Dolo Eventual

David Afonso
[Porto]
Pedro Santos Cardoso
[Aveiro/Viseu]
José Raposo
[Lisboa]
Graça Bandola Cardoso
[Aveiro]


Se a realização de uma tempestade for por nós representada como consequência possí­vel dos nossos textos,
conformar-nos-emos com aquela realização.


odoloeventual@gmail.com


Para uma leitura facilitada, consulte o blogue Grandes Dramas Judiciários

Visite o nosso blogue metafísico: Sísifo e o trabalho sem esperança

O Dolo Eventual convida todos os seus leitores ao envio de fotografias de rotundas de todos os pontos do país, com referência, se possível, à sua localização (freguesia, concelho, distrito), autoria da foto e quaisquer dados adicionais para rotundas@gmail.com


Para uma leitura facilitada, consulte o blogue As Mais Belas Rotundas de Portugal


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sábado, junho 30, 2007

Sondagem Dolo Eventual: seis em dez lisboetas querem 29000 metros de estacas diâmetro 1500 mm para o novo aeroporto

Querem ainda seis em dez lisboetas que sejam consideradas como acções variáveis a acção sísmica, as acções de retracção e fluência do betão e as acções decorrentes das variações uniformes e diferenciais de temperatura.

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As mais belas rotundas de Portugal [74º]



Largo do Moínho, Castro Verde.
[Fotografia: M. Vitória Nobre]
Veja mais.

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quinta-feira, junho 28, 2007

A lei do mais forte

Por isso é que eu gosto de ver A Lei do Mais Forte. O Sr. Procurador, muito rapidamente, encontra provas que incriminam o homicida [que nunca é apanhado em flagrante]. O homicida é levado a julgamento logo no dia seguinte [tal como ocorre por cá no nosso processo sumário, que trata de casos menores, como por exemplo, entre outros, condução em estado de embriaguez e condução sem habilitação legal]. No julgamento, a testemunha diz aquilo que não devia. Ainda nesse mesmo julgamento, a testemunha que disse aquilo que não devia acaba por ser condenada por homicídio e o arguido passa a ter um estatuto que ainda não percebi bem qual é. Mas, por fim, é libertado.
Por cá ainda estamos muito atrasadinhos.

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First life


Second Life

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quarta-feira, junho 27, 2007

O museu, Lisboa e mais uma polémica

Como não sabemos trabalhar em equipa, é costume recorrermos a equipas de homens providenciais, daqueles que esperamos sempre que se empenhem em fazer as coisas por nós e que quase sempre premiamos com a categoria do sebastianismo.
Isto acontece em quase todos os sectores. Na cultura como nos impostos, no empreendorismo empresarial, na política (nacional e local) ou no futebol, entre tantas áreas. E sempre que fazemos isso estamos quase sempre a errar.
O sebastianismo providencial é sempre, ou quase sempre, solitário. Não é possível esperar que dois homens providenciais, sobre os quais existem sempre tantas expectativas, consigam trabalhar juntos.
Berardo e Mega Ferreira nunca se podiam dar bem. Mega Ferreira é uma espécie de reserva dos socialistas para ministro da cultura, mas sem grandes comprometimento (estilo Vitorino, toda a gente confia muito mas não se sabe muito bem o que eles querem), e Berardo é a força do dinheiro que os saloios dos emigrantes sempre têm, mas que as elites portuguesas sempre desdenham.
Lisboa não tem um museu de referência internacional na arte contemporânea, e a bem dizer, em qualquer outra arte. Madrid tem o Reina Sofia (e noutro estilo o Prado), Nova Iorque tem o Guggenheim e o MoMA (mas também o Metropolitan), Londres tem o Tate Modern (e a National Gallery) etc, etc, etc.
Lisboa não sabe bem o que fazer aos seus museus. Os turistas mal sabem onde ficam e quando os encontram, eles estão muitas vezes fechados ou o material de apoio é miserável. Ocasionalmente e por valente esforço dos seus responsáveis, vão havendo algumas obras e algumas raras iniciativas como as mais recentes do Museu Nacional de Arte Antiga ou o apelo inigualável dos dinossauros do Museu Nacional de Historia Natural.
Lisboa precisava de um grande museu. E a colecção Berardo é a rara oportunidade de o ter.
Depois de um processo absolutamente surreal com o Estado sobre a aquisição, ou não, das peças do comendador, e das birras de quem quer que seja sobre se são hasteadas bandeiras e de quem essas bandeiras são, o Museu Colecção Berardo aí está, com o seu acervo de 862 peças do Século XX.
Tudo arrumado num local que desde a sua construção procurava uma identidade / utilidade própria (na altura os projectos não precisavam de tantos estudos), mas que desta forma se torna um espaço de referência, não apenas para concertos e exposições temporárias (ainda não percebi o que fizeram ao Museu do Design). Tudo aliado a um projecto de comunicação que acabará por o tornar um sucesso equivalente à exposição de Amadeo Souza-Cardoso na Gulbenkian, mas por bem mais tempo.
Depois desta abertura e da demissão de Mega Ferreira, esperemos todos que também Berardo seja um tranquilo e vitalício presidente da fundação e que sejam os técnicos os responsáveis pelo desenvolvimento do museu.

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Campanhas: destrua a vida de alguém


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O terror dos tempos hodiernos: olhar para uma criança, abraçar uma criança, dar a mão a uma criança. A caça às bruxas anda por aí.

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terça-feira, junho 26, 2007

Há vida além de um blog

Hoje à tarde estava a acusar o Pedro de estar todo sentimentalão, mas afinal não é para menos.
Estes dois caramelos (Pedro e David) são as únicas pessoas que conheço pessoalmente em toda a blogoesfera, para além de um amigo pessoal que quase obriguei a ter um blog. Entendemo-nos quase desde o início, apesar de estarmos longe de ter as mesmas ideias, mas ainda assim houve desde o início uma empatia entre nós.
Foram eles que me descobriram na sequência daquele extraordinário debate entre o Carmona e o Sr. Guimarães, depois veio O’ Eleito e mais tarde acabaram por me convidar para integrar a equipa do Dolo.
Por isso não posso deixar de lamentar a saída do David, a quem desejo o maior sucesso na sua vida pessoal, assim como nos projectos que no futuro vier a desenvolver na blogoesfera. Afinal a especialização é que é o caminho...
É a vida, e cada um organiza a sua o melhor que pode. Eu próprio estou num momento particularmente difícil para a escrita. Definitivamente há vida para lá da blogoesfera, e é essa vida que nos obriga a fazer escolhas.
David, um forte abraço, e cá te espero para quando conseguirmos marcar o já famoso jantar em Lisboa.

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Legislativas 2007

Diz-se que António Balbino Caldeira vai processar Sócrates por difamação e denúncia caluniosa. Se o Primeiro-Ministro for constituído arguido, vamos a eleições?

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Pois é

Pois é. Este blogue sem o David Afonso é mais uma negligência inconsciente do que um dolo eventual. Desde o dia da sua fundação - há 2 anos, 2 meses e 26 dias -, escrevo lado a lado com o David. Mas compreendo perfeitamente a decisão. Eu próprio já estive perto de a tomar. Se, inicialmente, o Dolo era uma extensão das nossas conversas de tasca regadas a cerveja, o que é certo que ultimamente as circunstâncias da vida transfiguraram o cenário. E o pior de tudo: deixaram de ser regadas a cerveja. Do diálogo se fez monólogo, e cada um ficou narrando-se prolixamente sem sentido, como se um parvo estivesse com febre.
Mas, como este blogue não é levado por mim com grande seriedade - é, sobretudo, um bom passatempo -, nem é suposto que faça sentido [por aqui nascemos de uma bússola partida], vai continuar.
O Dolo segue dentro de momentos. Vamos na direcção do vento.
¤¤¤
Quanto a ti, David, foi um prazer escrever ao teu lado.

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Vou ali e não volto já

Meus caros,

Depois de termos passado a barreira dos 100 mil visitantes, depois de termos andado pelos Caminhos de Portugal, depois de termos dissecado O Eleito, depois das 100 Imagens Reconfortantes Para Fumadores em Tempos Cada Vez Mais Difíceis, depois de andarmos por aí a contar rotundas, depois de trazermos de novo à vida Urbino, depois de termos massacrado a Marina dos olhos do presidente, creio que é chegado o momento de me afastar do Dolo Eventual. Não dá para continuar a alimentar o animal. Não é, no entanto, um adeus definitivo à blogosfera. Para já, continuarei a publicar n’A Baixa do Porto quando tiver a dizer alguma coisa sobre a minha cidade. Sobre a minha outra cidade que é Aveiro, infelizmente não tenho um sítio, uma praça pública como A Baixa do Porto onde possa escrever. Seria bom que a blogosfera aveirense se organizasse e criasse uma casa comum de debate cívico. Fica aqui a provocação... E como o Dolo continua, continuarei a editar aos Domingos (enfim...) a série «Grandes Dramas» até terminar o caso Urbino e enquanto o meu amigo Pedro assim me o permitir. Saudações dolosas aos meus camaradas de blog e àqueles que tiveram a distinta paciência de ler as minhas alarvarias durante tanto tempo. A gente vê-se por aí. Até!

segunda-feira, junho 25, 2007

Quanto vale o seu QI?

Já pensou em colocar-se à venda num mercado para humanos na internet? Quanto iria valer? Eu, parece, andaria pelos 1,48 milhões de dólares. Não sei se isso é bom ou se é mau. [Clique na imagem]
How much are you worth?
Já agora, faça também um teste de QI.

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domingo, junho 24, 2007

To be or not to be

Fidel Castro apelou aos jovens comunistas para garantirem a revolução. Se os jovens falham, tudo falhará. Shakespeariano, afirma que a alternativa dos jovens é ser ou não ser. Infelizmente, não é bem assim.
Os jovens responderam em juventud rebelde ponto cu. Começam a resposta com Querido Fidel e terminam com no concebimos un futuro sin socialismo e independencia, para eso trabajamos y lo hacemos convencidos de que el imperio no tendrá jamás a Cuba. ¡Lo juramos!
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Ser ou não ser, eis a questão. Será maior a nobreza da alma sofrer a funda e a flecha da fortuna ultrajante, ou pegar em armas, opondo-lhe um fim?

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sábado, junho 23, 2007

Os anais da castidade

"God wants you to be holy, so you should keep clear of all sexual sin. Then each of you will control your body and live in holiness and honour."
Uma jovem acusa a sua escola de discriminação, já que não lhe é permitido o uso de um misterioso «anel de castidade». [link]
Mas será o anel de castidade mesmo necessário?


Não. Basta convicção e força de vontade.
Há uns anos atrás conheci uma francesa que me dizia que, por motivos religiosos, iria casar-se virgem. Daí que só poderia praticar sexo anal.
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Depois a malta não há-de ficar desmotivada.

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As 10 cervejas mais bizarras


Entre elas, a cerveja mais forte do mundo, com 25% de álcool.

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As mais belas rotundas de Portugal [73º]


Rotunda ai pum ou rampa de skate. Em Esgueira, Aveiro.
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«Dada por concluída em Fevereiro de 2005, nunca chegaria a servir a função para que foi construída. Perante o perigo que constituía a forte inclinação do tabuleiro (18%) para veículos e peões, a Câmara na altura presidida pelo socialista Alberto Souto decidiu não autorizar a abertura ao trânsito até à execução de correcções ao projecto atribuindo culpas aos engenheiros da Refer. [...] A correcção do erro [...] “vai custar 800 mil euros” [...]» [link]
○○○
[Sugestão de
Nelson Peralta]

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100.000 visitas

O nosso visitante número 100.000 chega-nos de Aveiro, tem o Linux como sistema operativo e usa o Firefox. É cliente da Cabovisão. Esteve por cá 3 minutos e 33 segundos. Nem mais nem menos.

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sexta-feira, junho 22, 2007

E não rolam cabeças...

Este Ministério da Educação é à prova de tudo. Nesta equipa todas as cabeças são amoviveis. É tempo de Sócrates tirar o chicote da gaveta...

«Ministério anula uma pergunta da prova de Física e Química
Em causa está a prova de Física e Química A-715, no item 4.2.1. Na alínea D da versão 1 e na alínea B da versão 2, a figura apresenta "uma incorrecção que inviabiliza a concretização de uma resposta correcta", segundo um comunicado da tutela.
Para não prejudicar os alunos na classificação final da prova, o ministério decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame será multiplicada por 1,0417.Ou seja, no caso de um aluno ter 12 valores na prova, por exemplo, a sua nota final no exame será de 12,5, o que corresponde a 13 valores.»

O que é um mistério para mim é que dando aulas desde 1995 nunca me aconteceu uma coisa assim. E não sou um professor por aí além...
[Fonte: PÚBLICO]

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Cegos, surdos e mudos II

Por esta altura já toda a gente percebeu que além de a Europa avançar a duas velocidades, também funciona ao contrário da normalidade que deveria ser o seu projecto.
É cada vez mais claro que a emergente necessidade do alargamento que durante anos foi o “el dorado” europeu, deveria ter sido melhor preparado, reformando as instituições e fazendo condicionar a entrada de novos membros à concordância com as novas regras.
Era aliás bem simples, não tivessem os eurocratas insistido que a Europa se cumpria no seu alargamento. Era organizar uma espécie de tratado evolutivo, que contivesse claramente os objectivos quanto ao alargamento e as regras a aplicar às instituições e ao sistema de votação em cada uma das etapas do alargamento.
Se assim tivesse sido, hoje sabíamos com clareza se faz sentido incluir na União a Turquia e a Ucrânia e se outros países devem ou não entrar. Saberíamos quais os limites territoriais, mas também conheceríamos quais as instituições que a União necessitaria à medida que fosse aceitando novos estados e como iriam funcionar. E não teríamos qualquer problema quanto à votação pois poderia aplicar-se um sistema novo, acordado no tratado, de acordo com o número de países que entrassem, facilitando a sua integração e o funcionamento das instituições europeias.
Depois de concluirmos que as jovens democracias de leste foram raptadas por fundamentalismos vários, assistimos impunemente ao bloqueio das decisões na União por um estado que pretende em nome da memória de um conflito cujo fim está na génese da União, fazer vingar os seus pontos de vista que estão longe de ser equitativos. A Polónia, que ironicamente, não parece querer ceder uma vitória a Merckl, não só cospe no prato onde está comer, como invoca um passado de horror que aparentemente quer reproduzir para muitos dos seus cidadãos. Além disso é de uma injustiça cruel para a Sra. Merckl que passou grande parte da sua vida na Alemanha de Leste, sob o mesmo bloco opressor que a Polónia viveu em resultado da guerra.
Não haja qualquer dúvida. Os "evil twins" Kaczynski não querem uma Europa mais justa, querem uma Polónia mais influente e se alguém lhes dissesse que isso se poderia conseguir às custas de outros países, ainda mais pequenos e menos populosos, como Portugal, não hesitariam em aceitar.
Não há definitivamente um projecto europeu porque tudo é basicamente avulso. Se nesta altura ainda estamos todos a regatear questões de soberania nacional, sobre matérias especificamente económicas, como a aplicabilidade da carta de direitos fundamentais ao direito de trabalho inglês, então não há forma de a prazo se conseguir uniformizar tantas e tantas matérias que esta Europa ainda enfrenta.
Blair, na sua última cimeira conseguirá provavelmente criar mais estragos do que em qualquer outra, insistindo nesta absurda ideia de serem todos muito eurocépticos, que é uma forma de disfarçar a incontornável evidência que a Alemanha é que é o verdadeiro motor da Europa e não o Reino Unido.
E para quem é que vai sobrar? Pois claro, para nós. Pode até ser possível que um país mais pequeno, que na realidade não tem conflitos específicos com ninguém consiga desbloquear esta situação. Mas a coisa não começou bem na reunião do Visegrád Group em Bratislava, em que Sócrates foi o convidado principal. Naturalmente Kaczynski optou pela sua habitual falta de educação, perante o aviso de Sócrates que não poderíamos voltar a discutir a essência da Europa nesta altura, mas isso não compromete a presidência portuguesa.
Luís Amado e o Governo fazem bem em não aceitar este dossier, se desta cimeira não resultar um mandato claro para a presidência portuguesa prosseguir e tentar encontrar uma solução para este grave impasse que ameaça a própria união.
Enquanto tudo isto acontece em Bruxelas, nos restantes países europeus, os diversos povos não percebem nada, nem sabem se alguma vez terão alguma coisa a dizer sobre este assunto.
Aos poucos vai-se construindo uma Europa estranha e medonha. A verdadeira máquina burocrata em que ninguém se consegue rever.

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quinta-feira, junho 21, 2007

Cegos, surdos e mudos


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quarta-feira, junho 20, 2007

RIP RIVOLI em actualização constante

A minha colecção de links sobre o Rivoli (RIP RIVOLI) continua em actualização. Se me escapou algum post ou alguma notícia, façam lá o favor de me dizer qualquer coisinha.

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Estranha atenção...

Importa ainda referir outro faits divers: anda a circular por aí um vídeo que mostra o Director-Adjunto do JN na manifestação do Rivoli. O que é peculiar é que este vídeo é totalmente anónimo não se sabendo quem o fez e quem o distribui. Estou saturado de ver a minha caixa de correio a ser bombardeada por um anónimo que se intitula Hiper-atento, Mega-atento e ainda Muito-atento. Ora, seria bom que este anónimo se identificasse, enfim, que nos fizesse essa atençãozinha. É que já tive de defender a honra desta Câmara perante alguns espíritos mais exaltados que acreditam ser esta que está por trás desta manobra. E se a defendo é porque não acredito – não quero e não posso acreditar – que tal seja possível. De modo a evitar embaraços como este, seria bom esclarecer toda esta situação.

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Murphy e Talião

Dos cafés, que foram o berço da esfera pública da modernidade, saltemos para a nova esfera pública: a web. A propósito da manifestação contra a o negócio do Rivoli, a CMP atacou de novo o JN a partir do seu site oficial. Sobre o caso Rivoli nada mais tenho a acrescentar, até porque é minha convicção de que esta estória não vai ter um final feliz. É a 1ª Lei de Murphy em acção: Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das formas resultar em catástrofe, então alguém a fará. Quanto ao site oficial da Câmara devo dizer que nada daquilo me parece fazer qualquer sentido porque se a CMP condena um comportamento deveria se abster de o mimar no seu site oficial, isto é, se se sente vítima de perseguição do JN, então deveria se abster de ela própria perseguir o JN. A Lei de Talião é primitiva e nada adequada ao bom funcionamento das instituições.

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O que se passa com os cafés do Porto?

O que se passa com os cafés do Porto? No outro dia, no jornal, o patrão do Café Aliados regozijava-se com a afluência de turistas à nova esplanada. É que estes consomem e não «empatam» uma mesa com um café como os portugueses. Uma noite destas entrei no Café Guarany às 23:40 mas não consegui ser atendido. Os empregados fardados e de gel impecável na cabeça pareciam em estado cataléptico, apesar do café estar cheio e a minha mesa suja (muito suja). Como ninguém me atendia, resolvi interpelar um deles. Resposta: Não serviam mais pois encerravam às 00:00. Regras da casa e se tivesse alguma reclamação a fazer que me deveria dirigir ao gerente. Embrulha! No dia seguinte fiz uma aterragem de recurso no Brasileira, aliás Caffé di Roma, para tomar um café terapêutico pós-almoço. Consigo ser atendido 20 minutos depois por uma adolescente que, sozinha, tentava dar conta do recado. E o café estava uma boa porcaria. Dizia Steiner que, enquanto existirem cafés, a ideia de Europa terá algum conteúdo. Pois então por cá...

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terça-feira, junho 19, 2007

Pensamentos: uma direcção e não soluções

A diferença entre solução e direcção é esta: a solução é sempre um remédio passageiro para disfarçar a desgraça. Ao passo que a direcção é a própria dignidade posta nas mãos do desgraçado para que deixe de o ser, e a direcção única é a garantia perpétua dessa dignidade. E foi o que fez Goethe: Descobriu a direcção única. Artista, na verdadeira acepção da palavra; Artista é aquele que precede a própria ciência. Por isso Goethe afastou-se de quantas realidades irrealizáveis onde costumam habitar instaladas as gentes. E impassível, desde cima, assistiu ao desenrolar da tragédia. E viu o mundo inteiro por cima de todas as cabeças, e viu a Europa toda e com cada um dos seus pedaços, e viu cada indivíduo da Humanidade como um pequenino astro tonto que nem sabe sequer ir na parábola da sua própria trajectória, e viu que de todos os seres deste mundo o único que errava o seu fim era o Homem, o dono da Terra! E viu que era na Humanidade que estavam os únicos seres deste mundo que não cumpriam com o seu próprio destino, e finalmente viu! Viu com os seus próprios olhos o que ninguém tinha visto antes dele. Viu pela humanidade inteira, viu por toda a Europa e viu por cada indivíduo. E compreendeu o mundo, e concebeu uma Europa, e para todos os indivíduos da Terra abriu de par em par a direcção única.
Goethe, o génio, é universal, europeu e alemão. Goethe, o indíviduo Goethe, também presente a essas três unidades, humana, europeia e alemã, as quais três são uma única, a dele. Nós os Portugueses pertencemos à Humanidade, à Europa e a Portugal. Não somos três coisas distintas, senão uma única, inteira, a nossa. Cada indivíduo não pode chegar até si mesmo senão através dessas três unidades a que pertence: o mundo, aquela das cinco partes do mundo onde está a sua terra, e a sua terra. A terra de cada indivíduo não está limitada pelas legítimas fronteiras físicas e políticas do seu próprio território, é além disso um pedaço determinado de uma quinta parte do mundo inteiro.E o indivíduo está tão longe de si mesmo que para chegar até si tem primeiro que dar a sua volta ao mundo, completa, até ao ponto de partida.

Almada Negreiros, in 'Ensaios'

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El español de la historia




Espanha é uma prioridade. Mas cada vez mais é uma referência. Não apenas porque está aqui ao lado, até porque poderíamos querer comparar-nos, e frequentemente até o fazemos, com outros países mais longínquos, mas porque em termos de igualdade de oportunidades foram fornecidas as mesmas aos espanhóis que a Portugal e precisamente ao mesmo tempo.
Além disso, a história das economias de escala não explica tudo. Não há economias de escala na maior parte das funções que o estado espanhol eficientemente e com elevadíssimos níveis de satisfação, fornece aos cidadãos espanhóis (dou de barato que algum liberal aqui venha dizer-me que estou enganado), e porque principalmente não existem economias de escala na educação. Então se pensarmos que na educação espanhola cabem muitos portugueses negados nas universidades portuguesas, então temos o assunto encerrado.
Mas a educação em Espanha é muito mais do que a simples aritmética dos bons resultados técnicos. A educação em Espanha é também uma educação cívica que ao longo dos anos têm vindo a possibilitar que os espanhóis, ou pelo menos grande maioria deles, veja as restantes culturas e estilos de vida, de forma mais tolerante, respeitando a generalidade das diferenças que se criam nas sociedades modernas.
Não vale a pena explorar as diferenças que nos separam em termos educacionais em relação a Espanha, e seria absurdo pensar uma comparação em termos de educação cívica. São inúmeros os exemplos que nos separam.
Numa simples curiosidade, apenas interessante do ponto vista antropológico de como os povos olham para si próprios e para os seus líderes, em Espanha também houve um Grandes Portugueses, mais concretamente “El Español de la História”.
Os resultados foram muito interessantes, desde logo porque 5 dos 10 primeiros classificados ainda estão vivos. Porque se reconhece o papel indelével dos homens que fizeram e consolidaram a democracia espanhola, como são Juan Carlos, Adolfo Suarez, e Felipe Gonzalez. Ainda assim, têm lugar nesta lista o grande navegador Colombo como homenagem ao glorioso passado espanhol, Cervantes indiscutivelmente o maior escritor da literatura espanhola, Picasso como o maior representante da cultura espanhola do século XX e a mais carismática das santas espanholas.
Mas provavelmente mais interessante, pela comparação com os nossos resultados neste passatempo, é o discreto lugar do fedorento ditador espanhol, Francisco Franco. Em Espanha os seus concidadãos apenas lhe atribuíram um miserável 22º lugar.
Muito mais que uma fronteira nos separa de Espanha.

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segunda-feira, junho 18, 2007

A manipulação conveniente

A pressão sobre a comunicação social por parte dos políticos, pode resultar em graves constrangimentos na independência que se pretende que tenham os jornalistas, mas também constrangimentos vários de programação que naturalmente ninguém deseja.
Mas isso é um valor em si mesmo, ou porventura é apenas um valor mensurável todos os dias através das múltiplas e variadas acusações dirigidas a um governo socialista, de manipulação da comunicação social pública? É um valor em si mesmo, defender tout court a liberdade de imprensa e a autonomia das direcções das televisões e rádios publicas, ou isso apenas é relevante perante a existência de um poder socialista?
Este país não é uma monarquia, independentemente da forma como sucessivamente os presidentes da república interpretam os seus poderes.
Aníbal Cavaco Silva é um cidadão como qualquer outro, que se submete à eleição por maiorias qualificadas, tal como qualquer outro cargo político desta República.
Não há, apesar de ao cargo não concorrerem (hipoteticamente) partidos políticos, diferença nenhuma entre o valor das maiorias que elegem o Parlamento e o Presidente.
O Presidente não pode, ou talvez não deva, usufruir da possibilidade que o seu cargo lhe confere, para condicionar de forma evidente a administração da RTP na autonomia com que gere a sua própria programação.
Aquilo que é do interesse público, não é os portugueses verem o Presidente condecorar os amigos da Comissão de Honra da sua candidatura, que apenas por vergonha não condecorou no ano passado. Aquilo que interessa aos portugueses não são as condecorações na festa a que o povo português não tem acesso. O que interessa ao povo português é a festa na rua à qual com grande dificuldade se consegue assomar entre as tribunas dos importantes. Para essa festa a RTP tem uma especial responsabilidade de estar presente.
Infelizmente este assunto não levantou qualquer celeuma na blogoesfera e tão pouco na tal comunicação social que se diverte a fazer a vida negra ao governo.
Cavaco condiciona a RTP, sem sequer dar cavaco à entidade que legalmente a isso está obrigada.
A administração e a direcção de informação da RTP meteram o rabinho entre as pernas e de imediato se comprometeram a corrigir esse crime de lesa-majestade.
Está aberta a enorme caixa de Pandora que permitirá sempre que o Presidente, ou o Primeiro-ministro, ou Presidente do Supremo, ou outro qualquer, forem interrompidos por um compromisso televisivo, exigirem ver as suas declarações originais e completas no respectivo horário em que foram proferidas. Lançam-se apostas sobre quem será o pior dos manipuladores se porventura sugerir a mais leve critica à RTP...

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Grandes Dramas Judiciários: Urbino de Freitas (28)

URBINIANA



Em vez de um exemplar, desta vez trago uma bibliografia urbiniana elaborada por Liliana Rocha Dias:



- Amêndoas, Doces, Venenos, Navarro, António Rebordão, Porto, 1998, Campo das Letras

- A inocência de Urbino de Freitas, Monteiro, Gomes, Lisboa, 1893, Ed. Guimarães.

- O caso Médico-legal Urbino de Freitas, Souto, Agostinho António do, Porto, Imprensa Portueza.

- Uma causa célebre: com retrato e biografia do Dr. Urbino de Freitas, Conrado, Alberto, Porto, Imp. Económica, 1893.

- O problema médico-legal no processo Urbino de Freitas: uma replica – Suplento de: Coimbra Médica, nº 19, Raymundo da Silva Mota, Coimbra: Imprensa da Universidade, 1893.

- Minuta do Recurso de revista no processo Urbino de Freitas, Rangel, João Carlos Temudo, 1892, Porto: Luiz de Souza Ferreira.

- Verdadeira História de Urbino de Freitas e da sua infeliz família, Silva, Agostinho Veloso, Livraria Portuguesa, 1904

- O famoso e Controverso Caso Urbino de Freitas, Varatojo, Artur, Lisboa: Correio da Manhã, 2003, Arquivo do Crime. Casos Reais.

- Os Grandes Criminosos Portugueses, Ed. Ésquilo

- O crime na rua das Flores no Porto (o crime na rua das flores: opiniões da imprensa e provas obtidas contra o suposto envenenador o dr. Vicente urbino de freitas, Porto, Empr do Jornal o combate, 1890.

- Os crimes de Urbino de Freitas, Lisboa, Liv. Barateira, 19.. (os grandes crimonosos)

- Os crimes de Urbino de Freitas, Lisboa, Verol Junior, 19.. (Crimnosos célebres:5)

- O discurso natural da Linguagem, Freitas Urbino, Porto, Typographia Central, 1884.

- Monografia Audiências de julgamento do Dr. Urbino de Freitas, GRANGE António La .- Porto : Artur de Sousa, 1893.- 624p. ; 25cm
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28. Debates (Parte 2)



Seriam as amêndoas ou os doces de côco remetidos pelo Réu de Lisboa? Seriam os clisteres de água cidreira, aconselhados e preparados pelo Réu?
É isto o que em primeiro lugar vamos analisar.
Srs. jurados! No dia 28 de Março de 1890 foi remetida de Lisboa, em nome de Lúcio Artins, uma encomenda postal contendo amêndoas, e dirigida a Dona Berta Sampaio, sobrinha do Réu e filha de José Sampaio Júnior, falecido nos princípios de Janeiro daquele ano, no Hotel de Paris, desta cidade, encomenda que continha três caixas cartonadas com amêndoas brancas e de côr e um doce de côco ao centro de cada uma das três caixas.
Recorda o que se deu com as pessoas que comeram as amêndoas e o tal dôce de côco.
O Réu fora chamado a casa da sogra. Encontrando as crianças já aliviadas, receitou um purgante àquela senhora, retirando-se para sua casa e voltando à noite a saber dela, que encontrou bem, só bastante prostrada.
Como fosse já tarde e horas de se deitarem, a sogra disse-lhe que se retirasse, ao que ele não queria anuir (tendo até mandado a sua casa buscar uns chinelos para calçar durante a noite); mas, como ela não consentisse, o Réu disse-lhe que se retirava, mas que antes ia dar a seus sobrinhos, para eles dormirem e repousarem melhor e ganharem forças, uns clisteres de água cidreira que lhes deviam fazer muito bem. O envenenamento pelas amêndoas tinha falhado. Era preciso aproveitar-se a ocasião e não perder tempo, passos, incómodos, inutilmente; e então, deliberou envenená-los por outro modo.
Mandou-se buscar a cidreira e amornar a água, indo o Réu à cozinha, ele próprio, preparar esses clisteres.
Chegado aí, depois de ter pedido água, um copo e uma xícara, mediu a água, entrou para a retrete, onde se demorou algum tempo, voltando depois a deitar tudo na chocolateira, que estava ao lume.
Aquecida que foi a água, levaram-na ao Réu, sendo ele que encheu a seringa, querendo ministrar os clisteres, o que não levou a efeito por se oporem a tal os sobrinhos, encarregando por isso, desse serviço, a criada Maria Luísa.
O Réu retirou-se naquela ocasião. Mário recebeu o clister todo e com ele ficou toda a noite. Sua irmã Maria Augusta e sua prima Berta expeliram os delas. A noite passaram-na sem incidente algum, dormindo bem e profundamente.
No dia imediato, à hora do costume, acordaram as crianças e quando sua avó lhes perguntou como estavam, Mário queixou-se de muita sonolência e transpiração abundantíssima, sentindo-se agoniado. As meninas diziam ter muito peso na cabeça e andar-lhes a casa à roda.
Notam os Srs. jurados, na véspera tinham acordado bem e comido regularmente. Eram portanto os primeiros sintomas do envenenamento pelos clisteres a manifestarem-se.
Nesta ocasião, 7 horas da manhã, sem que ninguém o mandasse chamar, nem o esperasse, pois todos tinham ficado bem na véspera, apareceu o Réu que, informando-se do estado de seus sobrinhos, mostrou a necessidade de tomaram novos clisteres de cidreira, que ele próprio, como na véspera, preparou, na mesma chocolateira e copo, encobrindo com o corpo a operação de medição e enchimento da seringa; e mandando-os aplicar, recomendou que os aproveitassem todos, retirando-se de seguida.
Pouco tempo depois de sair, suas sobrinhas Berta e Maria Augusta de novo expeliram os clisteres, ficando Mário com o dele.
Passada aproximadamente uma hora, Mário que tinha adormecido profundamente, despertou., dando um grito e chamando para junto de si a avó, a quem, entre soluços, dizia: «Mamã, mamã, eu morro!!! Aquele clister que o tio me deu, matou-me. Mamã, eu morro, mas não se aflija, não!!! Eu não vejo nada. Abram-me as janelas (as janelas estavam abertas). Mamã, eu não queria morrer! Ai! Que aflição! Eu morro!!!»
E deixando cair a cabeça sobre o peito da avó, foram estas as últimas palavras da desventurada criança, morrendo ao fim da tarde desse dia! Naquela ocasião, e quasi ao mesmo tempo, chamavam também por sua avó suas netas Berta e Maria Augusta, que, sentindo-se igualmente aflitas e agoniadas, lhe pediam socorro.
Srs. jurados: quem se não sentirá profundamente impressionado ante a aflição imensa e a enorme dor daquela infeliz senhora, duas vezes mãe e protectora única de seus netos, órfãos de pais, que, naquele angustiosíssimo momento, lhe pediam e suplicavam auxílio?
Com que ansiedade não esperaria a chegada do Réu, que a toda a pressa tinha mandado chamar, num trem, e que julgava o amigo, o protector, o salvador de seus netos, ele, o seu envenenador, ele, o seu assassino!!!...
Chegou o Réu, e após um ligeiro exame de seus sobrinhos, voltando-se para a sogra, diz-lhe: «mande chamar médicos, que estas crianças estão envenenadas».
[Episódios anteriores: http://grandesdramas.blogspot.com]

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domingo, junho 17, 2007

Leituras a que volto sempre



«E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu para sempre.»


Passando pela minha estante notei a ausência de dois livros aos quais volto para recordar que uma boa leitura pode ser simples, despretensiosa mas não menos surpreendente. Estavam apenas fora do sítio habitual o que serviu no entanto para vos deixar estas sugestões de leitura. O livro de Miguel Sousa Tavares, "Não te deixarei morrer David Crockett" é uma reunião de textos e crónicas publicadas no jornal Público e na revista Maxim e o título uma homenagem ao herói de infância do autor: o aventureiro David Crockett, um dos pioneiros do Oeste americano, imortalizado no cinema e na banda-desenhada. Trata-se de recuperar os anos da infância, da pureza e da ingenuidade, o que contrasta com a imagem forte e opiniões firmes que Miguel S. Tavares nos tem habituado. Já em "Noites Brancas", Pedro Rolo Duarte (cujo percurso passa pelo DNA, suplemento de sábado do Diário de Notícias, O Independente, de que foi editor-adjunto, a Capa, onde foi editor-geral, a Visão, que fundou e da qual foi também editor-geral, a televisão, dando a cara em programas como o Falatório ou o Noites Brancas na RTP e também na TVI com o Legítima Defesa) traz um pouco das suas várias facetas para o livro: o profissional que pensa sobre o trabalho da sua classe, o homem comum que conta as histórias comuns dos nossos dias, o "trintão" que não esconde os seus dramas, as alegrias e as nostalgias típicas de uma geração que acordou para o mundo já com a liberdade nas mãos. Como jornalistas já há muito me revejo nas suas opiniões e artigos e na escrita revelam um lado mais profundo e nada alienado.

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Sortido rico


Faça você mesmo um retrato-robot.
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Mundo masoquista: estudo revela que pagar impostos gera sentimentos de felicidade e satisfação.
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Depois de Cavaco Silva indultar foragido da lei, serial killer que cometeu nove homicídios [e é suspeito de muitos mais] é seleccionado para poder integrar juri em Tribunal estadunidense.

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sábado, junho 16, 2007

A minha Biblioteca Vermelha 9

MANDEL, Ernest - Tratado de Economia Marxista 1. Lisboa: Bertrand Editora, 1978 (272 p.)
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Fruta da época: «Um estranho paradoxo domina a atitude do mundo académico a respeito da teoria económica marxista. Ela desperta, há meio século, um interesse económico crescente e foi objecto de apaixonados debates nos meios universitários; uma economia socialista «não podia funcionar», diziam os economistas. Hoje, ninguém contesta que a teoria marxista possa inspirar (não sem êxito) a política económica dos estados, grandes ou pequenos, mas nos meios académicos ela não encontra mais que indiferença ou desdém. Se, algumas vezes, é objecto de estudos mais profundos, não é pela razão do seu valor próprio, mas como sub-ramificação dessa nova «ciencia» intitulada «sovietologia», a menos que o não seja no quadro de uma disciplina ainda mais estranha, a «marxologia»."
[Apresentação] [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8]

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sexta-feira, junho 15, 2007

R.I.P. RIVOLI


Eu não estive no funeral do Rivoli, apesar de ter tido direito a um convite para assistir ao triste espectáculo e tudo. O meu lado é e será sempre o dos 1000. Em todo o caso, nessa noite, tive de trabalhar. Fica uma lista de links sobre um dos marcos mais importantes da história da cultura portuense. A dupla La Feria/Rio ganhou (?) uma batalha, mas não a guerra:


Fotos na CARAS (queiram-me desculpar este compreensível lapso; afinal é mesmo o site da oficial da C.M.Porto)

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quinta-feira, junho 14, 2007

USHAKOVSKOYE


USHAKOVSKOYE

Fernando Mesquita
João Ferro Martins
Rodrigo Tavarela Peixoto

Exposição de artes plásticas
AVENIDA,
Av. Da Liberdade nº 211, 1º
Lisboa Portugal

De 16 de Junho a 07 de Julho
5ª e 6ª das 19h as 22h
Sáb e Dom das 14h as 19h
Inauguração dia 15 pelas 21h30


Ushakovskoye é o nome da terra de Vasilina Alpaum. E quem foi Vasilina Alpaum?

Uma jovem de 23 anos, habitante de uma pequena aldeia no mar do Norte que em 2002/2003 foi declarada reserva natural de Ursos e evacuada de todos os seus habitantes. Todos? Não , numa casa da aldeia continuava a viver Vasilina Alpaum, resistindo ainda e sempre, não aos invasores (ursos), mas aos evacuadores. As suas motivações permanecem desconhecidas, terá partilhado a sua vida com os ursos até ser devorada por um deles, uma morte por demais anunciada, embora esta não seja uma crónica.
A resistência de uma jovem de 23 anos, a atitude de gritar "eu não vou por aí" que alguns de olhos doces lhe disseram, inspira e inspirou um conjunto de três artistas unidos por uma amizade e que partilham o chão comum de visões de Artes e percursos independentes.

Os Artistas

Fernando Mesquita (Santarém 1976)

Tem praticado as difíceis disciplinas da escultura, pintura e desenho e outras como composição musical ou a instalação (seja lá o que for), Expõe regularmente desde 2001 sendo possível apreciar o seu percurso em conversas com o próprio.
Sobressaem de entre inúmeras exposições a nomeação para o prémio city desk 2006, e a selecção oficial em Artes Plásticas para os Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo como representação portuguesa em Nápoles 2005.

João Ferro Martins (Santarém 1976)

È portador de uma energia que se espelha num ecleticismo de construções nas mais variadas disciplinas e materiais, unindo na sua produção fotografia, escultura, pintura, composição sonora, instalação (seja lá o que for) e taxidermia caseira. O seu trabalho pode ser apreciado nesta exposição ou no seu site na internet, do seu deambular expositivo há a realçar a exposição Hangar na fundição de Oeiras 2006.

Rodrigo Tavarela Peixoto (Lisboa 1974)

É entediantemente fotógrafo, ao contrário dos seus companheiros só faz fotografia, desde 1999. Do tédio que pode ser a fotografia sobressai no seu trabalho uma produção à margem da fotografia actual. Participou na Lisboa Photo2003 e representou Portugal em Artes Plásticas na bienal dos Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo em Nápoles 2005.

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quarta-feira, junho 13, 2007

Stalin vive

Já estamos a 13 de Junho e mesmo assim há uma quantidade incrível de ministérios, secretarias de estado, institutos estatais e outros organismos públicos que continuam a pôr em destaque a Greve Geral de 30 de Maio com mapas da adesão à greve. Será que não têm nada de mais útil para fazer e para informar? Provavelmente não. É como se tratasse de uma espécie de prova de vida burocrática. A greve já lá vai e seria tempo de actualizarem os sites com informação relevante para o cidadão. Insistir é fazer (ainda mais) política. Já faz lembrar os aplausos ao camarada Stalin: nunca mais paravam porque ninguém queria ser o primeiro a parar. Ai, Portugal, Portugal...

OBS: Alguns exemplos (em todo o caso, verifique você mesmo dando uma volta pela net governamental):

http://www.moptc.pt/
http://www.min-financas.pt/
http://www.dmrs.min-saude.pt/novidades.asp
http://www.iartes.pt/

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terça-feira, junho 12, 2007

As mais belas rotundas de Portugal [72º]


«Aí vai mais uma rotunda, mais uma vez de um sítio do nosso querido Portugal profundo. Foi em Arão, Valença.»
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Rotunda variante cruzeiro. Abundante.
[Fotografia e texto:
Octávio Lima]

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A tradição cultural justifica

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 15-03-2007 [link]:
«1. A prática desportiva de tiro com chumbo aos pombos em voo, apesar de se proceder ao arranque prévio das penas da cauda [ai] e só depois serem lançados em voo, a morte ou a lesão física que resulta dos tiros que se lhe seguem, não envolve sofrimento cruel nem prolongado [depende da pontaria].
2. O tiro aos pombos em voo, constitui uma modalidade desportiva [é desporto ninguém leva a mal], com longa tradição cultural em Portugal, regulada pela Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, com estatuto de utilidade pública desportiva e, não se enquadra na proibição prevista pelo artigo 1.º , n.ºs 1 e 3 alínea e) da Lei n.º 92/95 de 12 de Setembro, nem por qualquer outra disposição legal.
3. A Lei n.º 92/95 de 12/09, tem em vista proteger os animais contra violências cruéis ou desumanas, que não se verificam com o tiro aos pombos em voo [nada], por essa prática não caracterizar crueldade ou desumanidade [pois não, porque se mata por desporto; matar por desporto é uma prática muito humana, sem qualquer espécie de ironia] e se justificar por existir reconhecida tradição cultural enraizada numa grande camada do povo português [é a cultura, estúpido!], não estando por isso abrangida na referida previsão legal.»
Art.º 1.º n.º 1, da Lei 92/95 de 12 de Setembro:
«São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões.»

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segunda-feira, junho 11, 2007

Amadorismos

Saíram há pouco tempo os resultados das candidaturas aos acordos tripartidos 2007-2008. Esta modalidade de apoio à produção cultural visa a assinatura de protocolos de carácter plurianual entre o Ministério da Cultura, as autarquias e os agentes de criação e/ou programação. A ideia nem era má se não fosse a verba irrisória atribuída ao programa, por um lado, e o facto de afectar o apoio do Instituto das Artes aos humores municipais, por outro. Talvez assim se perceba que apenas um punhado de entidades em todo o país tenham submetido a sua candidatura ao programa. No final apenas cinco candidaturas foram apoiadas (a Norte estão de parabéns a C.M. Guimarães com A Oficina - Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães e no Centro, a fugir para Norte, a C.M. Águeda com d'Orfeu Associação Cultural). Do Porto também saiu uma candidatura, mas mais valia que estivessem quietos. Passo a transcrever um excerto do parecer técnico (sublinhado meu):
«Nas 15 propostas em avaliação detectaram-se duas situações anómalas relativamente aos pressupostos básicos deste tipo de apoio indirecto, nomeadamente quanto ao período de referência, ao envolvimento autárquico e à ocorrência de outros apoios concedidos pelo IA. Explicitemos: no que respeita à proposta "Sextas no Parque da Alfândega", apresentada pela Fundação Dr. Luís Araújo, a programação adiantada refere-se apenas a três meses, Junho a Agosto de 2007, ignorando o carácter plurianual destes Acordos, ao mesmo tempo que o compromisso autárquico é apenas logístico, contrariando o estipulado na alínea c) do n.º 1 do artigo 22.º do Decreto-Lei em referência, desvirtuando, assim, o pressuposto de parceria financeira entre as partes envolvidas no acordo».
Ou seja, esta proposta nem chegou a ser considerada dado não respeitar as regras do jogo. Este amadorismo é inaceitável! Que uma entidade como a tal fundação atire barro à parede a ver se dá, é lá com ela apesar de a esperteza saloia ter sempre algo de confrangedor. Agora que a autarquia se preste a fazer estas tristes figuras é que não pode ser. Das duas uma: ou conheciam a lei ou desconheciam a lei. Se desconheciam a lei, isso é mau, muito mau, principalmente para quem na autarquia assinou de cruz a candidatura. Se conheciam a lei, ainda pior porque deveriam estar à espera da eterna excepção, aquela que sempre se abre para os medíocres. Profissionalismo e seriedade precisam-se!

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domingo, junho 10, 2007

Grandes Dramas Judiciários: Urbino de Freitas (27)

URBINIANA
O TRIPEIRO - Ano V, 3.ª série: n.º 18, p288; n.º 19, p303 e n.º 20 p319. Porto 1926

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27. Debates

Interrompida a audiência por 10 minutos, às duas e um quarto entra-se nos debates.
- Juiz: - Tem a palavra o digno agente do Ministério Público.
- Delegado: - Senhor Juiz. Senhores jurados! Senhor Advogado de defesa. Meus colegas. Meus senhores! – vocativos que soam a expressões simbólicas de rito litúrgico.
«Quando o poder de Deus se nos revela dum modo tão manifesto, esclarecendo os menores detalhes, explicando as mais pequenas minudências, evidenciando todos os factos, pondo em relevo todas as provas, descobrindo toda a verdade, fazendo plena luz e não deixando no nosso espírito sombra de dúvidas ou hesitações, sobre a existência de um crime. É, srs. jurados, que a Providência quere que a justiça dos homens se faça completa, e que eles, em primeira instância, julguem e punam este crime tão extraordinário e assombroso, que levou a indignação a quantos o presenciaram, o horror e o espanto a todos que dele tiveram conhecimento».
Afirma que nunca, na história da criminalidade, em qualquer época, em país algum, houve crime que revelasse tanta perversidade, malvadez, baixeza de sentimentos, degradação de instintos.
Lamenta que a história da cidade do Porto tivesse sido manchada com página tão funebremente contristadora.
Tem havido – diz – criminosos notáveis, envenenadores célebres. A todos o Réu levou a palma. À sórdida e diabólica ambição, sacrificou todos os laços do sangue e parentesco, «imolando inocentes, vitimando crianças, destruindo pessoas que a amizade, o respeito e a gratidão lhe deviam tornar sagradas».
Evoca vários criminosos célebres, como Troppann e João Belo. A seguir rememora médicos envenenadores que sempre negaram os seus crimes. Palmer e Lawson, na Inglaterra; Castaing e Lapomerais, em França; Herman, na Alemanha - «todos estes, como o Réu, médicos distintos, como ele envenenadores de pessoas de sua amizade e família com o fim de se apoderarem das suas fortunas. E todos esses criminosos célebres, praticaram vários crimes da mesma natureza, sendo julgados só pelo último, que ficaria no esquecimento, como os anteriores, se não fosse a Justiça Divina».
Voltando ao feito em causa, lê vários depoimentos e o relatório do Réu no Comissariado. Lidas estas peças do processo, entra na reconstituição do crime.
«No dia 2 de Abril de 1890 faleceu na casa de seus avós, à rua das Flores, Mário Guilherme Sampaio, no meio dos mais horrorosos sofrimentos e das mais horríveis aflições.
Foi natural a sua morte? Não. Qual a sua causa? Um envenenamento!!! E havendo um envenenamento, foi ele casual ou propositado? Eis os pontos que me proponho tratar. Não sendo natural a morte, como provar o envenenamento, sua origem?
1.º Pela própria declaração, clara e determinante, do Réu perante sua sogra, Dona Maria Carolina e mais pessoas de família.
2.º Pela declaração escrita pelo próprio punho do Réu afirmando que, em face dos sintomas observados em sua sogra, sobrinhos e Mário, foi um envenenamento a causa da morte deste.
3.º Pela resposta, ainda do Réu, aos interrogatórios, em que terminantemente assevera ser sua convicção seus sobrinhos estarem envenenados.
4.º Pelo procedimento do Réu procurando o dr. Carlos Lopes, «pois, tratando-se de um envenenamento, pela especialidade da sua cadeira na Escola Médica, ninguém melhor do que ele para emitir opinião, sobre a qualidade do veneno», palavras textuais do Réu.
5.º Pela confissão ainda do Réu ao dr. Adelino Costa, ao qual declarou tratar-se de um envenenamento criminoso.
6.º Pelas declarações claras, explícitas e terminantes do seu Advogado de defesa nas minutas para a Relação do Porto e Supremo Tribunal de Justiça, a que logo detidamente me hei-de referir, em que diz «Mário ter morrido envenenado pelas anilinas ou matérias corantes das amêndoas ou pelas cores e orvalhos com que se costumam enfeitar os doces de côco».
7.º Pela opinião dos médicos chamados a acudir aos sobrinhos do Réu, no dia 2 de Abril, e que os examinaram e medicaram.
8.º Pela resposta dos peritos, que fizeram parte da conferência realizada neste Tribunal.
9.º Pela opinião dos peritos que no dia 4 de Abril, isto é, dois dias depois da morte, procederam à autópsia do cadáver do Mário.
10.º Finalmente, pelo resultado do exame médico-legal de que foram incubidos, oficialmente, os drs. Ferreira da Silva, Souto, Silva Pinto e Azevedo, cujos depoimentos os srs. jurados ouviram e que terminantemente afirmaram ter sido a narceína, a morfina e a delfina, encontradas nas vísceras de Mário, a causa da sua morte por envenenamento.
Concluindo e resumindo, pela confissão do Réu, afirmações da defesa e declarações dos homens de ciência, não se pode pôr em dúvida que Mário morreu envenenado.
Partindo pois deste ponto, que é indiscutível, temos de averiguar agora qual o modo ou maneira por que foi propinado o veneno.
[Episódios anteriores: http://grandesdramas.blogspot.com]

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Só sucessos

Esta viagem de Bush à Europa não poderia estar a correr melhor.
Afinal Bush caminha para um tranquilo final de mandato e a sua estratégia está claramente definida. É tentar não se mexer muito e tudo acabará por passar em breve.
A cimeira do G8 resultou num tremendo sucesso. Pelo menos foi isso que Bush comunicou ao Papa, e é verdade.
Da Alemanha não ouvimos qualquer relevante alteração à política norte-americana. Não houve qualquer tipo de compromisso sério sobre o controle de emissões de gases de estufa, não houve qualquer avanço sobre o escudo de mísseis europeu (quem é que na Europa pediu uma treta destas?), e África e os pacotes para combate ao HIV-Sida, também ficaram basicamente na mesma. Um estrondoso sucesso para Bush. Não há possibilidade nenhuma de alguém se opor determinantemente à forma como o presidente americano vê o mundo.
Houve uns sujeitos que se manifestaram contra as grandes potências económicas e o Vladimir tem a mania de ser esquisito e agora até faz convites para o Azerbeijão, esquecendo porventura que o Azerbeijão já não é uma das repúblicas soviéticas. Mas toda a gente sabe que os manifestantes na Alemanha ou na Itália são perigosos terroristas de esquerda e no fundo o Vlad é um amigo.
Agora, amigos, mas daqueles mesmo amigos só na Albânia. O país do ditador estalinista, maoísta, revisionista ou outra coisa qualquer, Enver Hoxha, encontrou um novo grande líder internacional para venerar. Ele é selos, gente lacrimosa nas ruas, abraços, pendões nos candeeiros e até um logótipo especial para comemorar as estrondosas 7h do presidente americano em Tirana.
Bush estava muito mais em casa do que em Washington. Aqui toda a gente entende a sua politica e entende que é preciso uma política "kick ass" pelo mundo fora. Seja em Bagdad ou em Belgrado. A Albânia ganhou um grande amigo e Bush um banho de multidão. Resta saber por quanto tempo essa amizade dará frutos.
A desbocada opinião de Bush sobre o Kosovo e a vontade que os albaneses acalentam há muitos anos de uma Grande Albânia que integre o Kosovo e partes da Sérvia, da Macedónia , do Montenegro e até da Grécia, podem arrastar a zona novamente para um conflito sangrento em que oportunamente os americanos não vão querer participar.

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sábado, junho 09, 2007

Universidade Donut

João F. Coelho fez bem em destacar estas palavras de Marques dos Santos, Reitor da Universidade do Porto (e como nunca é demais repeti-las):

«Tem assumido um discurso pró-região. Afinal, como chegou o Norte a este declínio? Como perdeu a sua força reivindicativa?
- O que terá acontecido foi que o Norte não soube criar as condições para fixar emprego de grande qualidade nos vários sectores. Todo esse emprego foi para Lisboa, para outros locais ou para fora do país, o que significa que não conseguimos fixar pessoas de elevada qualidade, que contribuam para o progresso da região.
É uma culpa partilhada pela região e pelo Estado?
- Claro que sim, é de toda a gente. Os empresários e os artistas vão todos para Lisboa. Às vezes, interrogo-me se estão à espera de algum deus que venha criar as condições na região. Cada um de nós tem de se sacrificar um pouco para criar as condições necessárias. Se quem é capaz e pode contribuir abalar daqui para fora, isto nunca crescerá. E seria interessante que os que daqui saíram, a diáspora da região, regressassem. Talvez seja ingenuidade? Se é, então desistimos, ficamos com um país macrocéfalo que tem apenas um grande centro em Lisboa e deixamos de nos queixar.»

Subscrevo em absoluto o que aqui é dito e faço votos para que a UP comece desde já a inverter a sua política, voltado para a Baixa. A desertificação do núcleo histórico do Porto e declínio da cidade consumou-se com a decisão da universidade de abandonar o centro. Esperemos que esta volte a investir na Baixa (até porque possui muito património esquecido por aí), caso contrário, e por este andar, ainda se arrisca a se transformar numa universidade “donut” replicando apenas os defeitos da cidade. Pode existir uma região sem um núcleo duro? Eu acho que não.

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sexta-feira, junho 08, 2007

Pelos vistos

Pelos vistos, a minha sugestão para que o Sport Club do Porto organizasse uma segunda ronda de debates com os candidatos de 2005 não poderia ter vindo em pior altura. Ao que parece o SCP tem uma coisa em mãos e não pode pensar nisso agora...

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quinta-feira, junho 07, 2007

Plasticiens Volants nos Aliados





O FITEI encerrou em grande com os Plasticiens Volants à meia-noite nos Aliados. Até que ficou bem composta a praça. Eu não estava à espera de ver tanta gente aquela hora e na Baixa. Nada que se compare ao fracasso da semana passada, em que um punhado de comerciantes resolveu arriscar abrir portas até à meia-noite. Se a autarquia fizesse um pouco mais do que burocracia, poderia ter conciliado o calendário das duas iniciativas. Mas pelos vistos o que importa à CMP é o pódio de Tiago Monteiro. Teatro de rua com centenas de pessoas a assistir a altas horas da noite?! Comerciantes com instintos noctívagos?! Naahh! O Porto não precisa disso para nada!
PS: E esperemos que o FITEI, entretanto, não migre para outras paragens...

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quarta-feira, junho 06, 2007

Ouça...

José Sócrates enganar-se na palavra «justo».

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É disto que o meu povo gosta

Ora aqui está uma ideia genial: colocar música religiosa nos estádios de futebol. Se implementam uma coisa destas, ainda deixa de haver lugar nos estádios para albergar tanta gente.

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Pensadores?!


Parece que uma coisa que dá pelo nada pretencioso nome Clube dos Pensadores se vai reunir em Gaia e o principal convidado será Luís Filipe Menezes... Pensadores?! Menezes?!!!!!... Pffffff... Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah a ha ha ha hha ha ha ha ha ha ha ha hha ha ha ha hah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ahh ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah hah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah a h ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ha ha ha ha ha ha hah ha ha ha ha hh ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ha ha ha hah ah ah ah ah ah ah ah hah ah ah ah ah ah ah ah hah ah ah ah hah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ahh ah ah ah ah ah ah ah ah hah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah hah ah ah ah hah ah haha!!!...

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terça-feira, junho 05, 2007

Serralves





Serralves soma e segue. Este ano foram apenas 75 000 visitantes em 40 horas. Nada mau para um Museu de Arte Contemporânea. Não é por acaso que em Espanha toda e qualquer média cidade tem o seu MAC e se ainda não o tem, já estabeleceu planos para o vir a ter. Cá entre nós é mais estádios. Serralves, por este andar, terá de descer à cidade e organizar aí a sua festa porque o espaço lá em cima arrisca-se a ficar apertado demais. Seria uma noite perfeita: uma noite branca na baixa do Porto, tipo S. João cultural.

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segunda-feira, junho 04, 2007

Vida de limpa pára-brisas

domingo, junho 03, 2007

O olhar felino do novo Michael Carreira da política

El matador.

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Grandes ideias


Uma trela única com duas ramificações numa das pontas. Dois cães a passear, mas agora coordenados, ordeiros, sem se embrulharem um no outro.
O fim das duas trelas é o fim do novelo de lã, é o fim do inferno. Senão os cães não se entendem. Será que poderei vir um dia a enriquecer com esta ideia? Ninguém quer pegar nisto?

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Podem começar as apostas.

Diz que o selo do carro pode ser adquirido até 31 de Julho.
Este ano vai haver:
a) Nenhum alargamento de prazo;
b) Um alargamento de prazo;
c) Dois alargamentos de prazo;
d) Três alargamentos de prazo.

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sábado, junho 02, 2007

Sísifo e o trabalho sem esperança

Nasceu o doloeventualesco Sísifo e o trabalho sem esperança. Agora as nossas imagens sisíficas têm uma casa.

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sexta-feira, junho 01, 2007

topten.pt


A ecologia já faz parte das nossas vidas. Todos os dias há informação relacionada com o ambiente, mas infelizmente nem sempre são boas notícias. Em inúmeras partes do planeta continuam as agressões ao meio ambiente e nem os constantes avisos, conferências e o estado calamitoso da meteorologia nos últimos anos, nos fazem ver que já provocámos danos provavelmente irreparáveis e que insistimos em cometê-los.
Aqui há alguns anos os ambientalistas eram um tipo de gente estranha, mal vestida, com um discurso radical, posições fortes e por vezes violentas, e nem toda a gente os tinha em grande conta. Entre os que mais detestavam essa gente dos ambientalistas, estavam as grandes empresas e corporações, além de Estados cujos interesses económicos entravam sucessivamente em conflito com o interesse de proteger o planeta.
Ainda assim é, mas agora os ambientalistas são mais, das mais variadas áreas, quase não efectuam acções violentas porque as trocaram por lobbying nos corredores do poder, muitas empresas são constantemente pressionadas a ter uma postura ambiental e passaram a definir como seu objectivo estratégico, metas de responsabilidade social em que se envolvem em iniciativas ambientais.
Com o tempo, muitas empresas também perceberam que o ambiente lhes dá lucro, ou pelo menos lhes permite poupar na aplicação de soluções energéticas mais eficientes, na reciclagem e reutilização de matérias, ou numa politica paper free que as novas tecnologias têm vindo a facilitar.
Por isso ambientalistas e grandes empresas não estão mais em conflito. Claro que ainda há muitos conflitos, porque ainda há muito más empresas, mas em situações normais com a legislação adequada, empresas e ambientalistas podem trabalhar juntos para objectivos comuns.
É o caso da recente parceria entre a Quercus e a EDP. A maior e mais antiga organização ambiental portuguesa, com a empresa responsável pela quase totalidade da nossa energia, mas também actualmente o quinto maior investidor mundial em energias renováveis.
Dessa feliz parceria nasce o site topten.pt. Aqui procura-se esclarecer questões e dar opções concretas para uma maior eficiência energética, nas nossas empresas, mas também em nossas casas. Este site vêm preencher uma lacuna, porque permite passar para um novo nível o espírito ambiental que muitos já temos, mas que não sabíamos o que fazer mais. O site permite analisar de forma independente os nossos electrodomésticos pela sua capacidade/eficiência e sugere novas práticas.
O projecto não é inovador, já há alguns toptens pela Europa mas chega em boa hora porque Portugal tem graves problemas energéticos e é um dos países europeus que tem de melhorar drasticamente a sua eficiência energética, ao mesmo tempo que tem grande potencial para explorar fontes energéticas alternativas. Uma boa ideia que se espera de grande sucesso.

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Dia da Criança

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