uma política em que falta o realismo não me parece ser o ideal para se ganhar em proximidade com os cidadãos. Haver candidatos a Juntas do Cacém, que já tendo de viver inevitavelmente à sombra dos candidatos a Sintra, ainda por cima insistem em dizer que é aqui que gostam de viver e que querem recuperar o orgulho de aqui viver, não é algo do campo do realismo, mas sim do foro psiquiátrico.
O meu voto seria muito melhor entregue a alguém que me dissesse que não era do Cacém (de qualquer forma quase ninguém é), que isto é uma grande trampa (só não vê quem não quer), e que com base nesses pressupostos enunciasse ideias e propostas para que isto se torne minimamente suportável (já que não é possível ter orgulho por um monte de betão de segunda categoria).
Sempre que uma pessoa lê estes programas fica com a sensação de que aquela localidade que ali se fala é algures na Beira Baixa ou no Alentejo (sítios de onde realmente as pessoas vieram) e que todos sentiríamos o maior orgulho por poder organizar jogos de sueca para a terceira idade, um rancho ou uma banda que nos anime os fins de tarde à soleira das portas, umas exposições sobre a autenticidade do mundo rural ou como gostamos que se transforme pequenos terrenos baldios em canteiros de relva para lhes podermos chamar jardins. Tudo perfeitamente inútil.
Os verdadeiros problemas do Cacém, de Sintra e de todas as zonas urbanas não se compadecem com uma visão idílica da pequena aldeia campestre onde as crianças brincam na rua até à hora de jantar. As nossas crianças não brincam nas ruas, a não ser que os pais as tenham abandonado ou já não tenham mão neles.
O problema destes candidatos, não é só uma total falta de ideias válidas, é uma total falta de conhecimento ou formação sobre os verdadeiros problemas sociais e de infra-estruturas no urbanismo feito às três pancadas como o do Cacém. No fundo são pessoas escolhidas para fazer alguma coisa para a qual não estão manifestamente preparadas, mas não sabem. Um mal que cada vez parece afectar mais gente neste país.

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quinta-feira, outubro 08, 2009

Cretinos Fedorentos

Foi uma cena triste que se viu: Ricardo Araújo Pereira e a sua trupe tiveram de "entrevistar" os candidatos à Câmara Municipal do Porto não lhes saiu nada melhor do que umas graçolas futebolísticas e dali não saíram. É que nem se dão ao trabalho de fazer o TPC. Já antes havia aquele personagem tipo autarca-mafioso que se fazia apresentar com a ponte D. Luís ao fundo (e Oeiras é, como toda a gente sabe, uma localidade do norte de Portugal), agora é esta ignorância militante sobre tudo o que se passa para além de Lisboa. Daí que não lhes ocorra mais nada sobre a cidade do Porto que não o FCP. Bando de cretinos!... É que nem percebem que as pessoas se estão cagando (como diria Ferro Rodrigues) para esse tipo de humor.

quarta-feira, outubro 07, 2009

E as autárquicas pá?

Eh pá, lembrei-me agora. É já no domingo e ainda nem escrevemos nada...

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O ar fresco da nova Madeira

"Um secretário regional foi agredido por um polícia do continente." Palavras de Alberto João Jardim que dividem a Polícia de Segurança Pública em duas. Agora temos a Polícia do continente e a Polícia da Madeira. A do continente é uma força colonialista agressora e a Polícia da Madeira constitui-se em guarda pretoriana do Presidente do Governo Regional.
A intenção do afastamento da Polícia da guarda pessoal do Presidente do Governo Regional era afinal outra. Alberto João não pretendia ser protegido pela Policia do continente, para os seus capangas agirem livremente contra aqueles pequenos incómodos da “velha Madeira”, como as notícias de hoje vêm provar.
É o Alberto João que aos poucos vai mostrando a sua verdadeira face, sempre que não suporta ser combatido pelos seus próprios métodos. É o Alberto João bafiento que ainda quer passar a ideia que personifica a nova Madeira.
Asfixia? Aonde? Pois, no continente…

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sexta-feira, outubro 02, 2009

A batuta de Belém

Ora ai está o caminho para isto se tornar ainda pior do que já está e pela voz de quem, senão o novo porta-voz sem pasta de Belém, José Manuel Fernandes.
Nada mais que uma hipótese discutida por mim com várias pessoas, quando nos questionávamos sobre o que era possível Cavaco fazer para piorar a relação com o governo , a de o Presidente apenas pretender indigitar o primeiro-ministro após a criação de uma coligação parlamentar sólida, com um partido à direita do PS, tudo devidamente abençoado por Belém.
Mais um piscar de olho ao bloco central, com a confissão do porta-voz, da inevitabilidade de alguns países em situações complicada, como a nossa, de terem de reunir os seus melhores no poder...
A declaração ao país de Cavaco começa a fazer cada vez mais sentido. Pode ter surgido para criar um forte condicionamento do PS logo a seguir às eleições legislativas que ganhou em maioria relativa, para criar espaço de manobra a Belém para impor a um PS supostamente fragilizado pela frontalidade presidencial e pelos votos, uma solução governativa na qual o PS e muito provavelmente o país não está interessado.

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