O tempo passou a ter lugar de destaque e direito a
prime-time nas televisões, mas as alterações climáticas ameaçam ganhar ainda maior lugar de destaque ao longo deste século.
É inevitável falarmos deste assunto quando já hoje em dia sentimos alterações profundas no clima e ainda está apenas no começo.
As necessidades energéticas mundiais e a falta de alternativas aos combustíveis fosseis, por falta de vontade dos governos, ou por puro e simples
lobby bem organizado entre países produtores e multinacionais que exploram, tem empurrado a generalidade do planeta para a dependência energética. Enquanto isso acontece, vão acumulando-se as emissões poluentes, o aumento da temperatura global e o degelo.
As famosas economias emergentes, aquelas em que nós temos de pôr os olhos, cheias de bons exemplos não parecem ser exemplo para ninguém no aproveitamento energético e o ocidente pede, ou exige, que ao contrário das nossas economias, as deles cresçam de forma sustentada em respeito pelo ambiente para que nós possamos levar muito mais tempo a adaptar as nossas.
Nesta área Portugal tem sido um aluno mal comportado. Não fazemos nada de particularmente relevante para prevenir a degradação do ambiente, além de medidas evidentes como os aterros em vez das lixeiras. Aliás, vivemos um paradoxo em que o nosso ambiente ainda se vai mantendo (do ponto vista local, claro) porque a nossa economia é fraca.
Ainda assim, e porque nem tudo pode correr mal, estamos a começar a destacar-nos na produção de energias alternativas, como no caso das
eólicas, em que parece que já ocupamos o quinto lugar mundial em investimento, e da central
fotovoltaica de Moura (a maior do mundo). Tudo para nos afastar da nossa crónica dependência energética.
O que importa perceber é que o ambiente só pode ter uma solução se ela der dinheiro. Não é possível convencer governos e empresas sobre a importância que tem este assunto para o futuro da humanidade. Não é possível convencê-los do valor intrínseco das medidas que viessem a adoptar, mas antes temos de lhes agitar com milhões em lucros para que possam mudar o seu caminho e passem a investir em protecção ambiental.
Nesse aspecto valha-nos o exemplo de Richard Branson, que gosta de gastar dinheiro em loucuras pessoais e iniciativas filantrópicas. Com 10 milhões de libras conseguiu criar uma indústria de voos espaciais e agora espera com
25 milhões de libras (e com uma ajudinha do Santo Gore), criar uma indústria que salve o planeta da auto-aniquilação. Se não conseguimos unir-nos em torno de objectivos comuns, então que se crie um negócio que resolva o assunto.