As mais belas rotundas de Portugal [78º]
![]() Rotunda do Cubo na EN 125, em Olhão, Faro. Etiquetas: Rotundas |
David Afonso
[Porto]
Pedro Santos Cardoso
[Aveiro/Viseu]
José Raposo
[Lisboa]
Graça Bandola Cardoso
[Aveiro]
Se a realização de uma tempestade for por nós representada como consequência possível dos nossos textos,
conformar-nos-emos com aquela realização.
odoloeventual@gmail.com
Para uma leitura facilitada, consulte o blogue Grandes Dramas Judiciários
Visite o nosso blogue metafísico: Sísifo e o trabalho sem esperança
O Dolo Eventual convida todos os seus leitores ao envio de fotografias de rotundas de todos os pontos do país, com referência, se possível, à sua localização (freguesia, concelho, distrito), autoria da foto e quaisquer dados adicionais para rotundas@gmail.com
Para uma leitura facilitada, consulte o blogue As Mais Belas Rotundas de Portugal
![]() Rotunda do Cubo na EN 125, em Olhão, Faro. Etiquetas: Rotundas |
... estou agora também n'O Velhinho, a convite do Nuno. Até ao momento já postei a magnífica quantia de dois posts. Etiquetas: Blogosfera |
Temos vindo a assistir nos últimos dias a uma inflexão do assunto do aborto na Madeira, com a colaboração da nossa acrítica comunicação social, que não questiona, não analisa, nem expõe, deixando todo esse trabalho para os analistas políticos, conotados que estão com os mais variados partidos. A questão do aborto na Madeira passou subitamente a ser um problema de execução, e não foi nada disso que o Alberto João pôs em causa. Marques Mendes mente, na altura em que diz que a lei é que foi mal pensada e que o PSD-Madeira não põe em causa a legitimidade das leis da República. O que o PSD-Madeira e o seu presidente colocaram em causa, não foi a capacidade de darem resposta às interrupções voluntárias da gravidez que viessem a ocorrer no arquipélago. Como todos recordarão (a nossa memória curta, não pode ser assim tão curta) a objecção do governo regional era a própria constitucionalidade da lei e segundo o próprio Alberto João, a lei não seria aplicada antes de o Tribunal Constitucional se pronunciar. Ora, numa altura em que se sabe que o pronunciamento do Constitucional não passava de um golpe de teatro de Alberto João, uma vez que nem o seu governo, nem o grupo parlamentar do PSD-Madeira pediram qualquer fiscalização da constitucionalidade, o assunto migra para o problema da execução da lei, com o aval de Marques Mendes. |
E agora quem é que convence o barbudo com ar obstinado, de que não pode ter centrais nucleares? Etiquetas: França, Médio Oriente |
A deputada madeirense acusa também a oposição de «passar um atestado de menoridade e de ignorância às mulheres madeirenses que não precisam desta lei para tomar uma decisão destas», pois «quando precisavam de fazer abortos iam lá fora» . [Leia-se: «as mulheres madeirenses sabem muito bem violar a lei quando é preciso»]. ¤¤¤ E, com isto, de olhos postos no final feliz que se avizinha, a ilustre deputada restabelece a dignidade das mulheres madeirenses, que são inteligentes o suficiente para fazer uma IVG lá fora. O problema de haver mulheres madeirenses inteligentes e sem dinheiro é um falso-problema, já que as mulheres madeirenses são todas ricas. ![]() ¤¤¤ Dúvida que me inquieta o espírito incauto: qual a função das mulheres estéreis e na menopausa? |
A deputada do PSD Rafaela Fernandes foi a estrela da manhã parlamentar, responsável pela defesa da proposta. Segundo a jovem advogada social-democrata, "o aborto não será, com certeza, a primeira decisão de uma mulher porque é contra-natura. A função das mulheres é, precisamente, a da procriação", disse. Para quando o regresso ao lar de todas as mulheres contra-natura que têm empregos que desrespeitam o carácter patriarcal da família portuguesa? E para quando uma legislação que classifique as mulheres com base na sua fertilidade potencial, de forma a não defraudar as expectativas do macho lusitano? |
Confesso que fui apanhado de surpresa. Não é que nunca me tenha ocorrido a possibilidade de ser feita prova do criacionismo através de tornos mecânicos, pensos higiénicos ou mesmo refrigerantes marca Dia. Mas através de frascos de manteiga de amendoim, é preciso originalidade. Etiquetas: Religião |
Etiquetas: Rotundas |
![]() Parede no Cacém, reflexo da intensa luta política de outros tempos, para além de uma grande confusão quanto ao perfil das forças políticas em causa... Etiquetas: Outros tempos, Política Nacional |
Foi você que pediu uma deriva autoritária? É que não fica nada bem andar a apontar o dedo na Assembleia ao governo, perante a evidente hecatombe da democracia às mãos destes fachos mascarados de socialistas, quando depois se arranja um problema destes em casa. “…quer pensar se vale a pena "ser figurante nesta comédia" que está em cena. …acusa o líder do partido de ter feito à sua medida" o "calendário e as condições" para a eleição dos próximos órgãos dirigentes do partido. Menezes acusou o líder do partido de querer "ir a jogo sozinho", salientando que "quem está no poder consegue condicionar o voto de 20 mil militantes, mas não consegue o mesmo para 120 mil" |
![]() ![]() Segundo Marques Mendes, Portugal está bem em comparação com o Burundi, mas não em relação ao resto da Europa. Faça o jogo das diferenças e depois responda se é sério comparar as duas realidades, ou se é simplesmente demagógico. Etiquetas: Humor, Política Nacional, Portugal |
O processo de paz passa por Lisboa e por isso é preciso que Lisboa fique em pé de guerra. Um helicóptero da Força Aérea Portuguesa; um número significativo de recursos; caças F-16 em prevenção; meios da Marinha no Rio Tejo; Grupo de Operações Especiais (GOE), na vertente de contra-snipers nos telhados; Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS), que selarão as instalações; cães treinados; 276 elementos, distribuídos por 24 equipas e 60 motos; veículos blindados e à prova de bala; Corpo de Intervenção (CI) e de elementos das Brigadas de Intervenção Rápida; ruas cortadas, locais de estacionamento fechados e hotéis interditos ao trânsito. Para mim, como mero observador, é estranho perceber qual a paz e qual o processo que se pretende discutir em Lisboa. Que coisa estranha esta em que o suposto mundo livre se vê na obrigação de manter aqueles que elegeu, longe do olhar e proximidade de todos, ao ponto do exercício da coisa pública se assemelhar mais a uma prisão. Que paz procuramos? E inevitavelmente contra quem a pretendemos impor? Quem é que a pretende negociar e de que forma e sob que critérios escolhem quem são os legítimos interlocutores? É uma paz não desejada por todos e mal negociada por alguns. Só uma imposição justifica que a milhares de km de distância de um conflito, seja necessário sitiar uma cidade em que a paz se discute. Etiquetas: Médio Oriente |
«Laços de desamor e abandono», por Isabela, n'O Mundo Perfeito. Etiquetas: A vida como ela é, Mãe é quem cria |
Diz o João Miranda que os dois casos são muito similares. Os dois casos não são nada similares. Uma coisa é um tribunal proceder ao julgamento da decisão política de encerrar alguns blocos de parto que não dispõem de condições adequadas e que não realizam o número de partos considerado suficiente; decisão política que cai no âmbito da discricionaridade própria de um executivo que pode optar na melhor forma de concretizar o direito à saúde, consagrado na Constituição; decisão política que não é ilegal, porquanto não viola nenhuma lei em sentido amplo. Outra coisa é um tribunal proceder ao julgamento da decisão política de recusa de aplicação de uma lei da República, no caso a nova lei da IVG no arquipélago da Madeira; decisão política que não cai no âmbito de discricionaridade própria de um executivo, que não pode optar entre aplicar ou recusar-se a aplicar leis da República; decisão política que é ilegal, porquanto viola a lei. No primeiro caso não fica em causa a separação de poderes, no segundo caso fica em causa a separação de poderes. ![]() O Homem e o chimpanzé partilham a maioria dos seus genes; à primeira vista, dir-se-ia que são muito similares. Mas não são nada similares. |
Na Nova Zelândia, considera-se a criação de cursos de prostituição. Etiquetas: Ensino |
Está encerrado o dossier Lisboa, e esperamos que pelo menos pelo prazo previsível de 6 anos. Lisboa necessita disso mesmo, e todos os que lamentam o estado a que a cidade chegou assim o exigem. Nenhuma surpresa nos resultados. António Costa vence sem a maioria absoluta que dificilmente conseguiria atingir, de acordo com todas as sondagens. Ainda assim, António Costa têm a possibilidade de com acordos com vários outros eleitos, fazer aquilo é que essencial para a cidade. É essa a responsabilidade do Presidente da Câmara eleito, mas também de todos os que se constituíram como alternativa para Lisboa. Mas é impossível passar ao lado de alguns dados desta eleição. Afinal Helena Roseta conseguiu roubar votos a todos os candidatos mas não conseguiu cumprir com as expectativas com que se lançou a estas eleições. A candidata, recém independente, que passou a maior parte da sua campanha em exercício retórico contra a candidatura do PS e contra o trabalho do governo, estratégia em que aliás se envolveram todos os candidatos, não foi capaz de ir além de 2 vereadores e não chegou em altura nenhuma a ameaçar a vitória de Costa, como alguns chegaram a prever. Os eleitores de Lisboa, ou apreciam positivamente o trabalho do governo, ou realmente acharam que essa não era a questão essencial. Carmona, que juntamente com Santana Lopes são os responsáveis por esta situação calamitosa da Câmara de Lisboa, conseguiu passar bem a ideia de coitadinho, vítima das circunstâncias partidárias que o queriam queimar, vítima das sempre tão famosas, quanto inverosímeis, cabalas contra o seu trabalho, consegue um bom resultado, conhecido que é o nosso apelo pelos coitadinhos. Outra questão da qual não é possível fugir é a derrota do PSD e da restante direita. Fernando negrão confirma que não passava de um candidato de recurso a quem a boa vontade não chegou. Esta crise aberta no PSD era evidente e é bem mais profunda do que se imaginava. O PSD perde estas eleições para o anterior cabeça de lista do partido em 2005, o que apenas reflecte que o problema está no partido e não apenas nas caras que protagonizam os projectos. É pior para Marques Mendes ter Carmona em segundo do que António Costa ter ganho. Aparentemente nada funcionou na distrital de Lisboa. Mendes não consegue fazer valer as suas ideias no partido e as bases, especialmente estas de grandes distritais, não ligam nenhuma ao que diz. Ainda que com grande parte das freguesias e a Assembleia Municipal, o PSD dividiu-se numa campanha incipiente e sem sentido, onde quase ninguém fez companhia a Negrão, desejosos que estavam de acompanhar Carmona. Apenas fica por saber se é desta que Mendes cai, ou os potenciais candidatos ainda o vão deixar em lume brando até 2009. O CDS-PP perde aquilo que já não tinha, com a saída da Maria José. A possibilidade de manter um vereador, num partido cheio de gente pedante que até aprecia as oportunidades de aparecer na tv quando os congressos ou os conselhos nacionais acabam à estalada, mas que cada vez mais enfrenta uma crise de protagonistas sem precedentes. São sempre os mesmos, aos mesmos cargos e dão sempre uma enorme tónica de fim do mundo a tudo o que fazem, para ver se convencem mais uns parvinhos. Por vezes o fim do mundo acaba por acontecer e no CDS-PP acontece com uma sucessão dramática. Mais umas demissões que mais tarde ou mais cedo terão inevitavelmente que significar novos cargos e mais períodos de reflexão pessoal para saber se esse grande vulto do pega e larga da politica portuguesa, desta vez fica ou nos faz o especial fazer ir novamente embora para voltar mais perto de 2009. Etiquetas: Lisboa |
O eBay é um local fascinante para quem gosta de se locupletar à custa alheia. Até 22 de Julho encontra-se em leilão a «Solução Para a Guerra no Iraque». A base de licitação era de US $1,00. Até ao momento, houve 83 licitações e o sortudo já angariou US $6.500,00. Estes tipos é que se safam. Etiquetas: Globalização, O fim dos tempos |
A desventura máxima é a solidão. É tão verdade que o reconforto supremo - a religião - consiste em encontrar uma companhia que nunca falhe - Deus. A oração é um desabafo, como com um amigo. A obra equivale à oração, porque nos põe em contacto com os que dela tirarão proveito. O problema da vida é, portanto, o seguinte: como romper a nossa solidão, como comunicar com os outros. Assim se explica a existência do matrimónio, da paternidade, das amizades. Mas que a felicidade resida nisto, balelas! Porque se deva estar melhor comunicando com os outros do que só, é estranho. É talvez apenas uma ilusão: a maior parte do tempo, estamos muitíssimo bem sós. É agradável ter, de tempos a tempos, um odre em que nos possamos despejar e, em seguida, bebermo-nos a nós próprios: dado que pedimos aos outros apenas aquilo que já temos em nós. É um mistério o motivo por que não basta perscrutar e beber em nós próprios e seja preciso reavermo-nos por intermédio dos outros. (O sexo é um incidente: o que recebemos é momentâneo e casual; pretendemos algo de mais secreto e misterioso de que o sexo é apenas um sinal, um símbolo). Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver' Etiquetas: Citações |
Se A = cão e B = gato, então A = gato. Se C = sopa de legumes e D = sopa de feijão, então C = cão. Se José Saramago defende que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e que tal país passaria a chamar-se Ibéria, após negociações, para não ofender os portugueses, então Isso não seria "uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira" e "Portugal não passaria a ser governado por Espanha, passaria a haver representantes de ambos os países num mesmo parlamento". Etiquetas: Máquinas de silogizar |
«1. O objectivo essencial do aumento continuado e regular dos prémios de seguro que tem ocorrido em Portugal no âmbito do seguro obrigatório de responsabilidade civil por acidentes de viação não é o de garantir às companhias seguradoras a obtenção de lucros desproporcionados, mas antes o de, em primeira linha, assegurar aos lesados indemnizações adequadas. 2. Não vigora no nosso ordenamento jurídico nenhuma norma positiva ou princípio jurídico que no âmbito dos danos não patrimoniais impeça a atribuição duma compensação ao lesado sobrevivente superior ao máximo daquela que habitualmente tem sido atribuída pelo Supremo Tribunal de Justiça para indemnizar o dano da morte (entre 50 e 60 mil euros).» [Continue a ler Ac. STJ de 05-07-2007][Via JusJornal] |
Um preso romeno interpôs uma acção contra Deus, mas não conseguiu ter sucesso, uma vez que os advogados não o conseguiram encontrar. [link] Etiquetas: Justiça divina |
Depois de a Ordem dos Advogados ter começado apenas por reconhecer erros gramaticais na prova de Processo Penal do passado dia 30 de Junho, prova esta a que eu me submeti para terminar o meu estágio, testemunhando a minha e a agonia de todos os meus Colegas face a uma prova ambígua, surge agora o comunicado de 9 de Julho onde a mesma diz: «Relativamente ao exame de Prática Processual Penal foram detectados erros no enunciado da prova, resultantes de uma correcção imperfeita das alterações realizadas ao respectivo texto inicial, no qual se mantiveram algumas expressões e palavras que, após a correcção, deveriam ter sido suprimidas. Tais erros, apesar de não terem impossibilitado o entendimento da prova, tornaram-no, pelo menos em algumas das questões formuladas, menos inequívoco do que o que seria desejável. (...) Foi ponderada a possibilidade de repetição do exame. Todavia esta solução, se aplicada a todos os candidatos à advocacia, revelar-se-ia injusta para aqueles a quem, apesar das circunstâncias já referidas, a prova tivesse corrido bem. Por essa razão e com a prévia concordância da Comissão Nacional de Estágio e Formação, foi proposta ao Conselho Geral, e por este aprovada, em reunião de 6 de Julho último, a realização de uma prova extraordinária só relativamente ao Processo Penal, mas apenas para os candidatos à advocacia que, após terem tido conhecimento das suas classificações, a pretendam realizar. A prova extraordinária efectuar-se-á no próximo dia 15 de Setembro de 2007. » (link) As queixas destarte tiveram o efeito pretendido, denunciar os erros na elaboração da prova e acautelar os interesses dos estagiários, depois de um estágio de dois anos e muitas horas de estudo para um exame que tem a duração de 5 horas, três matérias de direito distintas e tudo isto feito no mesmo dia. |
Facto 1: Senhora jovem trava conhecimento, a altas horas da madrugada, com cavalheiro, agente de autoridade, acabado de sair do serviço, tendo o encontro sido prolongado para as cavalariças do posto da GNR local. Facto 2: Senhora, agora vítima, apresenta queixa contra o policial por alegado crime de cariz sexual pois, segundo ela, ter-se-á masturbado à sua frente. Questão 1: Porque razão as cavalariças seriam mais atractivas do que o local de diversão nocturna onde se encontravam? Questão 2: Pensava a senhora que ia ver póneis ou unicórnios? Etiquetas: Encontros equestres |
FAZER TÍTULOS DESTES NÃO É CRIME EM PORTUGAL! Etiquetas: Media |
![]() 1) Pode ela evitar que a viatura seja penhorada. 2) Só depois da penhora é que Marta pode reagir provando que o carro é seu, porque já foi ordenada pelo Juiz. * proposta de solução em futuro post. Etiquetas: Casos jurídicos, Direito |
Na semana passada os australianos revelaram os seus interesses pessoais pelo Iraque. Parece que a essencial queda do regime selvagem de Saddam e as famosas WMD’s não foram a motivação aussie para o envolvimento com a suposta coligação internacional na guerra do Iraque. Outras motivações, mais mesquinhas, terão motivado John Howard a estar presente no médio oriente. Mesquinhas, mas importantes. Tão importantes que parece haver um consenso daqueles que muito apreciamos por cá. Daqueles em que todos os partidos fazem um pacto de regime sobre várias matérias tornando-as quase sagradas aos olhos da opinião pública. Bons exemplos de como a hegemonia partidária sobre algumas matérias pode perpetuar uma situação errada, mas apresentada como positiva pelos partidos. Mas enfim, a transparência é sempre melhor em política que o segredo, e honestamente mais vale tarde do que nunca. Mas se o interesse australiano pelo Iraque é o petróleo, qual é o interesse australiano em Timor? O mesmo claro está… Depois de umas tranquilas eleições presidenciais a caminho de umas legislativas onde o poder realmente se disputava, Timor foi capaz de recuperar um pouco a tranquilidade que permite às organizações internacionais fazerem o seu trabalho e essencialmente permitiram organizar um escrutínio eleitoral sério e seguro. Ao contrário das piores expectativas, o acto eleitoral decorreu com total normalidade, apesar da já tradicional escassez de boletins que o sistema timorense de se poder votar em qualquer mesa de voto, mesmo que longe da área de residência, permite. Talvez sem surpresa a Fretilin ganhou e precisamente por isso volta a haver uma instabilidade latente no país. Já toda a gente percebeu que em Timor se disputam dois tipos de visão sobre o futuro do país. Onde tudo o que cheire a Fretilin é mau e tudo o resto pode ser tranquilamente implementado desde que Xanana aprove, mesmo que seja uma espécie de voto em branco. Façamos um paralelo com a situação em Portugal no PREC. A certa altura parecia que o país era a Cuba da Europa. Todo o país respirava vermelho, só se via vermelho e aparentemente todas as politicas eram vermelhas. O PCP parecia dominar tudo e todos e o povo parecia acompanhá-lo. Ora a grande diferença em relação a Timor é que a movimentação de rua do PCP em Portugal nunca foi sancionada nas urnas pelos portugueses e no caso timorense a Fretilin continua a ser sucessivamente legitimada pelo votos. Criar uma coligação pós-eleitoral maioritária no parlamento com o único propósito, não de governar o país, mas afastar o legítimo vencedor das eleições de o governar, só podia vir de esse grande herói que optou pela demissão do primeiro ministro (em vez da sua), após ter visto um documentário numa televisão australiana. A única coisa correcta e que devolveria estabilidade ao país sem vinganças de parte a parte, era Xanana ou qualquer outro partido mais pequeno encontrar um entendimento com o partido vencedor de forma a assegurar um governo estável, aliás como é preconizado pela Fretilin numa comunicado de imprensa com destino a Ramos Horta. Se por acaso Ramos Horta convidar a Fretilin a formar governo e a procurar uma solução estável de governo e Xanana se opor, ou se em alternativa, Ramos horta não convidar a Fretilin e for convidar directamente Xanana para formar governo com a recente coligação, Timor voltará a ser um banho de sangue. E os culpados serão à vez um de dois grandes resistentes e heróis. Ou Ramos Horta ou Xanana. E onde é que está a Austrália a apoiar a estabilidade política do país onde desinteressadamente se envolveu? Etiquetas: Timor |
![]() Carina, Sandro e Ruca também vão. "Se tiverem a agenda vazia ou coisas ainda mais medonhas para fazer como tomar um chazinho com a Mário Lino", visitem a exposição da ilustração de Pedro Vieira. Vai haver jam-session. ¤¤¤Trem Azul Jazz Store, Rua do Alecrim 21 - Lisboa Etiquetas: Eventos |
«Depois dos alunos do 12.º ano, chegou a vez dos advogados-estagiários denunciarem erros de forma e conteúdo na prova nacional de Prática Processual Penal. Para além dos erros ortográficos e de sintaxe "de palmatória", os candidatos a advogados queixam-se da abordagem "ininteligível" dos factos destinados à análise. Por isso, exigem a anulação da prova e a sua repetição. A Ordem dos Advogados (OA) reconhece apenas os erros gramaticais e assegura que serão tidos em conta aquando da correcção.» [link] Sem a menor sombra de dúvida. Há passagens na prova que foram feitas por tradutores de português da ilha de Java. |
Um psicólogo de 43 anos usou três alteregos da sua paciente, de 44 anos: um, para ter sexo com ela; outro, para fazer dela sua empregada doméstica; e outro, para que ela lhe pagasse as férias. Estes tipos não dormem em serviço. As Nações Unidas garantem que o problema da droga está sob controlo. Estes tipos dormem em serviço. |
![]() Não tenho nenhuma razão especial para publicar esta fotografia horrenda, mas também não tenho nenhuma razão especial para não publicar. Etiquetas: A ver se a minha namorada não vê isto |
![]() Photografia: Bruce Stotesbury Etiquetas: Mundo animal |
Ontem perguntaram-me para que é que servem as testemunhas ambulatórias. ![]() As testemunhas ambulatórias?, pensei eu, As testemunhas ambulatórias servem para andar de um lado para o outro. Quando exaustas da árdua tarefa para que foram designadas, as testemunhas ambulatórias poderão, eventualmente, vir a ser admitidas a descansar. Mas apenas se homens de antenas amarelas o permitirem, e nunca ultrapassando o limite de dois minutos por semana. Fora isso, as testemunhas ambulatórias andam, andam sempre, sempre sem parar. ¤¤¤ As testemunhas ambulatórias?, disse-lhe eu, As testemunhas ambulatórias são testemunhas que irão falar bem de si. Etiquetas: Momentos de contenção |
![]() Artigo 25º da Constituição: "A integridade moral e física das pessoas é inviolável." "Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos (...) degradantes ou desumanos." A Constituição Portuguesa não engana, é o nosso santo Graal, ou deveria. Enquanto o país andava em histeria colectiva com o caso da menina inglesa, já este país tinha passado por mais dois episódios arrepiantes de incompetência aliada à arrogância de quem decide. Curiosamente ou não, estes factos passaram-se com dois docentes do ensino secundário e os dois este ano faleceram a lutar pelo direito ao descanso, pelo direito à própria doença da qual padeciam. Foi-lhes negado rotundamente o direito a combaterem, estarem e a viverem a sua doença, com toda a dignidade e forças que lhes restassem. Artur Silva e Maria Manuela morreram a tentar provar aos outros aquilo que estava medicamente diagnosticado e visivel a todos os que com eles privavam. As juntas médicas que apreciaram, ou devo dizer, não apreciaram mas decidiram, por pouco não adivinharam que os professores estavam no limiar das suas vidas. O poder é tanto, que a junta médica decide sem convocar os visados, o que só pode indicar que têm uma bola de cristal, Maria Manuela conseguiu a aposentação uma semana antes de falecer, podemos todos imaginar a (in)satisfação que sentiu e Artur Silva viu negado o pedido de aposentação sem ter sido convocado para a JM. A pergunta mais do que óbvia e já feita por muitos está sempre presente e é sempre oportuna para relembrar a incompetência, arrogância do que aqui está em causa: Como é que um professor completamente afónico, devido à cirurgia, dá aulas de filosofia? Como é que uma professora que já não conseguia alimentar-se a si própria consegue dar aulas de educação tecnológica? Os senhores da JM alguma vez entalaram um dedo numa porta, para terem um cheirinho de dor? Multipliquem-na por dois, todos os dias seguintes, para se perceber o que é padecer de um cancro, o próprio e a família. Isto deixa-me com curiosidade para saber quem faz ou pode fazer parte de uma JM...Pedro Nunes, bastonário da Ordem do Médicos, diz agora que irão passar por formação específica os Drs. destas juntas. Mas então estavam lá veterinários, biólogos ou astronautas?? E SÓ AGORA? As queixas, ainda que amiúde, não são de agora e outras chegaram aos ouvidos do Bastonário e depois deste alarido lá terá pensado "Até já era altura de eu me levantar da cadeira e ver afinal o que é este zum zum". E que tal obrigar estes senhores da Junta Médica a trabalhar também até morrer, sem ter direito à boa da aposentação? Para eles seria mais do que justo já que a sua máxima foi "Deixar de trabalhar só morto" ao invés da famosa "Trabalhar nem morto". Foi uma violação à dignidade e integridade pessoal, um tratamento degradante e desumano em relação a Artur e Maria Manuela. Também me revolta que o Colega de Artur Silva , Miguel Soares tenha agora decidido ser solidário com o falecido companheiro, expondo o caso no Portugaldiário, seis meses após a sua morte e até se tenha organizado para o próximo fim de semana uma manifestação a defender e a honrar aquele docente, quando em vida o certo é que seus companheiros não vieram à rua. As vitórias póstumas são maioritamente um hábito sórdido dos vivos e para seu deleite não menos vezes. Etiquetas: Direitos humanos, Saúde |
Há uma conspiração no ar na blogosfera para reabilitar a figura do Herman José. Etiquetas: Herman |
O liberalismo é sempre bom, pelo menos para os outros. O Estado nunca deve intervir, nunca se deve meter na vida das pessoas, nem andar a subsidiar malandros. Tudo muito "laissez faire laissez passer", como é costume lermos por essa blogosfera tão marcadamente liberal. O problema é quanto há uns quantos que querem fazer uso dessas liberdades individuais e subitamente o liberalismo afunila-se e já não é a panaceia para todos os males do mundo. Todos os males do mundo são dos outros, aqueles que não lêem a bíblia, os tais que nunca chegarão aos 40, que não sabem para que foram inventadas algumas partes do corpo, esses perigosos sodomitas do Gay lobby que mais não são que uma ameaça à saúde pública, tal e qual como qualquer febre aftosa nos suínos. Não queremos afrontar a casta Patrícia Lança. Longe de nós corromper as suas palavras inteligentes, não vá ela pensar que gostaríamos de lhe enfiar algum senso comum pelo excretor acima. Por isso deixamos-lhe aqui uma sugestão bem humorada de como lidar com esse problema de saúde pública inventado pelo Gay Lobby. Afinal a SIDA, como bem vimos no debate blogosférico anterior sobre a doação de sangue, também é culpa dos sodomitas, não é? Etiquetas: Homofobia |
Às vezes a comunidade internacional comporta-se de forma absurda e irracional. Começa a não haver um pingo de bom senso. Já todos sabemos que cada um olha para o seu próprio umbigo antes de levantar o olhar para ver quem está à sua volta ou o mal que faz aos restantes. É assim que funciona a diplomacia mundial e não interessa em que zona ou em que conflito se mete a pata, desde que isso nos ajude internamente. É o caso do Iraque, quase desde o início. Esta política de empurrar o problema com a barriga, enquanto o mundo espera pelas próximas presidenciais americanas, continua a resultar na chacina de milhares de iraquianos inocentes e dezenas, senão centenas de americanos todos os meses. Mas o problema do Iraque é um problema regional do Médio Oriente onde tudo tem um equilíbrio demasiado frágil e onde puxando por um lado se acaba por desguarnecer algum flanco importante. O Líbano, a questão israelo-palestiniana, o Irão, a Síria e o Afeganistão não podem ser visto isoladamente, mas como partes de um problema mais vasto que é todo o Médio Oriente. Pensando a coisa desta forma, até se entende, ou até se exige que Nações Unidas, EUA, União Europeia e Rússia tenham um enviado especial para o Médio Oriente e que este seja alguém de prestígio internacional. Alguém reconhecido internacionalmente pelas suas capacidades. Agora, decidir que esse enviado deve, ou pode ser alguém que é também um dos beligerantes, parece-me a mais estúpida ideia que este quarteto poderia ter. É como deitar gasolina em cima de um incêndio já de grandes proporções. Não quero fazer juízos de valor sobre o Sr. Blair, nem sequer sobre o papel do Reino Unido na guerra do Iraque. Não me quero meter nessa história de saber se existem ou não responsabilidades criminais a retirar de toda esta confusão em que se tornou a guerra. É uma questão do mais básico senso comum. Se queremos alimentar a ideia de paz, não podemos pôr como negociador “independente” um dos sujeitos que fez a guerra. É simples, muito simples. Utilizando uma fórmula comum nos dias de hoje, não é possível Blair ajudar a resolver a situação do Médio Oriente, porque ele não faz parte da solução, mas sim é grande parte do problema. Tudo isto é um absurdo inqualificável que apenas continuará a arrastar a região para o caos. Vão buscar um finlandês ou um sueco, ou até um português que não o Durão Barroso, mas o Blair é que não. Etiquetas: Médio Oriente, Política Internacional |
URBINIANA ![]() A abrir, duas palavras do autor: «Tratando-se de um processo, que tão vivamente tem impressionado o espirito publico, pareceu-nos que seria bem acolhida a reprodução authentica e completa, por meio da tachygraphia, de tudo quanto occorresse nas audiencias do julgamento. Podemos asseverar aos nossos leitores que todo o trabalho foi feito com a mais escrupulosa imparcialidade e meticuloso cuidado. No criterio para a escolha de quaes as peças do processo que deveriam ser publicadas na integra ou em resumo, foi-nos de valioso auxilio o magnifico Extracto publicado pelo ex.mo snr. Eduardo Guimarães. E por conveniencia da impressão e paginação, vão esses documentos em Appenso, em vez de precederem as audiencias. Reputar-nos-hemos felizes se o favor publico nos não faltar, perdoando-nos qualquer incorrecção, inherente a trabalhos d'esta ordem, sobretudo feitos com a rapidez com que este teve de ser executado.» ------------------------------- 29. Debates (Parte 3) Envenenadas como e por quem? ![]() Pelas amêndoas? Mas foi o Réu que as remeteu! Pelos clisteres? Mas foi o Réu que os aconselhou e preparou! Por outro qualquer género adulterado ou alimento putrefacto que tivessem comido nesse dia, (como quer ver se insinua a defesa), e lhes produzisse aqueles efeitos? Mas então estes haviam de produzir-se em todas as mais pessoas da família Sampaio, sogro, tia Dona Ana, caixeiros, que todos têm as mesmas refeições e a mesma comida. E os sintomas de envenenamento só se manifestaram nas pessoas que, ou comeram os doces, ou receberam os clisteres. E, sendo assim, só àqueles ou a estes se pode atribuir o envenenamento, ficando posta de parte e abandonada para sempre a peregrina ideia dos géneros adulterados ou alimentos putrefactos. Portanto, só aos doces ou aos clisteres se pode atribuir a causa da morte de Mário. Quem forneceu aqueles? O Réu! Quem aconselhou estes? O Réu! Como provar o primeiro facto? Pelos depoimentos dos criados do Hotel Central de Lisboa, e de Dona Maria Violante Statmiller, de Brito e Cunha, sua esposa, sogro e cunhado, e pelos exames dos tabeliães na letra do envólucro que encerrava as cartonagens com as amêndoas. Como provar o segundo facto? Pelas declarações de Dona Maria Carolina, sogra do Réu, e da tia Dona Ana; pelos depoimentos das criadas Maria Luísa e Emília Rosa; finalmente, pela própria confissão do Réu perante este Juízo, nos interrogatórios a que procedeu o digníssimo Juiz, sr. dr. Bento José da Silva Lima. Vamos ao primeiro facto. Quem comprou as amêndoas? Quem as remeteu? O Réu. Antes, porém, é necessário que os srs. jurados reparem nisto: que o Réu foi duas vezes, em Março de 90, a Lisboa, uma no dia 4, chegando lá de madrugada do dia 5, outra no dia 7, chegando lá na madrugada do dia 8. para lá se dirigia no dia 27, mas ficou em Coimbra. Isto não se pode pôr em dúvida, porque consta das próprias declarações do Réu e está em harmonia com as suas cartas ao dr. Adolfo Coelho. Recorda o que se passou no dia 5 de Março, com os criados do Hotel Central, em Lisboa. Mas, no dia 8 de Março, três dias depois, pela mesma hora da madrugada, chegou outra vez o tal desconhecido ao hotel, e, imediatamente, perguntou ao porteiro de serviço pelo seu companheiro Carlos; e sendo-lhe respondido que estava em casa doente e que lhe não podia falar, naquela ocasião, deitou-se. Logo de manhã, 8 horas, foi procurar o mesmo porteiro, a quem perguntou, se já tinha remetido a caixa para o Porto; e sendo-lhe respondido negativamente, lha pediu e a guardou, acrescentando já não ser preciso, pois podia ser o seu portador. Os srs. jurados estão lembrados de como estes dois criados vieram a reconhecer no Réu o desconhecido com quem ocorreu o que acabo de referir. Logo veremos o valor destes depoimentos. Por agora, só chamo a atenção dos srs. jurados para as datas das entradas e saídas do hotel, que coincidem exactamente com as idas e vindas do Réu a Lisboa. Vamos ao depoimento da professora Dona Maria Violante Statmiller. Numa quinta-feira de Março, de 6 a 27, encontrou o Réu numa confeitaria a pegar em doces de côco brancos, sobre o comprido; o qual, reparando nela, a cumprimentou, e saiu, deixando os doces, depois de trocar algumas palavras com o caixeiro. Para quem seriam esses doces? Coincidência: de côco, como os remetidos de Lisboa. E no mês de Março, época da remessa! Passemos agora a analisar os depoimentos das testemunhas Brito e Cunha, sua esposa, seu sogro e cunhado. É verdade que aí, no processo, está um documento, em que um gatuno já preso sete vezes por falsificação, vadiagem, furto e averiguações, um seu cunhado e irmã, e ainda um conhecido seu, querem de certo modo, com os seus depoimentos, que poderão ter crédito nas cadeias da Relação ou do Limoeiro, ver se fazem nascer no espírito da gente honesta e honrada, suspeitas sobre a veracidade, sinceridade, dignidade e hombridade daqueles depoimentos. Os srs. jurados ouviram depor aqui um homem honesto, redactor dum dos nossos primeiros jornais, o sr. Eugénio Silveira, que veio contar-nos como se passaram os factos e desmentir esse Carneiro Homem, que pretendeu manchar com a sua imunda baba Brito e Cunha e toda a sua honesta família. Evoca a partida de Brito e Cunha de Campanhã, para Lisboa. O encontro, na carruagem, com o passageiro desconhecido. A petição deste, àquele, para o despacho das amêndoas, do bilhete de visita, com o nome de Eduardo Mota, Coimbra – bilhete que foi examinado por três tabeliães, os quais disseram, unanimemente, ter sido escrito pelo punho do Réu e que o lápis empregado era o mesmo ou igual ao que o Réu usava para marcar ou apontar as faltas aos seus discípulos, na caderneta que está junta ao processo. No dia seguinte, 28 de Março, chegando a Lisboa, despachou Brito e Cunha a caixa das amêndoas, que era dirigida a Berta Sampaio, rua das Flores, e que aqui foi recebida no dia 29 de Março. Se no nosso espírito ainda pudesse existir alguma dúvida sobre a pessoa que enviou as amêndoas, tínhamos outra prova concludente e esmagadora. Refiro-me aos exames à letra do invólucro das amêndoas e guia de remessa, com que as despacharam, exame a que referiram os srs. tabeliães, nos seus depoimentos, que os srs. jurados ouviram. São três peritos, três tabeliães, pessoas de toda a competência, caracteres respeitados e considerados em toda a parte, que nos afirmam, ser a letra do invólucro e guia das amêndoas do punho do Réu, embora disfarçada, pela muita semelhança e perfeita identidade que encontram em certos caracteres. Concluindo e resumindo. Foi o Réu quem comprou as amêndoas e os doces de coco; quem sobrescritou, por seu punho, disfarçando a letra, o invólucro das mesmas, dirigindo-as a Dona Berta Sampaio; quem encheu a guia de remessa, com o nome de D. Lúcio Artins; e, finalmente, quem entregou as amêndoas a Brito e Cunha no dia 27 de Março, no combóio. Etiquetas: Grandes dramas |
Pela primeira vez estou de acordo com Paulo Portas. A presidência portuguesa da União Europeia não obriga ninguém a demitir-se de fazer oposição, ao abrigo de um qualquer inconsequente desígnio nacional de unanimismo parolo. Isso, naturalmente obriga o governo e em particular o primeiro ministro a uma atenção redobrada sobre os assuntos nacionais, e não são poucos, em paralelo com o exercício da presidência. Isso não será fácil. Sócrates ainda que se possa ter em grande conta não possui ainda o dom da ubiquidade e permitiu recentemente que o seu principal apoio saísse para a candidatura a Lisboa. Não se prevê que alguém possa substituir o primeiro ministro com uma espécie de vice primeiro. Portugal têm a rara oportunidade de deixar uma marca no percurso europeu, contribuindo para isso, a histórica e provavelmente irrepetível circunstância de ao mesmo tempo presidente em exercício e presidente da comissão europeia serem ambos portugueses. Mas a presidência portuguesa pode vir a ter uma papel maior na definição da Europa enquanto player internacional, do que (como se espera) país responsável pela proposta e previsível assinatura do tratado reformador. O mandato em que Sócrates insistiu na Alemanha é suficiente para fazer assinar o famoso tratado, mas não realidade não representa grande alteração ao estado actual das instituições europeias. Não é possível que alguém imagine que um tratado que empurra para 2014 e 2017, o impacto das suas principais alterações e que ignora grande parte do interesse que havia em criar uma identidade europeia, mas que ainda assim continua a reconhecer especificidades de alguns países contrários ao aprofundamento da União, possa ser considerado um sucesso. Por isso mesmo a marca que Portugal pode deixar, está intimamente ligada ao sucesso das cimeiras que decorrerão neste período. Índia, Rússia, Brasil e África são blocos económicos de respeito e é nessa medida que as cimeiras com estes blocos a ocorrerem em Portugal e na Índia podem ajudar a redefinir o papel da Europa no mundo e a forma como o bloco passa a ser visto no futuro e fazer atenuar algumas tensões que vão surgindo, nomeadamente com a Rússia. Outra iniciativa em que Portugal pode fazer a diferença está na reciclagem da estratégia de Lisboa que já todos esqueceram, num claro interesse de uma politica europeia de inovação e criação de emprego que tanto interessa a Portugal. Muito trabalho para o governo e para Sócrates, o que obriga a muito jogo de cintura. A nossa economia cresce timidamente e há muitos sinais de intranquilidade que nos atiram continuamente para uma espécie de estado de letargia e depressão colectiva. No entanto não podemos responsabilizar a Europa por isso. Antes pelo contrário. Não fossem os milhões europeus e a nossa situação seria certamente muito pior. Os culpados são os políticos portugueses, todos eles. Por isso esperemos que possam estar à altura desta presidência não porque é fundamental deixar uma ideia de menino bem comportado onde tudo corre bem, nem para escamotear qualquer problema. Antes por ser um momento politico em que toda a classe politica se deve envolver com rigor porque como dizia hoje Sócrates aquilo “que é bom para a Europa é naturalmente bom para Portugal” independentemente dos protagonistas que nos liderem. Triste é ver aproveitar este momento para a reivindicação mesquinha de quem na realidade não tem problemas, junto de quem não tem qualquer possibilidade/interesse de mudar qualquer tipo de questão politica. É o triste caso dos sindicatos da polícia que aproveitando o inicio da presidência resolveram traduzir as suas reivindicações ou lá o que aquilo seja, e entregá-las aos passageiros “particulares” dos aviões que chegavam à Portela. Certamente muitos estarão fortemente empenhados em ir às manifestações dos policias… Sem dúvida uma boa imagem de Portugal, e uma chantagem absurda e inconsequente. Seria útil que os partidos se mantivessem alheios deste tipo de iniciativas, ainda que marquem todas as manifestações necessárias e todas as formas de luta que considerem necessárias para demover os governantes portugueses, sim portugueses e não europeus, das medidas que tencionam pôr em prática. Tudo a bem de uma responsabilidade que todos partilham. |
Sequência dos factos: 1. A escola EB 23 Padre Agostinho Caldas Afonso foi extinta pela Direcção Regional de Educação do Norte em Abril passado. Fecha as portas em Agosto. 2. Na semana passada, o conselho executivo recebeu o aviso de que a escola tinha sido escolhida para receber o "Prémio Iberoamericano de Excelência Educativa 2007" por um organismo internacional não governamental. 3. Em Setembro, no Panamá, o Conselho Iberoamericano para a Qualidade Educativa, aguarda a presença dos dirigentes da escola para lhe entregar o prémio, em cerimónia oficial. Um mês depois de a escola já ter fechado. Etiquetas: Educação |