Dolo Eventual

David Afonso
[Porto]
Pedro Santos Cardoso
[Aveiro/Viseu]
José Raposo
[Lisboa]
Graça Bandola Cardoso
[Aveiro]


Se a realização de uma tempestade for por nós representada como consequência possí­vel dos nossos textos,
conformar-nos-emos com aquela realização.


odoloeventual@gmail.com


Para uma leitura facilitada, consulte o blogue Grandes Dramas Judiciários

Visite o nosso blogue metafísico: Sísifo e o trabalho sem esperança

O Dolo Eventual convida todos os seus leitores ao envio de fotografias de rotundas de todos os pontos do país, com referência, se possível, à sua localização (freguesia, concelho, distrito), autoria da foto e quaisquer dados adicionais para rotundas@gmail.com


Para uma leitura facilitada, consulte o blogue As Mais Belas Rotundas de Portugal


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sexta-feira, março 31, 2006

Pontes e Trampolins*

Filipe Menezes apresentou, não sem vaidade, uma nova proposta para uma travessia pedonal do Douro. Pelo pouco que se sabe, parece ser um projecto de qualidade estética e, presumivelmente, técnica, dado tratar-se de um projecto de Adão da Fonseca. Esta é mais uma daquelas operações filipinas: muito foguetório e pouca consequência. Não existe mal nenhum com o projecto (salvaguardando as pertinentes críticas de Carlos Gilbert e de Rio Fernandes ), o que é absurdo é que se “projecte” uma ponte sem consultar quem está do lado de lá. O autarca de Gaia parece confundir pontes com trampolins. É que as primeiras servem para ligar duas margens e os segundos servem para saltos acrobáticos e nada mais. Esta ponte como foi lançada a partir apenas de uma das margens é, na verdade, um trampolim camuflado de ponte.
A situação é deveras absurda. Em Fevereiro a SRU torna pública a sua vontade em relançar a ideia de uma ponte pedonal a ligar Porto e Gaia, ficando no ar a possibilidade de abertura de um concurso público. Nessa altura, o engº Adão da Fonseca reafirma a sua vontade em retomar o velho projecto da travessia colada ao tabuleiro inferior da ponte D. Luís. O mesmo projectista que tira agora da cartola – menos de um mês depois - um novo projecto por encomenda da C. M. de Gaia! Alguém é capaz de me explicar tal coisa? Entretanto, gasta-se tempo e dinheiro público nestas brincadeiras.
[a imagem foi retirada do site: http://www.philaprintshop.com/]
[*publicado n'A Baixa do Porto]

quinta-feira, março 30, 2006

A Regionalização


Três grandes blogues ligados à região de Aveiro e dos quais sou leitor assíduo - Notas Entre Aveiro e Lisboa, Tomar Partido e Arestália - vieram recentemente manifestar-se contra a regionalização. Todavia, a regionalização é útil, necessária e urgente.
1) Esta questão deve ser tratada sem populismo nem demagogia. Falo em populismo e recordo-me imediatamente do vídeo do Partido Popular no Tempo de Antena que foi para o ar aquando do último referendo à regionalização. Uma tesoura recortava Portugal aos pedacinhos e falava-se em retalhar (ou palavra símile) o país. Isto é um exemplo de escola de falta de seriedade política e do mais puro populismo. Em vez de se contraditar os argumentos da regionalização, socorre-se de uma frase com a qual todos concordarão - quer adeptos da regionalização, quer não adeptos. Como se as regiões pudessem alguma vez formar países independentes ou estivesse em causa o princípio do Estado unitário. A regionalização não vem retalhar, dividir, ou seja lá o que for. Os alentejanos sentem-se alentejanos e não se sentem menos portugueses por isso.
2) A democracia só tem a ganhar com a regionalização. As decisões da competência do Executivo - portador de legitimidade democrática indirecta - sobre matérias que, não sendo de âmbito nacional, são no entanto de âmbito mais alargado do que o municipal passam a ser da competência de órgãos eleitos pelas respectivas populações - a quem as mesmas decisões afectam e os problemas estão mais próximos -, com inegáveis vantagens em termos de responsabilização política e relação eleitores/eleitos.
3) A região administrativa representará o interesse da região concertada e coordenadamente como um todo, ao passo que numa qualquer associação de municípios - seja de que espécie do género for - tende ao bloqueio, à divisão e ao impasse, porquanto os municípios não zelam pelo interesse da região unitariamente considerada, mas sim pelo interesse do seu município em especial. Daí muito dificilmente haver verdadeira coordenação.
4) Fala-se que é preciso reduzir o número de políticos e, por aí, reduzir a despesa e o peso do Estado. A regionalização não virá agravar sobremaneira a depesa pública. A verdade é que haverá transferência de meios e competências que hoje estão sob depósito da administração central para as regiões. Com isto reduz-se a carga humana e os encargos dos centros decisórios centrais. Por outro lado, sempre se poderá proceder à extinção de verdadeiros apêndices, como é o caso dos Governos Civis.
5) A Susana Barbosa alega que se trata de uma manobra de diversão do executivo para «tapar o sol com a peneira», fazendo obnubilar os reais problemas do país. Mas o que é certo é que a descentralização pode bem ser um aliado na resolução de muitos desses problemas a médio/longo prazo. A distância que separa a administração central de zonas longínquas do mapa e que carecem de soluções coordenadas com a sua vizinhança é um entrave ao desenvolvimento harmonioso do país. Se uma decisão afecta determinada população, deve ser ela a decidir. A eficiência agradece.
6) Refira-se que a instituição das regiões administrativas, após referendo favorável dos portugueses, está prevista na Constituição. Referendo, já!

quarta-feira, março 29, 2006

Mais Café


Dormi duas horas na noite passada. Bebi dois cafés seguidos pela manhã para tentar chegar ao escritório acordado. Cheguei lá, mas nem sei se acordado se a dormir. De tarde, a mesma coisa: mais dois cafés e sono. Há pouco saí do escritório. Rodei as chaves e nada: tinha-me esquecido das luzes do carro acesas, e foi-se a bateria. Tive de vir de autocarro a chover.
Provavelmente, logo ainda trabalho. Por isso, não devo ir para a cama cedo. A videx, às vezex, é lixadex.

Cartoon Do Dia

terça-feira, março 28, 2006

Tragédia Ou Comédia?

Preâmbulo - Rui Rio afirma que quando ouve falar de cultura, puxa logo do livro de cheques. Má opção. Com tantos livros bons para ler...

1º) Acto – Afirma o vereador da cultura (todas as minúsculas são bem merecidas) : «Não me preocupa nada que o Rivoli não tenha produção própria. Gostaria de encontrar uma entidade privada para o gerir.»

2º) Acto – No Dia Mundial do Teatro alguém, particularmente bem disposto, faz publicar este anúncio no JN.


3º) Acto – A Câmara Municipal do Porto resolve processar o jornal!

Não sei se estamos a assistir a uma comédia ou a uma tragédia...

Ministra No S. João

Ministra da Cultura no Prós e Contras a partir do Teatro Nacional S. João: começa por anunciar a descentralização da cultura e acaba por se gabar de ter reaberto mais um teatro, de segurar a colecção Berardo e de ter conseguido uma extensão do Hermitage. Tudo em Lisboa! Imaginem só como seria se não fosse a descentralização. Safa! Safa!

segunda-feira, março 27, 2006

Fátima Campos Ferreira Ao Vivo

Fátima Campos Ferreira a tentar entrevistar (enfim...) com uma voz infantilizante Manoel de Oliveira: «pensa na morte?» Que diabo de pergunta! Mas não se fartou e lá foi conduzindo uma longa e embaraçosa entrevista sobre a coisa de que menos sabe Manoel de Oliveira: a morte. No final, aquela cabecinha não arranjou outra maneira de rematar a entrevista senão esta: «espero voltar a vê-lo um dia destes». Safa!

A Razão Num Caixote Do Lixo


Custa-me por vezes pertencer à humanidade. É certo que a pessoa humana tem certas limitações. Porém, há limitações e limitações. Estas últimas não são verdadeiras limitações, mas palermices. Estas palermices têm evoluído. São palermices ora ditas ao telemóvel, ora ditas no ecrã de uma televisão após almoço aquecido num micro-ondas. São palermices fundamentadas noutras palermices ainda mais palermas que circulam na internet. São palermices ditas em trajes sofisticados, com adereços de ourivesaria de fino trato e perfumadas após banho hidratante. Mas não deixam de ser palermices.
Segundo consta, [link] um respeitado rabino israelita promulgou um decreto religioso que incita os pais a amputar os braços ou as pernas dos bonecos dos filhos, dada a proibição de idolatria. Mas o rabino - narrando-se prolixamente como se um parvo estivesse com febre, como diria o poeta - vai ainda mais longe no seu non-sense: caso se trate de ursos de pelúcia, aconselha mesmo que lhes seja retirada uma orelha ou vazada uma vista. E eu pergunto: esta gente não devia ser internada?

100 Imagens Reconfortantes Para Fumadores Em Tempos Difíceis (23ª)

Pensamento Reconfortante


"Neil Armstrong pode ter pisado a lua, mas nunca vai por os pés na minha cozinha e provar o frango assado da minha mãe."

Libertinagem

Abdul Rahman arrisca-se à pena de morte por ter mudado de religião, o que é perfeitamente compreensível. Eu só ainda não consegui compreender por que raio não há pena de morte no Afeganistão para pessoas que não lavem os dentes às 12h47m. Libertinagem como a de se lavar os dentes às 12h49m deve, a meu ver, ser imediatamente reprimida.

domingo, março 26, 2006

Bless You, Chico


(A Ópera do Malandro no Coliseu do Porto, quinta feira passada.)
Fui lá revisitar Chico Buarque, património da minha adolescência, potência infinita de palavras e de música que nunca se me descolaram (will they ever?).
Como diz o João Nuno Martins no programa da Ópera, “Nós crescemos com ele. Nas alegrias, nas festas, nas saudades, nas paixões, nas separações, na melancolia, nos momentos mais importantes a sua música e as suas palavras estavam lá. A sua poesia fez-nos companhia e, de uma forma subtil, influenciou as nossas vidas.
Sem saber como (já tomo comprimidos da Sonatura para a memória…) ia cantando as canções todas. Vinham-me com a naturalidade com que acompanho a Norah ou a Dido, no carro, de manhã. Como se fossem de ontem.
O meu amor (tem um jeito manso que é só seu…), Pedaço de mim (a saudade é o revés de um parto), Folhetim (se acaso me quiseres…) e, claro, Geni, o (a) plurisexual (joga pedra na Geni…)
Daquele público tão asséptico, (fui a primeira a levantar-me para o aplauso final), tão contidinho, tão bem educado, só retive que as palmas para a canção da Geni foram as mais longas.
Ainda (acho que) dói na consciência de todos a Geni do Porto, no fundo do poço, aqui há dias. Uma forma de sublimarmos (ou lavarmos daí as nossas mãos…) a homenagem a esta Geni mais fácil, porque de palco.
Ainda assim, espero, uma homenagem. A alguém que se assumiu como era e queria ser. Sem ter que usar coragens que em 2006 deveriam ser obsoletas e inúteis. (Porque é que é há-de ser preciso coragem para só ser?)
O Chico, em 79, já nos expunha às Genis e nos impregnava das bifurcações do “normal”… Bens do património que deixou.
Bless you, Chico. And thank you.

sábado, março 25, 2006

Lisboa Morna

Lisboa hoje [ontem] estava morninha, tendo em conta a ventania e a chuva dominantes por Aveiro (inevitabilidade da Feira de Março, as we all know).
O Rossio, fascinante de tanto para onde olhar, quase novaiorquino de diferença - sapatos cor de rosa, mangas curtas, turistas, rastas, casais de gays a namorar (porque é que se assumem mais os homens? Haverá mais?) - e de queros-lá-saber-que-olhem-para-mim. Um taxista simpático, excepcionalmente não voador, a acusar com humor a falta de clientes. Solzinho e esplanada, um lugar para almoçar sentada, com chocos sem tinta e batatas a sério. Good company, discursos sintonizados.
Então porquê o desconforto?
O indivíduo que andava de mesa em mesa a apanhar os restos das mesas e a comê-los. A fulana descalça a beber vinho e a invectivar quem passava. O outro fulano de boné na mão “hoje ainda não comi nada”. O cego do acordeão. O homem-estátua, cinquentas e tais, vestido de palhaço em cima de um banco. A mãe e 3 anitos de miúda a pedir, e os olhos desta quando a rapariga, a comer a pizza, lhe deu uma fatia.
(Para a próxima levo o portátil e faço deletes sucessivos. Hoje queria só primavera.)

Medicina Alternativa



No outro dia apanhei uma gripe daquelas à moda antiga. Como já estou a ficar velho para estas coisas resolvi o assunto mesmo ali. Tinha uma reunião de trabalho com o Pedro para discutirmos as alterações a fazer no blogue (aguardem por novidades) e isso é uma daquelas coisas que vale sempre a pena. Sacudi a gripe para um canto e lá fui eu buscar o comparsa à estação. O frio e a chuva pareciam agoirar o pior. O que fazer? Fácil: comer uma francesinha e passar a tarde a cervejar no Café Ceuta. Contudo, lá no fundo, ainda sentia a sacana da gripe a remoer. Meio entravado da garganta e dos pulmões lá fui depositar o Pedro à estação. De seguida, fui buscar a mulher ao atelier, mesmo ali ao lado. Mal olhou para mim fez o diagnóstico e prescreveu o tratamento: ir ao Zé da Bota tratar da saúde a um Polvo à Lagareiro. Mais céptico do que crente lá fui. E a coisa até correu bem. Nada mal o bicho conduzido por um muito bom vinho tinto da casa. Enquanto tomava o café, já nem me lembrava da febre. Mas o pior estava para vir: a chover! C'os diabos! A chover! Nada a fazer! A caminho! Apanhei uma molha digna de Noé. Infeliz cheguei a casa encharcado até aos ossos. «Morri!» Pensei eu. E, pelo sim pelo não, fui dormir. Podem não acreditar, mas no dia seguinte acordei perfeito, como se nada tivesse acontecido! Às gripes temos de as tratar muito mal.

sexta-feira, março 24, 2006

Caixa Das Velharias - Um Preto De Cabeleira Loira Ou Um Branco De Carapinha

quinta-feira, março 23, 2006

A Não Perder

Luís Botelho Ribeiro entrevista David Afonso. No Nortugal.info [link directo].

Gengivas Sangrentas


João era um escritor e na sua busca de novos escritos tornou-se um homem demasiado fechado, o que acontecia à sua volta era sempre analisado segundo múltiplas perspectivas com o intuito de assim chegar a uma verdade maior, João gradualmente abandonou o olhar e o reagir e passou a observar e a reflectir.
Com o tempo João tornou-se cada vez menos conversador, no Café sentava-se na mesma mesa com as mesmas pessoas de sempre, no entanto bebia as suas bebidas e fumava os seus cigarros de forma silenciosa.
Fumava cada vez mais cigarros enquanto os seus pensamentos viajavam nas questões sobre as quais escrevia, interessava-lhe escrever sobre como o Mundo forçava tantas gentes à loucura e a actos estranhos, interessava-lhe a Sociedade da Informação, a Mecanização do Homem, As Depressões, As Relações Humanas e todos os Comportamentos Humanos de Auto-destruição, Comiseração e Violência Gratuita.
Uma noite ao chegar à sua casa vazia reparou que os cigarros lhe estavam a tingir os dentes de amarelo, pegou na sua escova e dentífrico e enquanto os escovava pensava os pensamentos do costume em silêncio tendo apenas como barulho de fundo o som da escova a roçar os dentes.
Sem disso fazer ideia João esfregava os dentes de forma compulsiva há já 37 minutos, gotas de sangue escorriam-lhe pela boca e misturavam-se com a espuma da pasta, alheio a tudo João continuava a escovar os dentes enquanto focava um ponto invisível no azulejo, no canto da sua casa de banho junto ao bidé jazia o espelho que partira na noite anterior.

Blogue A Baixa do Porto

O blogue A Baixa do Porto evoluiu. Veja aqui.

quarta-feira, março 22, 2006

Sísifo E O Trabalho Sem Esperança [10 De 100]

O PSD Madeira Sempre Em Grande


Jaime Ramos, deputado do PSD Madeira, declarou que o seu grupo parlamentar não considera oportuna a comemoração do 25 de Abril em 2006 na Assembleia Legislativa da Madeira. E justifica "no nosso entendimento, diariamente estamos a comemorar Abril e a autonomia e temos o Dia da Região [1 de Julho] que deve ser um dia especial que o Parlamento deve celebrar". "Essas comemorações [do 25 de Abril] devem ser da responsabilidade da Assembleia da República", referiu. [link]
Eu entendo o que Jaime Ramos quer dizer com "diariamente estamos a comemorar Abril". E proponho desde já que a primeira luta de deputados madeirenses se faça nesse dia tão especial, que é o Dia da Região. Para animar a festa, sugiro também umas cervejas e uns tremoços, a tão ansiosamente aguardada distribuição de 230,000 bandeirinhas da Madeira e um banco de apostas na Betandwin.

Aparições


Tudo começou com o Santo Sudário. Depois apareceram nos EUA umas torradas manhosas com a face de Cristo. Por todo o mundo alastraram manchas de humidade misteriosas com o retrato do Redentor. O próprio Alá fez uma estrondosa aparição num obscuro jornal dinamarquês. Com alguma ansiedade tenho seguido a evolução da mancha de bolor na varanda do meu vizinho («Quem será desta vez?»). Contudo, a mais bela das aparições do rosto divino foi revelada ao próprio PSD. Não numa bolacha, não numa saca do Pingo Doce, mas numa cidade! «PSD vê rosto de Manezes no Cais de Gaia» (notícia do Local / Público de 21 de Março). Menezes é o salvador e Santana o seu profeta. Que deus nos safe a todos.
[origem da imagem: http://2rosas.weblog.com.pt]

terça-feira, março 21, 2006

Uma Boa Oportunidade


A FAPAS vai organizar nos próximos dias 24 e 25 de Março as suas VII Jornadas de Conservação da Natureza. Este evento terá lugar no Museu Marítimo de Ílhavo. Como é público, o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, tem assumido a posição de campeão do projecto «Marina da Barra», não obstante as consecutivas negas do Ministério do Ambiente às suas pretensões. Espero que os participantes nestas jornadas não deixem de questionar a autarquia (o vereador do Pelouro do Ambiente é um dos oradores) sobre esta situação. Se, por absurdo, a autarquia conseguir levar à avante este projecto, a Ria de Aveiro sofrerá um dos maiores atentados anbientais da sua história. Esse é o local certo para e a ocasião apropriada para levantar a questão.

(PS: recomendo que entre as visitas guiadas ao bacalhoeiro Stº André e à Costa Nova, que os participantes também tenham oportunidade de visitar o local na Praia da Barra para onde se prevê a Marina. Fica mesmo em caminho...)

Para saber mais sobre a Marina da Barra:
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/07/marina-da-barra.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/07/marina-da-barra-ii.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/07/marina-da-barra-iii.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/08/recado-ribau-esteves.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/08/ponte-e-marina-da-barra.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/08/projecto-lei-do-be-para-marina-da.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/08/ribau-e-marina.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/08/o-pior-mau.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2005/11/projecto-bioria.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2006/01/ainda-e-sempre-marina-da-barra.html
http://odoloeventual.blogspot.com/2006/02/irmos-cavaco-sa-j-tem-site-para-marina.html


[origem da foto: www.museumaritimo.cm-ilhavo.pt/]

Dia Negro Para A Justiça




Crueldade. Não há outro nome para designar esta ignomínia. A humanidade nunca esteve tão perto do abismo. É o descalabro. Esta senhora, que nem me apetece pronunciar o seu nome de tão malvada que é, manteve relações sexuais com um pobre rapaz de 14 anos, inocente, que deve ter comido o pão que o diabo amassou. Esta senhora acabou com os sonhos do infeliz desgraçado, destruiu pelas bases a sua mais ínfima esperança no futuro, esganou perfidamente qualquer sentido que a vítima pudesse perscrutar no dia de amanhã. E agora, como se não bastasse, houve desistência da acusação. [link] Hoje é um dia negro para a Justiça. As pessoas de bem estão de luto.

Ah, pobre rapaz. Se eu pudesse, teria ficado no teu lugar só para não sofreres o que sofreste.

Dia Mundial Da Poesia

Para comemorar, um poema do meu amigo Pedro*:

A onda enorme está a chegar.
A onda enorme está a caminho.
A onda enorme está perto.
(A onda enorme está mais perto.)
(A onda enorme está mais enorme.)
A onda enorme vai rebentar.
A onda enorme rebentou.
A onda enorme levou tudo.
(E a onda enorme ficou pequena.)

[*Pedro Nuno, Céu Nublado, Corpos Editora, 2005]

segunda-feira, março 20, 2006

Lino Ferreira e o Carolina*


É com alguma preocupação que tenho seguido a novela da nova localização do Conservatório de Música do Porto. Apesar do Ministério da Educação ter proposto uma solução razoável para o problema gerado pela Câmara Municipal do Porto, a qual passaria pela construção de um edifício de raíz nas imediações da Escola Secundária Rodrigues de Freitas, o vereador do urbanismo Lino Ferreira insiste na localização no edifício da Escola Secundária Carolina Michaelis. Esta opção implica o encerramento deste estabelecimento de ensino público e isto eu não consigo compreender: Se já existe uma solução que parece ser equilibrada, para quê insistir numa outra solução que lesará a cidade? Desafio qualquer um a me indicar qualquer outra cidade em que a autarquia se esforce tanto por ver encerrada uma escola do seu próprio concelho. A este propósito queria deixar aqui apenas três prontos de reflexão seguidos de um desafio:
1) Qual o sentido de encerrar um estabelecimento público de ensino quando autarquia, o estado central (através do INH) e os próprios privados têm vindo a investir na reabilitação da baixa? Daqui a uma década a população do núcleo da cidade voltará a um ponto de equilíbrio e nessa altura não existirão todas as condições e serviços de apoio necessários. A não ser que o próprio vereador do urbanismo não acredite nas suas políticas de reabilitação da baixa. A persistência demonstrada no encerramento do Carolina é um sinal contrário à ideia de um renascimento do centro histórico.
2) A localização do Carolina – à beira de uma estação do metro, situada junto à Boavista e no limiar da ZIP (Zona de Intervenção Estratégica) – é muito interessante se tivermos em consideração que a oferta educativa hoje pode ser diversificada e especializada. Um bom Projecto Educativo pode atrair estudantes dos concelhos vizinhos para esta escola, funcionando ela própria como um motor de dinamização da cidade.
3) Por mais que se olhe não se percebe quem fica a ganhar com a solução do Dr. Lino Ferreira: Os alunos do Carolina e as respectivas familias? Os alunos do Conservatório? A cidade? Nenhum deles. Em termos objectivos apenas os estabelecimentos de ensino privado é que lucrarão com esta medida.
O desafio: no dia 9, o vereador do urbanismo admitiu a «possibilidade de redigir e distribuir aos vereadores um documento de reflexão sobre a futura localização do Conservatório». Que o faça, mas que partilhe esse documento com todos os cidadãos a partir do site da CMP (que também devia servir para estas coisas). Daí não advirá mal algum para a democracia. Bem antes pelo contrário.
[*publicado no A Baixa do Porto]

Complementaridades

Spain's and Portugal's population density: a digital elevation model (DEM) with overlay of stable night light

Spain & Portugal: Percentage of Elderly Age 65+ in 1991 (Portugal), in 2001 (Spain)

Spain & Portugal: Percentage of Children Age 0-4 in 1991 (Portugal), in 2001 (Spain)
Para quem ainda não percebeu a importância estratégica da aproximação do Norte de Portugal à Galiza recomendo a leitura destes mapas (produzidos pela IIASA: International Institute for Appplied Systems Analysis). Se ignorarmos as fronteiras, o primeiro mapa demonstra uma continuidade de ocupação do território de todo o litoral que vai de Aveiro à Corunha. Em contraposição, encontramos um hiato entre o Norte e o Sul de Portugal. Como se tal evidência não bastasse, os mapas suplementares sugerem uma situação muito interessante: a população do Norte de Portugal é muito mais jovem do que a da Galiza. Atendendo ao facto de que as economias emergentes precisam de sangue novo (para produzir e para consumir) creio que poderemos ter aqui um caso de complementaridade muito especial.

domingo, março 19, 2006

Luso-Necrofagia

Ontem morreu um homem na Estação de S. Bento. O bom povo português, como se vê, não conseguiu, mais uma vez, resistir aos seus instintos necrófagos.

Caixa Das Velharias - Tudo Pode Acontecer

Pitbull Terrier


Uma das cenas mais marcantes da indústria cinematográfica: o senhor da foto, instalado na traseira de uma limousine branca, diz «Pitbull» e as duas meninas, ao seu lado, cantam «Terrier».

O Buraco (Revisitado)

O buraco abria um espaço, não estava cheio nem vazio, ele constituia as paredes de uma viscosidade muito porosa (aliás a própria viscosidade abria e dava lugar aos transeuntes. Sem aparentar era um buraco, só que não se conseguia ver), enchia ou deixava passar consoante tivesse ou não tivesse fundo.
O buraco contentor, com fundo, Anfitrião, o poço era um museu para a memória. Sem fundo o buraco 'mesmo buraco' era difícil de apreender nas suas relações com o tempo, parecia fugir, não tinha atrito, teríamo-lo tomado como algo intemporal. O buraco mesmo buraco fugia ao tempo, viajava nele.
O buraco sem atrito, viajante no tempo, tornava as coisas (a viscosidade) que por ele passavam num buraco. Teria sido algo semelhante que criou a casca do caracol ou a 'semente'.
O espaço é uma viscosidade porosa contendo em seus poros outras viscosidade, do subtil a matéria grossa, é a pasta do universo, é a pasta universo.
O movimento de súbito já fazia sentido, o mar não podia estar parado, senão eram os peixes que se tornariam mar.

O buraco aparecia à superfície, na superfície, viu-se até que nunca tinha deixado de ser superfície, e por aí chegou-se à conclusão que toda a superfície era essencialmente um buraco, e que nem sempre estava virado para dentro mas também para fora. O quê? A esfera também era buraco? E o mundo estava repleto de pérolas... estavam metidas em buracos, as vezes como a água no poço, vinho no barril ou como pessoas perdidas, rolando de um buraco para outro...

O buraco com entrada e saída nele próprio tornou-se então a questão temporal por excelência ('Eu' próprio buraco, perguntava-me como sair 'daí', daqui). Punha-se a questão de não estar em nenhum buraco (parar o tempo) ou, por outro lado, de estar metido em todos os buracos ao mesmo tempo.

Surgiu então o elemento essencial das ciências da exploração topológica, o nervo e seus respetivos mapas. As forças electromagnéticas estavam em jogo, convinha saber o que havia entre duas superfícies, o tacto aparecendo como a ciência que estuda as propriedades da superfície (assim indo em direcção ao 'outro') deu origem ao olho, ao pincel, ao cinzel.
Isso deixa vislumbrar porque é que hoje em dia os verdadeiros geógrafos e amantes estejam metidos num buraco.

sábado, março 18, 2006

Sísifo E O Trabalho Sem Esperança [9 De 100]

Simplificando

Não. Caro PPM, parece que era hoje (ontem) que o Pavilhão Atlântico ia aprovar as directas do património não desportivo e o Sporting ia pedir aos militantes que aprovassem a venda do dr. Marques Mendes.

Focinho De Espanto


É visível o focinho de espanto que um cão exibe quando está à janela de um comboio em andamento. Será que para ele é o comboio que anda, ou o é mundo lá fora que está a andar?

sexta-feira, março 17, 2006

Circo Romano


Foi recentemente realizada uma perícia à personalidade de Carlos Cruz. Nessa mesma perícia refere-se que não foi detectada nenhuma perturbação da personalidade. Por outro lado, adianta-se que «não se encontram indicadores que probabilisticamente correlacionem a personalidade do examinado com a prática dos factos que lhe são imputados».
No entanto, isto não passa de nota de rodapé. Aquilo que a comunicação social mais tem espremido é o sumo concentrado de o ex-apresentador apresentar, alegadamente, traços de «obsessividade, narcisismo, atitude sedutora, afabilidade embora com alguma desconfiança e algum nível de agressividade e traços paranóides». Claro. É isto que vende. Estas palavras fazem-me lembrar um pouco a co-incineração: as pessoas podem até nem saber do que se trata, mas o nome sugere que daí não vem coisa boa. Eu, por exemplo: gosto muito de ordenar os meus chinelos antes de dormir; quando viajo de comboio, escolho sempre as últimas carruagens; tenho para mim que o número 3 dá azar. Serei obsessivo? Narcisismo. Acaso haverá celeuma em alguém gostar de si ou da sua imagem? Atitude sedutora. Claro. Ter uma atitude sedutora é muito mau. Aliás, quase ninguém tem uma atitude sedutora. Qualquer pessoa sabe que a única postura correcta é a adopção de uma atitude repulsiva. Afabilidade, embora com alguma desconfiança. O que é que isto quer dizer? Finalmente, algum nível de agressividade - estou para conhecer alguém que não tenha algum nível de agressividade - e traços paranóides. Também eu os teria se estivesse há muito tempo privado da minha liberdade.
Culpado ou inocente, a justiça o dirá. Aquilo que repugna, que corrói, que corrompe, que mancha a democracia é a figura do juiz paralelo que dá ex ante a sua sentença. É a presunção de culpa que é sugerida pela notícia-sensação. Não conheço o processo. Se o Sr. Cruz é culpado ou inocente, não faço ideia. Mas uma coisa eu sei: quer seja condenado quer absolvido - nas instâncias próprias -, as hienas e os abutres já trataram de comer os despojos. Uma vergonha.

Ponte De Esparguete

Inspirado por este post do A Arte da Fuga, deixo aqui o registo da ponte de esparguete de Sara Ferreira, minha sobrinha. Pesava 0,515 Kg e aguentou com 30 kg, 58 vezes o seu peso. Mas esta não superou o recorde nacional. Uma questão de prática.

quinta-feira, março 16, 2006

A Galiza E O Norte De Portugal*


A propósito deste post, Pedro Aroso lembrou-se disto: «em resposta àquilo que escreveu o David Afonso, não estou de acordo... A Galiza é a região mais pobre e atrasada de Espanha, por isso não vejo qualquer interesse nesta fusão. Para carpir as mágoas, já me bastam os choradinhos das elites nortenhas. Por favor, não tragam mais desgraçadinhos para a vossa causa».
Essa dos galegos como desgraçadinhos é boa! É que a produtividade do Norte de Portugal é apenas 58% da produtividade galega, os níveis salariais do Norte de Portugal são 40% mais baixos comparativamente aos galegos, o saldo comercial é muito favorável à Galiza (sendo o Norte de Portugal o destino de 46% das suas exportações), a Galiza exporta para Portugal mão-de-obra especializada e importa de Portugal mão-de-obra barata e indiferenciada. Desgraçados? E o que dizer dos grandes grupos empresariais galegos como a Zara (Inditex), Megasa, Finsa, Caixa Galicia e Televés, já para não falar do fortíssimo cluster automóvel em torno da Peugot/Citroen e das universidades em ascensão? Camarada Aroso, parece-me que os netos dos aguadeiros deram(-nos) a volta por cima.
Os nossos amigos de Vigo, Corunha, Compostela, Lugo, Orense e Pontevedra já se viraram para sul, neste caso, para nós. Representamos, apesar de tudo, um excelente mercado às portas da província (nação?) galega, bem como um trampolim para outros mercados (Brasil e África). Não seria altura de fazermos o mesmo? Já chega de complexos anti-Lisboa, não vale a pena continuar a olhar para o pés quando temos mesmo aqui junto a nós um parceiro com o qual partilhamos uma história, um território, uma cultura, uma língua e, por força das circunstâncias, uma economia?

Aproveito para sugerir este evento: Lançamento do Jornal «Novas de Galiza» na FLUP e Festa Galega no Artes Múltiplas (tudo no próximo dia 17)
[*publicado no A Baixa do Porto]

Os Últimos Dias Da Atlântida

"Filho da puta", "vai à merda", "para o caralho", "burro", "tonto", "mafioso", "cabra", "tiro nos cornos" e "demente".
Não, não são os últimos dias da Atlântida. São apenas citações dos deputados da Assembleia Regional da Madeira. Para mal dos nossos pecados...

Tempos Modernos

Uma professora foi agredida por um jovem dentro da própria escola, perto de Lisboa. Já no Porto, foi a vez de uma aluna agredir uma professora. O ministério da educação assegura que ambas escolas têm ligação à banda larga. Tempos modernos.

100 Imagens Reconfortantes Para Fumadores Em Tempos Difíceis (22ª)

[Imagem enviada por aL do http://19mesesdepois.blogspot.com . Aceitamos mais sugestões!]

As Escutas Telefónicas Ao Sr. J.


O Sr. J., contrabandista bem disposto – mas com um sentido de humor um tanto ou quanto discutível - estava num dia destes estendido no sofá a ver o telejornal, quando passou a notícia de que um bebé, que tinha sido dado como desaparecido há já mais de três meses, fora encontrado morto. Causa da morte: espancamento. Eis que o Sr. J., sempre muito espirituoso, resolve telefonar ao Sr. W., seu amigo das lides contrabandistas. O que o Sr. J. não sabe é que haviam sido autorizadas, por despacho do Juiz K., escutas telefónicas ao seu telemóvel. Andavam em cima dele por causa do contrabando. A mãe já o tinha avisado de que isso ainda o levaria à desgraça.
«Está lá? W?» «Sim, diz.» «Sabes aquele miúdo que foi encontrado morto?» «O que é que tem?» «É pá, fui eu que o matei.» «Ó pá, deixa-te de brincadeiras que eu não estou p’ra isso.» «Estou a falar a sério. Fui eu, pá.» «Estás a falar mesmo a sério?» «Já disse que estou, pá! Fui eu! E agora, o que é que eu faço?» «Pá, espera aí que eu passo na tua casa e falamos melhor.»
E desligaram. Os senhores que estavam à escuta não perderam nem um minuto da conversa. Após transcrição em auto da conversa, ela passaria a constituir prova documental. O Sr. J. estava tramado.
Passaram cinco minutos. O Sr. J. telefona de novo ao Sr. W.
«Tou?» «Sim, já estou a caminho.» «Volta p’ra trás, pá! Estava no gozo contigo, pá. O pior é que tu acreditaste mesmo!.» «Eu ainda te vou às trombas um dia destes, pá!» «Olha, já que vens a caminho vem mas é tomar um copo.» «Tá bem. Mas quando chegar aí não te livras de um cachaço.»
É chato que os senhores que estavam à escuta não tenham gravado esta segunda conversa por motivos técnicos. Isto é capaz de não ser bom.

quarta-feira, março 15, 2006

Proposta Eventualmente Dolosa


O Dolo Eventual está sempre na dianteira, arriscando propostas inovadoras e pertinentes em todas as áreas. Desta vez, propomos a substituição da luta de galos pela luta de deputados madeirenses. [link relacionado]

Maldição



Chegaram os primeiros mosquitos.

As Lições Do Professor Marcelo



Já estou a ver o PR, o PM, o Presidente do Tribunal Constitucional, o Provedor de Justiça, os presidentes dos governos regionais, os antigos PR's, as cinco personalidades eleitas pela AR, João Lobo Antunes, Anacoreta Correia, Dias Loureiro e Manuela Ferreira Leite sentados no chão, fazendo uma rodinha, enquanto o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, de pé, discursa, comentando em lições os acontecimentos da semana, e os alunos que têm dúvidas põem o dedo no ar. [link relacionado]

Impaciência

Quando é que as meninas começam a usar aqueles casacos muito em voga e extraordinariamente compridos (que vão até um pouco abaixo dos seios) sem nada por baixo?

Portugaliza

A única Federação Ibérica que nos interessa: Portugal e Galiza.

«Existe entre o galego e mais o português tam estreita afinidade que quanto mais português é o português e mais galego é o galego, mais vêm a se assemelharem» RAFAEL DIESTE
E já que a questão da ligação Porto-Vigo está na ordem do dia, recomendo, em particular, este pequeno artigo.

Tu Quoque, Brute, Fili Mi?

Em 15 de Março do ano 44 a. C. morria assassinado Gaius Julius Caesar.

terça-feira, março 14, 2006

Para Inglês Ver

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos recusou hoje escandalosamente uma acção de Saddam Hussein contra 21 Estados europeus, incluindo Portugal [link]. A acção tinha por base os seguintes artigos da Convenção Europeia dos Direitos Humanos:
Artigos 2.º (direito à vida); 3.º (proibição da tortura, penas ou tratamentos desumanos); 5.º (direito à liberdade e segurança); 6.º (direito a um processo equitativo); Artigos 1.º do Protocolo Adicional n.º 6 (abolição da pena de morte).
Não é justo. A final de contas, Saddam Hussein apenas reclamava para si o que praticou durante quase toda a sua vida. Aliás, ainda hoje estou para saber por que raio um grande homem como Hussein - a meu ver, a todos os títulos merecedor de um Nobel da Paz - está a contas com a justiça. Mas é o mundo em que vivemos.
[A brincar, a brincar, mas o que é certo é que - e não entrando aqui em linha de conta com a repugnante figura que é o Sr. Hussein e o facto de ele merecer ser condenado - este julgamento, como tantos outros ad hoc, é uma farsa. Não o fosse, e dezenas estariam acusados por violação de ius cogens. São disso exemplo, entre muitos outros, Robert Mugabe, Vladimir Putin, Kim Jong-II, George W. Bush.]

100 Imagens Reconfortantes Para Fumadores Em Tempos Difíceis (21ª)

segunda-feira, março 13, 2006

O Homem No Comboio

Numa tarde de um dia qualquer há uns anos atrás encontrava-me dentro da carruagem de um comboio a fazer a viagem que liga S. Bento a Aveiro, ia sentado sozinho a olhar pela janela quando um homem com passos lentos de muletas se senta à minha frente.
“Está tudo bem?” pergunta-me ele enquanto me olhava fixamente nos olhos, respondo-lhe que sim e ele diz-me “Quem me dera poder dizer que está tudo bem…Tenho uma doença que os médicos não conhecem”, o homem falava muito devagar e sem ritmo, não era velho nem jovem, alto ou baixo, nem gordo ou forte ou especialmente magro, segurava as muletas nas mãos e olhava-me fixamente com aqueles olhos azuis enormes sem qualquer tipo de embaraço ou qualquer outra expressão.
Não sabia o que lhe dizer, concordei com ele dizendo que era realmente uma situação difícil e que lhe desejava as melhoras. Dito isto o homem levanta-se, despede-se e abandona a carruagem da mesma forma que nela entrou. Coisas que não significam nada podem adquirir um significado profundo se a isso estivermos predispostos.

A Volta Do Livro De Reclamações De Domingo: Bodrum


Em 1861, o juíz José maria de Almeida Teixeira de Queiróz, pai de Eça de Queiróz, pronunciou Camilo Castelo Branco e Ana Augusta Plácido por adultério. Este acontecimento, que concentrou as atenções de toda a cidade do Porto, teve lugar no Tribunal Criminal, sito na esquina da Rua da Picaria com a Praça D. Filipa de Lencastre. Para quem, mesmo assim não se está a localizar, basta dizer que fica junto da boca de entrada do Túnel de Ceuta. Esse edifício, entretanto, mudou de funções e durante largos anos foi o abrigo de um honesto restaurante, que vivia da clientela dos escritórios e do Hospital Stº António ali perto. Como outros negócios na Baixa, acabou por fechar portas. No seu lugar apareceu um restaurante Turco: o Bodrum.
Enquanto restaurante o sítio não é nada recomendável. A comida é uma decepção (não por ser turca, mas por ser mal confeccionada e abastardada; o Istambul, há muito extinto, na praça Carlos Alberto é que deixou saudades...), o serviço é deplorável (os empregados de mesa não falam português) e a honestidade deixa muito a desejar (por três vezes pedimos uma factura e por três vezes fomos "esquecidos"). Um pormenor hilariante mas ilustrativo: apetecia-nos um vinho leve e pedimos a lista. Bom, pedimos um vinho rosé (que até estava na parte dos vinhos tintos!), o qual foi servido à temperatura ambiente e não aos canónico 6/7 graus. Arreliados, pedimos, pelo menos, gelo para refrescarmos a garrafa. Em vez disso o empregado traz-nos gelo para pôr no vinho! Nada feito!
Não obstante tudo isto, o sítio tem um lado muito positivo: estava cheio! Famílias, casais e grupos a jantarem na Baixa é coisa que julgava desaparecida. Bem haja o Bodrum por conseguir chamar gente para a Baixa. Não entendo como, mas bem haja.
O que pensarão os fantasmas de Camilo e Ana Plácido disto tudo?

domingo, março 12, 2006

Última Hora



Silvio Berlusconi é a nova aquisição dos Gato Fedorento. O seu primeiro sketch foi gravado hoje nos estúdios da RAI e enquadra-se perfeitamente na linha humorística do grupo. Para ver o vídeo clique aqui.

Obergruppenführer H5N1 E O Espaço Vital

sábado, março 11, 2006

Deus Conduz Um Automóvel

“Uma ave feliz” era como se podia caracterizá-la, pertencia à comum classe do pardal e, na manhã de 10 de Março, encontrava-se nas imediações das árvores que se acostumou a frequentar.
Nessa manhã de 10 de Março pode-se dizer que dentro da sua limitada percepção de ave, este era um Pardal mais feliz do que o habitual, acabara de ter um encontro com uma fêmea nas imediações da estrada que liga a localidade de Lavos à de Franco no Município da Figueira da Foz, as duas aves dançavam a dança da reprodução, voando voos baixos em perseguição uma da outra, ensaiando manobras aéreas acrobáticas e pouco habituais, adaptadas à importância daquele momento, que será talvez o mais importante da sua vida até então.

Raios… Atrasado outra vez! Pensava o condutor enquanto acelerava mais do que o habitual. Enquanto conduzia com a sua mente ainda meia adormecida pela manhã, pensava em resoluções para se deixar de se colocar a si próprio na posição do funcionário frequentemente atrasado, "O despertador do telemóvel não resulta mesmo… E também deveria deitar-me mais cedo e dormir mais horas… Mas por que raio transmitem a série “Perdidos” tão tarde?"

Enquanto fazia a já habitual transição de culpar-se a si próprio, para culpar o ambiente, a sociedade, ou uma qualquer instituição, é interrompido durante um instante por um par de pardais que voam de forma descuidada e baixa no meio da estrada, sente perfeitamente o som do embate da ave no carro, pensa durante um segundo no cómico da situação, esboça um sorriso e continua a sua viagem que termina pouco depois. “Estou atrasado”, pensa ele enquanto se precipita pelas escadas da empresa, sem saber que na grelha do seu Automóvel jaz um pardal que estava a ter o melhor dia da sua vida.

Des-linkados

Perdemos todos os nossos links. Com a ajuda do sitemeter, a coisa há-de ir ao seu devido lugar.

sexta-feira, março 10, 2006

Higiene E Turismo*

Rui Moreira num artigo no jornal Público (no fim-de-semana passado, creio) colocou a questão nos seus devidos termos: nada nos falta, a não ser estratégia. Isto foi dito a propósito do potencial turístico da cidade do Porto, mas também o podia ser a propósito de tudo o resto.
Na minha opinião, é nisto que nos devemos concentrar, pensar na cidade numa perspectiva geral ao mesmo tempo que damos atenção aos pequenos grandes pormenores. São necessárias estratégias globais, tal como é necessário conhecer o terreno, é que tanto deus como o diabo, têm a tendência para se esconderem nos detalhes. A que propósito vem isto?
Não há estratégia para o turismo que resista à imundice que ameça afogar o centro histórico. Durante a semana, a coisa ainda se vai compondo pela acção das equipas de limpeza (uma tarefa sisífica essa, a de dar uma vassoura para as mãos de um homem, apontar-lhe o Porto e lhe ordenar: Agora limpa!). O pior é durante o fim-de-semana quando o Património da Humanidade fica abandonado a si próprio. A chatice é o estranho hábito que os turistas têm (principalmente os irrequietos dos espanhóis) de nos visitarem durante os Sábados e os Domingos, enquanto estamos de chinelas a ver o FCP na TV. As más impressões não acontecem por acaso. Se não estão a ver lá muito bem do que estou a falar para aqui, no próximo fim-de-semana vão visitar o vosso centro histórico e vão ver o que tem afastado os infelizes dos turistas. Não é preciso ir muito longe, fiquem pelo Largo Duque da Ribeira, aquilo é qualquer coisa de dantesco: dejectos e urina de animais e de homens, sacas de lixo doméstico atiradas pelos cantos, lixo espalhado por tudo quanto é lado. Em bom português do norte: é uma badalhoquice!
É urgente criar brigadas de limpeza que zelem pelo centro histórico durante fins-de-semana e feriados. Aliás, na situação actual, não basta recolher o lixo e lavar tudo pela manhã, já que ao meio da tarde volta tudo ao estado inicial. Não é apenas uma questão de higiene, mas também uma questão de apresentação do produto turístico.
Não vale a pena culparmos apenas os residentes porque estes, na verdade, não têm muitas alternativas. O projecto da autoria de Barbosa e Guimarães, Lda, promovido pelo CRUARB em 1996, foi idealizado como um cenário turístico (granítico, claro) e não como uma área residencial. Não vale a pena procurarem por pontos de recepção de lixos domésticos. O máximo que encontrarão é uma solitária papeleira que esforçadamente desempenha um papel muito mais ambicioso do que aquele para o qual foi pensada. Devia até ser condecorada...
[*publicado na Baixa do Porto]
[**foto gentilmente roubada aqui]

quinta-feira, março 09, 2006

100 Imagens Reconfortantes Para Fumadores Em Tempos Difíceis (20ª)

quarta-feira, março 08, 2006

Portugal Visto A Partir Da Galiza

- «El futuro hace las maletas»
- «Vivimos en un país muy caro, en el que hace mucho que nadie ahorra»
- «Es cada vez más difícil que te paguen una factura antes de tres meses»
- «Está todo fatal, pero seguro que salimos de la crisis en el 2007»
- «Mi mujer y yo vivimos en esta furgoneta con 190 euros al mes»

[post de João Medina tomado emprestado ao A Baixa do Porto]

Dação Em Cumprimento*

Parece que um cidadão do Nepal deu a sua mulher a um credor para quitar uma dívida de 12,59 euros. É a chamada dação em cumprimento. [link]
Eu compreendo. Se fosse casado, por exemplo, com a Odete Santos, até por uma dívida de 50 cêntimos eu lhe punha uns patins. O pior é que, segundo o artº 838.º do Código Civil, «o credor a quem for feita dação em cumprimento goza de garantia pelos vícios da coisa ou do direito transmitido». Lá estaria eu noutra alhada.
* Com o devido respeito pela Ilustre Deputada.

O Meu Fantasporto

O que vi no Fantasporto:

Looking For Alexander (Can.) de Francis Leclerc
The Bow (Cor. Sul e Japão) de Kim Ki Duk
Adam's Apple (Din.) de Anders Thomas Jensen
Edison (EUA) de David Burke
Dumplings (HK) de Fruit Chan
Frostbiten (Sue.) de Anders Banke
Three... Extremes (HK, Jap. e Cor. Sul) de Takashi Miike, Chan-Wook Park e Fruit Chan
Simpathy For Lady Vengeance (Cor. Sul) de Chan-Wook Park
Cineastas Vs Magnatas (Esp.) de Carlos Benpar
The Rider Named Death (Rus.) de Karen Shakhnazaroz
A Quiet Love (Ale.) de Till Franzen
Saint-Martyrs-Des-Damnés (Can.) de Robin Auber
Hair High (EUA) de Bill Plypton
Aurora (Ale.) de F.W. Murnau
Fausto (Ale.) de F.W. Murnau
The Day The Earth Stood Still (EUA) de Robert Wise

Este ano não me estiquei muito. Pouco tempo e algum cansaço impediram-me de ver os cerca de 30 filmes que me são habituais de há 15 anos para cá. Desta vez não tive pachorra para mais. Tenho a impressão de que o Fantasporto se está diluindo, perdendo a ponta por onde se lhe podia pegar (não obstante os recordes de audiência batidos). Tanto é assim que preferi em algumas situações a companhia de Murnau do que me arriscar a ver um mau filme.
Na verdade, o boato de que todas as sessões tinham um filme, era manifestamente exagerado, como se viu com a exibição de Edison de David Burke, uma das piores coisas que alguma passou no Fantas. Escarrar seria um elogio.
A minha selecção, que se refere apenas aos que eu vi e excluindo os filmes extra-concurso, é a seguinte: O Melhor foi Adam's Apple (Din.) de Anders Thomas Jensen, o qual ganhou justamente o «Prémio Semana dos Realizadores» e o de «Melhor Argumento»(aliás, tratou-se de um dos poucos filmes com um argumento); O Segundo Melhor foi A Quiet Love (Ale.) de Till Franzen, que também mereceu o prémio «Melhor Fotografia». Podia aqui indicar as produções orientais, mas este ano aborreci-me com todas. Sempre mais do mesmo.
Um mistério é o Grande Prémio da Secção Oficial do Cinema Fantástico atribuido a Frostbiten (Sue.) de Anders Banke, que nem chega a ser um filme. Uma manta de retalhos de lugares comuns e estafados. Tudo o que já viu sobre vampiros e adolescentes está lá. A única novidade é que o cenário é a Suécia. Sim, que entusiasmo...
Para o ano há mais. Até lá espero deixo aqui o meu recado à organização: Quem tudo quer, tudo perde.

8 De Março, Dia Da Mulher

terça-feira, março 07, 2006

Campanha Pelo Voto Aos 16 Anos (3)

Aos 16 anos já se é imputável à luz do direito penal. Isto é: já se é capaz de, no momento da práctica do facto criminoso, avaliar a ilicitude deste ou de se determinar de acordo com essa avaliação. Mas votar só aos 18.

Campanha Pelo Voto Aos 16 Anos (2)

Aos 16 anos já se pode casar. Mas votar não.

Campanha Pelo Voto Aos 16 Anos (1)

Aos 16 anos, num percurso escolar normal, frequenta-se o 11º ano. Há analfabetos que votam.

Taxas Moderadoras

Santos Cardoso, do Movimento de Utentes da Saúde, afirma que o aumento das taxas moderadoras é «incompreensível e injusto». [link] Partilhamos o nome mas não partilhamos a opinião. Os serviços de urgência dos hospitais são destinados - estranhe-se - a urgências, sendo que quase metade das entradas nas mesmas não o são. «(...) não vai resolver o problema dos hospitais, mas antes dificultar o acesso das pessoas à saúde», continua o meu homónimo. Não resolve o problema dos hospitais, mas ajuda a afastar dos mesmos certas sensibilidades hipocondríacas. Quanto a dificultar o acesso às pessoas, far-se-á discriminação positiva, isentando-se do pagamento os utentes mais desfavorecidos.

segunda-feira, março 06, 2006

A Sinédoque Cavaquista*

Cavaco Silva ao ABC: «a centralização prova que Portugal é um país com forte unidade, que não tem problemas linguísticos, étnicos ou religiosos». O que pensarão disto os portugueses do Norte (e não só) que deram a vitória ao Professor? Por que razão não disse nada disto durante o período eleitoral? O slogan de Cavaco, afinal, não é Portugal Maior, mas Lisboa Maior. Esta mania de tomar o todo pela parte (totum pro parte) não é apenas uma figura de estilo, mas uma verdadeira traição a quem lhe deu a maioria absoluta. Estou curioso para ver se a “agência noticiosa” instalada no site da Câmara Municipal do Porto vai ou não fazer eco destas palavras do futuro PR. Por uma questão de coerência deviam publicar a história toda.
[*publicado n'A Baixa do Porto]

Sísifo E O Trabalho Sem Esperança [8 De 100]

Crónica De Uma Morte Anunciada

Ao contrário do que Cavaco Silva pensa, a Constituição Europeia não está morta. Mas a ironia no meio disto tudo é que a mesma Constituição terá precisamente o mesmo trajecto que teve o Presidente eleito após a sua derrota nas Presidenciais de 1996: rejeição - quarentena - regresso em vitória.

Um Site Municipal Não Deve Fazer Política!

Acabei de ver um anúncio na TV a uma nova revista. Chama-se Media XXI e começa com uma entrevista a Rui Rio. Na capa lê-se esta pérola do presidente da Câmara Municipal do Porto: «Os jornais servem para informar e não para fazer política.» Pois é! Os sites municipais é que servem para fazer política. Que os jornais façam política é lá com eles, que eu, enquanto leitor, lá me remedeio. Já sou crescidinho, sabia? Agora, que um site municipal seja utilizado como instrumento político-partidário já me chateia. E muito. É que essa bosta sai do meu bolso de pobre contribuinte. O rigor do homem não dá pra tudo.

100 Imagens Reconfortantes Para Fumadores Em Tempos Difíceis (19ª)

domingo, março 05, 2006

Os Fenómenos Na Baixa Do Porto

Não gostaria de deixar passar em branco o post do David publicado no Dolo Eventual sobre a Rua do Almada e sobre o “renascimento” da baixa do Porto. Também fico contente por saber que há pessoas que querem vir para a baixa a “qualquer custo”, ocupando espaços que precisam de muitas obras, sem estacionamento à porta ou no próprio lote... É claro que estamos a falar de pessoas especiais, e que são uma minoria. A verdade é que os fenómenos que têm vindo a acontecer em algumas ruas da baixa devem-se precisamente a estas pessoas e ao espírito de risco que elas próprias aceitam. Temos exemplo disso a Rua de Miguel Bombarda que hoje é considerada a Rua das Galerias, a Rua Mártires da Liberdade que começa a ter alguns espaços interessantes (já referido também num post do David) e a Rua do Almada.
Estes fenómenos devem continuar, mas não bastam para a reabilitação da baixa, existe outro lado, que deve também ser pensado. Temos então do “lado oposto” - a Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo, que também pretende a revitalização da Baixa do Porto. Não vou discutir se estão a trabalhar bem ou se concordo com as estratégias mas a verdade é que tem contribuído muito para a discussão do assunto acabando por lembrar que a Baixa do Porto existe! A habitação é um factor muito importante para que a Baixa volte a ser o que era antes... Trazer pessoas de volta é essencial e a verdade é que antes em algumas zonas da Baixa habitavam classes com algum poder económico, mas as coisas mudaram e hoje as pessoas da tal classe média/média alta que o David refere já não tem como conceito de conforto estas casas da Baixa do Porto... Hoje existem os condomínios fechados, os apartamentos com dois lugares de garagem, arrumos e uma parafernalha de coisas que elas chamam conforto!
Também não estou de acordo que se destrua o interior de todos os quarteirões para estacionamentos e se aproveite só a pele do edifício, mas tenho visitado alguns quarteirões e vejo que realmente é preciso fazer alguma coisa, limpar o interior dos logradouros sim, até por uma questão de higiene, iluminação, segurança contra incêndios, enfim... é necessário adaptar os edifícios (sempre dentro do razoável, claro) ao modo de vida e às exigências de quem até gostaria de vir para cá. Até porque os edifícios, muitos infelizmente, o estado de degradação é tão avançado que a sua recuperação é impossível. O caso do edifício do antigo Café Luso (na Praça de Carlos Alberto), por exemplo, é um destes casos, trata-se de um edifício muito interessante a nível tipológico, mas a sua recuperação interior é impossível. A Rua do Almada é também constituída por edifícios em muito mau estado.
Quero acreditar que com estas pessoas todas a puxarem pela Baixa, vamos conseguir lá chegar!!!
Publicado na Rua de Heráclito

Fotografia Instantânea Da Oposição IV [CDS-PP - Desconhecido]

Oposição? Mas o Paulo Portas não se retirou da política por uns tempos?

Fotografia Instantânea Da Oposição III [BE - Francisco Louçã]

Bush grrrrr rrrrreferendo ao aborrto grrrrrr caso do Nicolai, um menino de oito anos que não tinha um chupa-chupa grrrrrrr legalização das drogas leves e do casamento homossexual grrrrrrr Bush grrrrr globalização grrrr Nicolai grrrrr rrrrrrreferendo grrrrrrr Bush.

Fotografia Instantânea Da Oposição II [PSD - Marques Mendes]

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Fotografia Instantânea Da Oposição I [PCP - Jerónimo De Sousa]

LADO A
Bla bla bla favorecer os grandes grupos económicos bla bla bla camaradas os direitos dos trabalhadores bla bla bla continuação das políticas da direita bla bla bla camaradas os direitos dos trabalhadores bala bla bla os lucros da banca bla bla bla assim se vê a força do pêcê.
LADO B
Bla bla bla favorecer os grandes grupos económicos bla bla bla camaradas os direitos dos trabalhadores bla bla bla continuação das políticas da direita bla bla bla camaradas os direitos dos trabalhadores bala bla bla os lucros da banca bla bla bla assim se vê a força do pêcê.

... E Porque Os Óscares Estão À Porta...